Apesar de fechar contratação de Carrascal, Flamengo preocupa por postura letárgica na janela; entenda cenário

Foram necessários sete dias de janela de transferência para que o Flamengo encerrasse a novela com o Dínamo Moscou (Rússia) e fechasse a contratação de Jorge Carrascal. O meia colombiano de 27 anos custará 12 milhões de euros fixos (cerca de R$ 77,3 milhões) e assinará contrato de quatro temporadas. Jorginho já havia chegado, mas no período aberto excepcionalmente por conta da Copa do Mundo de Clubes. Na nova janela, porém, a diretoria vem mostrando uma postura letárgica e errática para reforçar o time em um momento crítico da temporada — o rubro-negro está vivo nas três frentes: briga no topo do Brasileirão e está nas oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil.

Nas últimas semanas, o Flamengo perdeu Gerson para o Zenit (Rússia), tem Wesley na mira da Roma (Itália) e vem experimentando outras baixas, desde lesões até o imbróglio envolvendo Pedro. Apesar de ser um dos clubes de maior investimento do país, o rubro-negro se vê em um cenário de carências. A ponta esquerda é outro problema. Já um reserva para Arrascaeta deve ser solucionado com a chegada de Carrascal — a previsão é que o colombiano desembarque no Brasil neste fim de semana.

Com o caixa reforçado, a letargia do departamento de futebol vem preocupando os torcedores. A postura vai de encontro ao que Luiz Eduardo Baptista, o Bap, pregava antes de assumir a presidência do clube, quando criticava a gestão anterior pela falta de reforços já no início das janelas. Em janeiro, a nova administração ainda se assentava — justificativa que se perdeu após seis meses. Em maio, inclusive, o diretor José Boto garantiu que havia negociações no mercado:

— Todo o processo de seleção, monitoramento e discussão interna já está terminado. Temos os alvos bem identificados e já entramos em fase de negociação com eles, para que venham o mais rápido possível, para se juntarem a nós e fazerem o elenco ainda mais forte do que já é — disse o português à Flamengo TV.

Apesar da contratação de Carrascal, o clube ainda não avançou na janela à altura das expectativas para a temporada. Pelo contrário, vem protagonizando algumas desistências que afetam sua credibilidade no mercado. A principal delas foi o veto de Bap à contratação do atacante irlandês Mikey Johnston, do West Bromwich, da segunda divisão da Inglaterra, que já tinha passagens compradas para o Brasil. O recuo veio após repercussão negativa do nome entre torcedores nas redes sociais e um exame que reprovaria o jogador.

Da mesma forma, o Flamengo voltou atrás nas vendas de Victor Hugo ao Famalicão (Portugal) e de Matheus Gonçalves ao Cruzeiro.

Bap manteve Boto no comando do futebol, mas a gestão, como um todo, ainda não mostrou a que veio. Nomes como os argentinos Esequiel Barco, meia do Spartak Moscou (Rússia), ou Taty Castellanos, atacante da Lazio (Itália), surgem quase como cortina de fumaça por exigirem valores acima do possível.

A partir de agora, o Flamengo não terá mais respiro e precisará jogar a cada três ou quatro dias. Algumas surgiram lesões nos últimos jogos — casos de Alex Sandro, Ayrton Lucas e Michael, além de Pulgar — e o elenco também parece desgastado ao final das partidas. Parte do problema passa pelas escolhas de Filipe Luís, mas as opções estão diminuindo em um momento que o clube deveria aproveitar para ampliar e qualificar o elenco.

Fonte: Extra
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