A decisão do técnico do Flamengo, Filipe Luís, em manter o atacante Pedro fora dos relacionados — São Paulo e Santos — por dois jogos seguidos foi baseada pelos dados medidos pelo GPS nos treinos anteriores ao retorno do Campeonato Brasileiro. A postura do centroavante pôde ser quantificada nas métricas que o treinador utiliza para escolher as escalações a cada jogo. Segundo o comandante do rubro-negro, o atleta foi o último em todas as medições.
— Temos dados, dados de GPS que dizem que o Pedro é o último em tudo nessa semana. E um jogador que é o último em todas as valências físicas não está pronto para performar — justificou Filipe Luís após a vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, no último domingo.
Em todos os treinamentos em campo e também durante as partidas, os jogadores utilizam o GPS para monitorar métricas ligadas ao deslocamento. Entre os dados computados estão a distância percorrida, velocidade máxima, aceleração, desaceleração, número de sprints (acima de 25 km/h) e metragem percorrida em alta intensidade (acima de 21 km/h). Foram essas valências que ajudaram Filipe Luís a montar o time que enfrentou o Chelsea, com a presença de Ayrton Lucas, por exemplo.
Com os números nas mãos, a comissão técnica avaliou que o jogador não tem se empenhado nos treinamentos. A exposição do caso gerou uma crise interna. No dia seguinte, Pedro se reuniu apenas com os jogadores do elenco e explicou a situação sob seu ponto de vista. Em sequência, publicou uma nota à torcida na qual considerou desrespeitosa a atitude do treinador.