O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou, nesta segunda-feira, que a Prefeitura será responsável pela retirada dos dutos do terreno do Gasômetro, onde o Flamengo pretende construir seu estádio. Nas redes sociais, o político também reforçou que o terreno já é do clube rubro-negro, que decide o que fazer.
— A Prefeitura do Rio continua afirmando que se responsabiliza pela retirada dos dutos. Está tudo certo. O terreno já é do Flamengo. Quem decide o que fazer é o Flamengo. Apoiaremos qualquer decisão — escreveu o prefeito no X, respondendo a informação trazida por um perfil na rede social.
Logo depois, Paes se manifestou através de um vídeo no Instagram, no qual afirma que a palavra da Prefeitura "está mantida" e que os próximos passos dependem da diretoria do clube.
— O terreno está à disposição do Flamengo. Aliás, o Flamengo pagou pelo terreno. Viabilizamos tudo que era necessário e possível para que o Flamengo tivesse o terreno de seu estádio. "Negócio" de duto não tem problema nenhum, a Prefeitura já disse que vai resolver. A palavra está mantida. Óbvio que a decisão agora é do Flamengo. Tem que, com responsabilidade, decidir se tem recurso suficiente, se vale a pena fazer o estádio. Isso é um problema da direção do Flamengo, que não tem nada a ver com a Prefeitura — declarou o prefeito.
— A direção do Flamengo sabe que esse vascaíno aqui estará do lado para aquilo que for necessário. Deixar registrado porque estou aqui no meio de reunião. Já me liga o deputado Pedro Paulo, diz que tenho que fazer declaração. Flamenguistas, minha parte foi feita, sempre à disposição para ajudar, por mais que isso, obviamente, doa no meu coração — brincou o político.
O GLOBO questionou o Flamengo a respeito das declarações do prefeito e do perfil que trouxe as informações inicialmente, além dos próximos passos para o terreno do Gasômetro. O clube não quis se manifestar. Caso haja uma posição oficial, a reportagem será atualizada.
Entenda o caso
Segundo o Blog do Ancelmo Gois, é necessária a transferência de uma megaestrutura pertencente à CEG e à CEG-Rio, companhias que integram a multinacional Naturgy, concessionária de gás encanado, que atualmente ocupa parte da região do Gasômetro. O custo dessa operação está estimado em aproximadamente R$ 100 milhões.
Em 30 de agosto, as empresas notificaram a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) sobre o impasse. Informaram que o imóvel situado na Av. São Cristóvão, nº 1.200, integra o terreno do futuro estádio, apesar das cessões de uso acordadas com o governo do Estado do Rio.
Estudos no terreno do Gasômetro
Em abril deste ano, três empresas foram contratadas pelo Flamengo para fazer as análises do terreno, para coletarem informações técnicas sobre as condições do local em receber o projeto arquitetônico. Os estudos estão sendo coordenados pela Arena Events + Venues, responsável pelo projeto básico arquitetônico do futuro estádio.
De acordo com o clube, os estudos serão divididos em alguns aspectos principais. Um deles, considerado o mais complexo, é a análise da contaminação do solo — conduzida pela empresa Aecom. Entre os trabalhos a serem feitos estão a investigação ambiental, atualização de avaliação de riscos e definição da estratégia de descontaminação, além de levantar os custos e prazos necessários para a execução dessa etapa de remediação.
Outro estudo é o levantamento dos dados geotécnicos que subsidiarão os cálculos estruturais, a definição da tipologia e o refinamento dos custos das fundações do estádio. Eles serão feitos pela Soloteste.
Já as análises topográficas ficarão a cargo da empresa JDS. Segundo o Flamengo, ela irá refinar todas as características planialtimétricas e as interferências existentes, além de avaliar o impacto sobre a vegetação e a identificação de eventuais ações de remediação e compensação ambiental que possam ser exigidas pelos órgãos competentes.