O duelo contra o PAOK , válido pelos playoffs da Champions League , marcará a restreeia em partidas oficiais de Jorge Jesus no comando do Benfica .

Na primeira passagem pelo clube de Lisboa, o Mister faturou 10 títulos - incluindo um tricampeonato português - e virou um nome conhecido depois de ter comandado diversas equipes menores em Portugal.

A história de Jesus com o Benfica começou em 2009, quando ele revolucionou o time português com um elenco recheado de sul-americanos, incluindo o lateral-direito Patric, do Sport.

Em entrevista ao ESPN.com.br , o ex-jogador de Atlético-MG e Cruzeiro falou sobre o começo do ex-comandante do Flamengo no Estádio da Luz.

Primeiros contatos

Cheguei ao Benfica junto com o Jorge Jesus, mas tinha sido pedido pelo antecessor dele, o Quique Flores. Não conhecia o jeito dele e fiquei um pouco tenso porque era meu primeiro time na Europa. Foi interessante porque já na apresentação já falou da filosofia de trabalho e dava para ver que seria muito intenso.

Nós chegamos em um momento difícil. Ele veio para mudar a cara do Benfica e levar o time para as glórias merecidas. O trabalho já começou muito bem ganhando contra Milan, Shakhtar. No primeiro momento foi um pouco difícil, mas dava pra ver que daria certo.

Estilo de jogo

Ele usava naquela época uma marcação por pressão e zagueiros jogando lá em cima. Ele gosta que os laterais entrem por dentro como se fossem meias ou volantes, que não fiquem só na linha de fundo. Ele gosta de deixar o time sempre muito bem compactado e sem espaço . O time dele ataca marcando porque se perde a bola está bem posicionado para não ser surpreendido. Perdeu, pressiona para recuperar a bola.

Técnico de futebol americano

O Jesus é muito obcecado pela parte de posicionamento. Ele trabalha a defesa e os volantes e colocava o auxiliar para cuidar da linha de frente com os meias e atacantes. A gente vê muito isso no futebol americano.

Elogio por entrada dura

No Brasil os laterais têm uma cultura de atacar muito e marcar pouco. Lembro que dei uma entrada muito forte em um treino, e o Jesus levantou correndo do banco de reservas: ‘Ô miúdo, é isso mesmo!’ Eu fiquei surpreso porque me elogiou porque dei uma entrada que saiu com a bola e não foi falta (risos). Eu comecei a entender como funcionava. Poderia parecer no começo que ele estava pegando no meu pé, mas não era isso. Ele só queria que eu crescesse na marcação.

Fidelidade

É um cara muito fiel. Ele contou uma história de que se um dia caísse em um time grande iria levar os atletas que o ajudaram a chegar lá. Ele levou uns caras como o centroavante Weldon e um lateral para o Benfica. Os jogadores que gosta procura levar para outro time. Fiquei admirado com isso.

Não queria perder nem no futevôlei

Eu fazia dupla no futevôlei com o Di María e jogávamos contra o Jorge Jesus e o Fábio Coentrão. Ele era muito competitivo e não queria perder nunca! Ele dava a vida! A gente jogava sempre no CT do Benfica. É um cara fora de série. O Jesus gosta de correr junto com os jogadores no aquecimento (risos). Ele é motivado da hora de tomar café até a ganhar no par ou ímpar.

Bronca mais engraçada

“Uma vez ele falou num treino: ‘Ô miúdo, se eu te mando atacar você marca. Se eu te mando marcar, você ataca! Estás a brincar comigo? Não sei o que estou falando. Foda-se, ó pá!’”

Amor por jogadores brasileiros

Ele ama jogadores brasileiros. Gostaria de ter jogado com ele para ter aprendido mais. Foram só três meses, mas foram muito bacanas. Ele tinha o poder de potencializar qualquer atleta. Eu queria ter ficado emprestado em time de Portugal para que pudesse ter me visto mais de perto. Na época não foi possível porque tinham investidores que queriam me levar para outros times.

Vai repetir o sucesso?

Tenho certeza que ele vai mudar o patamar do Benfica outra vez. Aposto no sucesso dele!