Filipe Luís comemora vitória do Flamengo com gol de Pedro: "Precisamos muito dele"

O Flamengo venceu o clássico diante do Fluminense por 1 a 0 na noite deste domingo , com gol de Pedro, no Maracanã. A coletiva de imprensa de Filipe Luís tratou amplamente da última semana turbulenta do centroavante e das duras críticas feitas pelo treinador, após o jogo contra o São Paulo.

Na ocasião, o técnico rubro-negro detonou a postura do camisa 9 e explicou que não relacionou o jogador pela atitude do jogador nas atividades ao longo da semana. Filipe apontou que o comportamento de Pedro "foi lamentável e beirou o ridículo" . Após a vitória deste domingo, o treinador afirmou que o assunto está encerrado e demonstrou felicidade com a atuação do centroavante.

— É um assunto completamente encerrado. Não tem nenhuma polêmica, nada. Sou o homem mais feliz do mundo quando um jogador como ele entra e faz o gol. Futebol é maravilhoso, te dá essas possibilidades. Eu tenho um lema que eu vivo: não tem ninguém mais importante do que a equipe. Nem o Pedro, nem o treinador. Nenhum jogador que está ou que passou é mais importante do que o Flamengo. Hoje, eu gostei não só do gol. Gostei da forma como se comportou defensivamente, como correu. Esse brilho ele recuperou. Estou muito feliz.

Após a vitória no Fla-Flu, Filipe também comentou a necessidade de reforços. Depois de acertar com Jorginho antes da Copa do Mundo de Clubes, a diretoria rubro-negra ainda não contratou na janela que abriu no dia 10 de julho.

— Esses assuntos são da diretoria. Meu trabalho é fazer o melhor rendimento com jogadores que estão na minha mão. Conversamos muitos, traçamos o perfil dos jogadores que procuramos, as características e posições. Com certeza, vão chegar reforços. Claro, como treinador eu quero (para) ontem. Mas sabemos que negociações, às vezes, não são fáceis. É assunto da diretoria. Enquanto isso, vou continuar trabalhando. Os jogadores que tenho são muito bons e hoje demonstraram.

O treinador rubro-negro exaltou a vitória sobre no clássico para a caminhada do time, principalmente com o pouco tempo de trabalho no Ninho do Urubu.

— Tivemos poucos dias de treinamento depois do jogo do Santos, com algumas baixas de jogadores que não estavam à disposição. Mas jogar um clássico sempre é complicado, sempre foi complicado jogar contra o Fluminense de Diniz, agora do Renato. É um time que impõe muita dificuldade aos seus adversários e conseguimos uma vitória muito importante para a nossa caminhada.

Pedro retornou à lista de relacionados contra o Fluminense após dois jogos fora da lista rubro-negra e entrou aos 26 minutos do segundo tempo, no lugar de Arrascaeta. O camisa 9 teve uma semana de treinamento e recuperou o espaço entre os relacionados. Os relatos davam conta de bons desempenhos do atacante nas atividades durante a semana.

Na saída de campo, o próprio Pedro reconheceu uma "semana abaixo" de treinos . O centroavante também citou ter se afetado com o vazamento de prints em que um dirigente "o colocou à venda" por 15 milhões de euros . Nas palavras de Pedro, o episódio levou a um abalo emocional e a um subsequente rendimento abaixo do esperado nos treinos.

Filipe Luís também comentou a escolha por Pedro e Juninho atuando juntos no setor ofensivo.

— Foi uma opção. Eles treinaram juntos essa semana. Com dois atacantes, o time ganha em algumas valências. Perde em outras, mas eu acreditava que hoje era importante pela forma como o Fluminense vinha se defendendo, para poder entrar na defesa deles com os dois no ataque. Por sorte, a jogada do escanteio veio de uma combinação dos dois, e depois é um gol de escanteio maravilhoso.

Filipe Luís em coletiva após Flamengo x Fluminense — Foto: Letícia Marques

Acha importante que o dirigente que colocou Pedro "à venda" se desculpe?

— Eu não quero polêmica. Quero falar do jogo. Para mim já foi. Não tenho nenhum problema com o Pedro. Já falei para vocês. O Pedro recuperou o brilho, fez gol, foi importante. Falem do gol que ele fez. Acredito que nem eu, nem ele, nem ninguém queira mais falar desse assunto. Até porque vencemos o jogo, um clássico contra o Fluminense, e tudo que for falado vai tirar o brilho do que aconteceu dentro de campo. O futebol é maravilhoso, maravilhoso acontecer o que houve hoje com ele. Da forma que foi, emociona muito.

Precisa de mais opções no elenco?

— Ressaltar, primeiro, o trabalho da equipe. Hoje tivemos várias baixas, lesão do Erick (Pulgar), pode ficar três, até quatro meses fora. Do banco, acho que todos menos dois ou três jogadores passaram pela base. Ao mesmo tempo em que estamos curtos com o elenco, me deixa orgulhoso porque os meninos conseguem corresponder. Correram muito, fizeram muito, esforço muito grande para conseguir vencer esse jogo. Não era um jogo fácil, que a nível mental exige muito. Jogo de cuidados. Fizeram um grande jogo.

Pedro comemora gol do Flamengo contra o Fluminense — Foto: André Durão

— Falando disso (reforços), é um assunto recorrente. A diretoria sabe as características dos jogadores e das posições que a equipe precisa. E estão trabalhando para que isso aconteça. Eu, enquanto isso, tento sempre tirar o máximo dos jogadores que eu tenho, fazer com que o time vença com as peças que tenho na mão. Eu sempre sou um homem de clube. O que eu clube decidir, estou encantado de poder ajudar.

