Flamengo deixa Neymar decidir e derrota dura para Santos não condiz com aspirações desta temporada

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O encontro foi de dois times que andaram o tempo todo no limite do risco. É verdade que a equipe de Filipe Luís criou ótimas chances e parou em um punhado de boas defesas de Gabriel Brazão. A atuação, porém, foi bem distante da apresentada na vitória dominante sobre o São Paulo, no sábado.

Uma das principais histórias do jogo era o reencontro de Neymar com o Flamengo. O jogador nunca atuou no Rio de Janeiro, mas colecionou episódios de acenos à torcida rubro-negra ao longo dos anos. Quis o destino que o roteiro também o levasse a ser protagonista durante 90 minutos. O camisa 10 alvinegro fez uma partida de destaque: mesmo com os companheiros não acompanhando seu ritmo, deu toques refinados e decidiu a partida em uma jogada com bastante calma na pequena área. Ainda contou com a permissividade dos rubro-negros.

— Demonstramos que podemos ir muito mais além do que estamos, do que estamos vivendo. Acho que é um recomeço para todos nós. Tivemos tempo para trabalhar, demonstramos que podemos jogar contra qualquer time do campeonato — analisou Neymar. — Quero jogar os 90 minutos em todos os jogos, estar melhor fisicamente. Isso me requer tempo, adaptações que o meu corpo ainda está desenvolvendo. Mas, com certeza, estou muito melhor.

Elogio feito ao nome do jogo, perder para um time que beira a zona de rebaixamento está muito longe de condizer com as aspirações do Flamengo na temporada. Desde o início, a bola pertenceu ao rubro-negro, que enfrentou um adversário fechado, para o qual parecia estar preparado. Foram várias jogadas por dentro, com toques rápidos, mas o volume não foi traduzido em finalizações.

Comandantes do ataque ontem, Bruno Henrique e Arrascaeta fizeram pouco. Plata, que se desdobrou para correr, terminou extenuado. O atacante teve a melhor chance do primeiro tempo, em chute de canhota da entrada da área, defendido em cima por Brazão. O goleiro foi determinante para o Santos, parando uma cabeçada de Danilo e outro chute do equatoriano na etapa final.

Fora esses momentos de perigo, o Flamengo esteve confuso — inclusive na defesa, um dos pontos mais fortes da equipe. Danilo começou como titular ao lado de Léo Ortiz, mas a dupla não esteve na melhor sintonia, precisando até mesmo inverter de lado em certo momento. Improvisado na lateral esquerda por conta das ausências de Alex Sandro e Ayrton Lucas, Varela estava desconfortável. Depois, Ortiz ainda sentiu dor no quadril e precisou dar lugar a Léo Pereira.

Na reta final da partida, o Santos cresceu com boas mexidas e contou com uma leitura ruim de jogo por parte de Filipe Luís. A começar por Allan, que, apesar de parecer estar cansado, era o melhor em campo, ajudando também na contenção de Neymar. A partir da saída do volante, o jogo se abriu, e o time da casa teve mais eficiência. Em jogada na área aos 38 minutos, Neymar recebeu da esquerda, cortou Pereira e Varela e bateu sem chances para Rossi.

— Acho que a gente teve controle em boa parte do jogo. Faltou o último passe, criamos pouco. O time está liderando o campeonato e sempre marca gols. E sabíamos que eles iam jogar por uma bola, e tiveram no final do jogo. Foi um descuido defensivo nosso, que não pode acontecer para quem quer ser campeão brasileiro — reconheceu Léo Pereira.

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Após o gol, Filipe resolveu correr atrás do prejuízo, fazendo mexidas que deveriam ter acontecido muito antes, como as entradas de Wallace Yan, garoto que vem se destacando, ou Juninho, opção para povoar mais a área enquanto Pedro não volta a ser relacionado. Na reta final da partida, o Santos esteve mais próximo de ampliar do que de sofrer um empate.

Esta foi apenas a segunda derrota do Flamengo neste Brasileirão — e a quinta de Filipe Luís como treinador. A outra foi diante do Cruzeiro, também sofrendo um gol no final, de Gabigol. Quando esta equipe perde, tem sido com capricho no roteiro.