A Prefeitura do Rio se mantém no aguardo de uma posição do Flamengo sobre a aquisição definitiva do terreno do Gasômetro, mas vê o clube desconstruindo o projeto do estádio.
Segundo o blog apurou, o prefeito Eduardo Paes não vai pedir a área no Centro do Rio de volta, mesmo com a sensação de que o presidente Luiz Eduardo Baptista não se movimenta para utilizá-la.
Os sinais dessa inércia passam pelo fato de a diretoria do Flamengo não dar andamento no contrato definitivo que precisa ser assinado com a Prefeitura e a Caixa Econômica para a venda do terreno.
O clube precisa pagar R$ 23,9 milhões para a Caixa em cinco anos a partir de julho de 2026, não dá sinais de estar com pressa e foca em estudos de viabilidade que se avolumam desde janeiro.
A questão jurídica travada
Até que isso se desenrole, Bap optou por não assinar a via final do acordo que encerra uma ação judicial da Caixa contra a desapropriação feita pela Prefeitura.
O que existe até agora é um acordo preliminar onde estão traçadas as bases financeiras para a venda do terreno, que custou R$ 138,1 milhões.
O Flamengo já pediu prorrogação de prazo duas vezes para assinar o acordo definitivo. Esse prazo venceu e não houve novo pedido. A Prefeitura vai aguardar e não fará pressão, soube o blog.
O acordo passa por formalizar a negociação que fez com que a Prefeitura compensasse a Caixa com a distribuição dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC).
Mesmo tendo recebido 900 metros quadrados de área em São Cristóvão, ainda foi considerado pouco e o Flamengo precisava pagar um pouco mais do valor do terreno.
Foi feito um pré-acordo. O Flamengo se comprometeu a assinar em 60 dias, que acabaram no fim de 2024. A assinatura ficou para nova gestão do clube. Com ela, as ações se extinguiriam.
Política volta à tona
Sem assinatura, o acordo sobre os CEPACs seguem suspensos e a lei que precisaria ser encaminhada para a Câmara de Vereadores ainda não saiu do papel.
Na segunda-feira, a diretoria do Flamengo tem reunião na Gávea para apresentação dos resultados da gestão do Maracanã a partir da nova concessão, que adiou os planos para o estádio próprio
Nesse cenário, o ex-presidente Rodolfo Landim voltou à cena como quem viabilizou o terreno e admite que não vai largar esse tema na política do Flamengo.
Nos últimos dias, voltou à pressionar a atual gestão em alinhamento ao discurso do prefeito Eduardo Paes, que enviou ofício à Bap e se comprometeu em custear a retirada de tubulações de gás do terreno do Gasômetro, sem custos para o clube.
Para a Prefeitura, essa ajuda não se baseia apenas em política ou tem relação com o alinhamento melhor com a gestão de Landim, mas passa por investimentos na área do terreno. Fontes no Flamengo admitem ainda que o alinhamento de Bap com o Governo do Estado também pesa.