Não foi só Mikey: veja outros vetos de presidentes no futebol do Flamengo

+ Bastidores: veto de Bap a reforço e desgaste com elenco expõem crise com José Boto no Fla
+ Veja decisões importantes que Filipe Luís precisará tomar antes do próximo jogo

O mais marcante, até por ser o mais recente, foi com Gabigol, principal nome da segunda geração mais vitoriosa da história rubro-negra. Em 2023, a diretoria do Flamengo desejava renovar o contrato do atacante por cinco anos, e o jogador queria completar uma década no clube. Em outubro do ano retrasado, o departamento de futebol e o jogador encaminharam um acordo por um contrato até o fim de 2028, com expressivo aumento salarial.

O acordo verbal foi celebrado. Gabigol, inclusive, recebeu cumprimentos de alguns dirigentes, que telefonaram para familiares do atleta para comemorar o novo vínculo. Dias após a reunião, o atacante, enquanto aguardava a minuta para assinar o contrato, montou o planejamento para o anúncio da renovação. O seu estafe chegou a ir ao Ninho do Urubu fazer imagens para a divulgação. O documento, porém, não chegou, e o jogador e seu empresário viveram dias de silêncio absoluto.

O presidente Rodolfo Landim foi o responsável por travar a assinatura do contrato após grande pressão de seus pares nos corredores da Gávea. Internamente, usou como justificativas o declínio esportivo do jogador e o alto valor previsto no novo vínculo.

Em 2022, quem viveu situação parecida foi Andreas Pereira. O volante belga naturalizado brasileiro estava emprestado pelo Manchester United, e em fevereiro daquele ano o Flamengo acertou com o clube inglês a compra de 75% dos direitos econômicos do jogador por 10 milhões de euros (cerca de R$ 60 milhões). Os dirigentes Marcos Braz e Bruno Spindel, representantes do United e os empresários Kia Joorabchian e Giuliano Bertolucci celebraram o acordo em um restaurante em Londres.

Com a ação do Banco Central, que cobrava R$ 127 milhões na Justiça, como argumento inicial, uma série de questionamentos passou a ser feita nos corredores da Gávea. Informados pela pressão da torcida, que tinha o erro do jogador na final da Libertadores fresco na memória, dirigentes levantaram dúvidas sobre a lisura da negociação, os valores envolvidos e, principalmente, os motivos que levaram Braz e Spindel a antecipar em meses o desfecho. Landim acabou pressionado a postergar a decisão.

+ Compre já seus ingressos para os jogos do Flamengo

Mesmo após o processo do Banco Central ser equacionado, as vozes contrárias ao acerto cresciam. Com o poder de decisão, Landim chegou a dizer a Andreas que o acordo seria cumprido, mas o conflito político se arrastou, a negociação ficou em banho-maria, e o prazo chegou ao fim. Braz e Spindel ainda buscaram alternativas no fim do contrato, em vão. Com cláusula de 20 milhões de euros e empréstimo gratuito, a redução pela metade já era vista como o limite pelos ingleses.

Em fevereiro de 2021, depois de rescindir seu contrato com o Olympiacos (Grécia), Rafinha queria voltar ao Flamengo, onde fez parte do time multicampeão de 2019. O lateral-direito havia chegado a um acordo inicial com o departamento de futebol, mas foi avisado de que seria necessário um aval financeiro do clube para avançar. No mês seguinte, durante um jogo contra o Resende no Maracanã, Landim comunicou o veto a Marcos Braz e Spindel, que foram à casa do jogador avisar a decisão.

Ricardo Scheidt, um dos empresários de Rafinha, chegou a entrar no circuito e tentar buscar um ajuste com o Flamengo, mas não houve avanço. No papo na casa do lateral, os dirigentes rubro-negros afirmaram que não foi uma decisão financeira, mas, sim, política. Em nota oficial, o clube alegou que não conseguiu viabilizar em seu orçamento o espaço necessário para a contratação do jogador e citou a perda de receitas com a pandemia da Covid-19 como um dos motivos.

Dias depois, em entrevista ao "seleção sportv", o lateral disse que foi vítima de uma "guerra política" entre o futebol e o alto comando do clube, do qual Bap fazia parte ao lado de outros vices-presidentes e Landim. O jogador rejeitou a justificativa de que seu veto foi motivado pela parte financeira. A batalha interna no caso Rafinha deixou mais escancarado o desencontro entre o Ninho do Urubu e a Gávea.

O atacante do West Bromwich (Inglaterra) foi monitorado pelo scout comandado por José Boto e aceitou a proposta do Flamengo para um contrato de quatro anos. Ele tinha passagem de avião emitida para chegar ao Rio de Janeiro nesta terça. O departamento de futebol entendia que o reforço chegaria para compor o elenco e buscar espaço com o técnico Filipe Luís, que aceitou a indicação.

Mas o status do reforço desagradou pessoas do clube, que viram Mikey na mesma prateleira de Juninho, contratado em janeiro do Qarabag (Azerbaijão). O irlandês custaria cerca de R$ 37 milhões, valor contestado internamente. Um relatório do departamento médico sobre o histórico do jogador é usado como justificativa do Flamengo para o recuo. Porém, de acordo com o site Transfermarkt, a última lesão do atacante foi em março de 2022. Na ocasião, ele teve um problema no tornozelo.

No momento em que o nome se tornou público houve uma grande repercussão negativa por parte da torcida nas redes sociais. Os questionamentos ganharam espaço também internamente, e nomes fortes da atual gestão fizeram pressão para que o clube voltasse atrás no acerto. Dirigentes, conselheiros e pessoas influentes tanto da Gávea quanto do Ninho do Urubu questionaram o presidente Bap, que decidiu vetar a contratação.

+ O mercado do Cartola vai fechar! Monte seu time agora!

Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv