O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, divulgou nesta quarta-feira um ofício enviado ao Flamengo no qual a Prefeitura assume a retirada de dutos de terreno do Gasômetro, onde ficará o futuro estádio do clube. No início desta semana, o político respondeu polêmica reforçando que a decisão de seguir adiante com a construção está nas mãos do próprio rubro-negro.
"A quem interessar possa (especialmente aos 3 flamenguistas que mais me perturbam: deputados Pedro Paulo e Guilherme Schleder e vice-prefeito Eduardo Cavaliere), segue ofício encaminhado ao Flamengo hoje, em que a Prefeitura assume formalmente a responsabilidade da retirada das estruturas de canalização existente hoje no terreno do gasômetro! Pela atenção, obrigado!", escreveu o prefeito no X.
Na última segunda-feira, Paes veio a público negar algumas informações polêmicas de que a Prefeitura se isentaria da retirada dos dutos. Através de um vídeo, reafirmou que a palavra da Prefeitura "está mantida".
— O terreno está à disposição do Flamengo. Aliás, o Flamengo pagou pelo terreno. Viabilizamos tudo que era necessário e possível para que o Flamengo tivesse o terreno de seu estádio. "Negócio" de duto não tem problema nenhum, a Prefeitura já disse que vai resolver. A palavra está mantida. Óbvio que a decisão agora é do Flamengo. Tem que, com responsabilidade, decidir se tem recurso suficiente, se vale a pena fazer o estádio. Isso é um problema da direção do Flamengo, que não tem nada a ver com a Prefeitura — declarou o prefeito.
O ofício de hoje foi enviado ao presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap. Nele, o município do Rio de Janeiro "propõe a assunção da retirada da infraestrutura de canalização atualmente existente no terreno e pertencente à concessionária estadual de gás."
"A medida tem como objetivo viabilizar, economicamente. a execução do empreendimento, em conformidade com o interesse publico existente na recuperação e no desenvolvimento de área bastante degradada da Cidade, em linha com planejamento urbano da região", diz o documento.
O GLOBO questionou o Flamengo a respeito das declarações do prefeito, além dos próximos passos para o terreno do Gasômetro, mas o clube não quis se manifestar.
Entenda o caso
Segundo o Blog do Ancelmo Gois, é necessária a transferência de uma megaestrutura pertencente à CEG e à CEG-Rio, companhias que integram a multinacional Naturgy, concessionária de gás encanado, que atualmente ocupa parte da região do Gasômetro. O custo dessa operação está estimado em aproximadamente R$ 100 milhões.
Em 30 de agosto, as empresas notificaram a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa) sobre o impasse. Informaram que o imóvel situado na Av. São Cristóvão, nº 1.200, integra o terreno do futuro estádio, apesar das cessões de uso acordadas com o governo do Estado do Rio.
Estudos no terreno do Gasômetro
Em abril deste ano, três empresas foram contratadas pelo Flamengo para fazer as análises do terreno, coletando informações técnicas sobre as condições do local para receber o projeto arquitetônico. Os estudos estão sendo coordenados pela Arena Events + Venues, responsável pelo projeto básico do futuro estádio.
De acordo com o clube, os estudos serão divididos em alguns aspectos principais. Um deles, considerado o mais complexo, é a análise da contaminação do solo — conduzida pela empresa Aecom. Entre os trabalhos a serem feitos estão a investigação ambiental, atualização de avaliação de riscos e definição da estratégia de descontaminação, além de levantar os custos e prazos necessários para a execução dessa etapa de remediação.
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Outro estudo é o levantamento dos dados geotécnicos que subsidiarão os cálculos estruturais, a definição da tipologia e o refinamento dos custos das fundações do estádio. Eles serão feitos pela Soloteste.
Já as análises topográficas ficarão a cargo da empresa JDS. Segundo o Flamengo, ela irá refinar todas as características planialtimétricas e as interferências existentes, além de avaliar o impacto sobre a vegetação e a identificação de eventuais ações de remediação e compensação ambiental que possam ser exigidas pelos órgãos competentes.
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