Situação do Viña

— Sobre o Viña, não podemos que nunca esquecer que um jogador que entra no campo - não importa se ficou dez, meses ou dois anos parado -, vai ser sempre julgado no momento em que está. É um jogador que ficou dez meses fora, quase não teve minutos. Só entrou 15 minutos contra o Fortaleza, 15 contra o Los Angeles e hoje outros dez, 15. Ainda não jogou 90 minutos, nem 45. Tô tentando fazer com que ele jogue para somar esses minutos que o treino nunca vai dar. O treino condicionar, mas só o jogo poderá dar esse "plus" que falta para aguentar os 90 minutos. Como treinador, eu tenho que ter o cuidado necessário e também entender que, uma vez que ele entre em campo, ninguém vai lembrar que o Viña ficou dez meses (fora), que se esforçou, lutou. Vão cobrar o rendimento imaginando o Viña antes da lesão. Meu trabalho também é protegê-lo dessa forma. Conforme for evoluindo e melhorando fisicamente, ele vai somando minutos. O resto ele já tem.

Negociação de Wesley com a Roma

— Já passei por essa situação que ele está passando, a ansiedade de saber o que vai acontecer com o futuro da vida dele. Não é só a carreira. O jogador fica ansioso, apreensivo e eu noto isso que não está com a melhor cabeça para jogar. Mesmo assim, ele se colocou à disposição da equipe se precisasse, conversei com ele e está bem. Mas obviamente não é fácil se concentrar em tudo que está na cabeça dele. Estou tentando ajudar da melhor forma possível. Existe a possibilidade real (da saída). E, se isso acontecer, vamos tentar a reposição. Mas é um assunto da diretoria.

Tabu contra o Bragantino

— Sempre é difícil jogar fora de casa no Brasileirão, pelas dificuldades que existem nesse campeonato tão competitivo. Ainda não estudei, mas conheço bem o Bragantino, conheço muito bem o (Fernando) Seabra e a forma como ele joga, a forma como era no Cruzeiro e agora. É referência para todos os treinadores. Sem dúvida, será um jogo muito difícil, até porque sei que pouparam jogos para quarta-feira. Mas temos que ganhar porque a caminhada é longa e precisamos dos pontos.

Como enxerga o Cruzeiro?

— É um grande candidato ao título. Fizeram grandes contratações no início do ano e, principalmente, a contratação de um treinador que chegou e organizou rapidamente essa equipe recheada de jogadores novos, estrelas e novos no clube, com essa fome e ambição de fazer história no Cruzeiro. E a gente nota isso: um time muito organizado. Vão estar brigando até o final. O campeonato é longo, ainda faltam muitos jogos para todos nós, mas, sem nenhuma dúvida, é um candidato.

Impacto das entradas de Wallace Yan e Matheus Gonçalves

— O que eu mais quero é que eles driblem e sejam ousados. Foi o que eu pedi para o Cebolinha antes do jogo: "pode ir em todas para cima, errar 50 vezes, mas que erre tentando". É o que eu quero. A fase de construção e estabilidade da equipe passa por uma série de jogadores em que os jogadores de ataque não participam. Eles têm que resolver na hora que a bola chega no pé deles. Aí tem uns que estão melhores, outros não tão inspirados no dia. Mas eu não só olho para essa ousadia. Tenho que olhar para como o jogador está com a bola, quantas jogadas cria, como defende, recompõe, pressiona. Tenho que olhar todos os aspectos do jogo, depois decido pelo que a equipe como um todo precisa. Prefiro colocar alguns jogadores em alguns jogos, outros como opção de segundo tempo. Meus zagueiros saem driblando muitas vezes, peço isso a eles. Sou o que menos quer que o jogo só lateralize, gosto que sejam ousados.

Meio-campo do Flamengo

— O nível que o Allan tá apresentando é extraordinário. Esse ano, chegou querendo, falando e tocando na porta do treinador a cada vez que entrava, a cada minuto. O futebol devolve. É um jogador que está nos dando muito, não só com a bola no pé na saída, na construção, mas também defensivamente. Melhorou muito esse aspecto, que para mim era o principal que tinha para melhorar. Hoje, é importantíssimo como todos os outros. Não só o Allan, mas o Evertton (Araújo) que só entra em fogueira, sempre falo para ele que nunca há um jogo simples para ele entrar. E sempre entra bem, fazendo o que se pede. O nosso meio-campo é muito forte. Esperamos recuperar o Erick (Pulgar) e o Nico (De la Cruz) o quanto antes, pois precisamos.

Busca por volantes

— Nós temos cinco primeiros volantes. O Gerson poderia fazer também essa função e jogou muito tempo nessa posição. Com cinco volantes, com todos disponíveis vai ser difícil gerir esses cinco. Temos que pensar quando todos estiverem bem, mas, claro, que no Brasil, é muito difícil ter todos disponíveis. Mas acredito que estamos bem servidos de volantes. Temos que procurar outras posições.

Everton Cebolinha

— As cobranças que se fazem pra ele não levam ao caso a lesão gravíssima que esse jogador teve no ano passado. É muito grave um jogador tão explosivo como ele romper o tendão de Aquiles. Muito grave. E, da minha parte como treinador, eu posso dizer que eu estou encantado com ele. Porque é um jogador que treina muito, se esforça muito. Não importa se joga um minuto, dois minutos, noventa minutos, está sempre dando o melhor que tem. Às vezes, não está na sua melhor forma, mas é um jogador que sempre está dando o seu máximo. Está nessa fase ainda de readaptação dessa lesão gravíssima que teve, é um jogadoraço. A gente sabe a dificuldade que é achar pontas do nível do Cebolinha no mercado. Hoje, é o único ponta esquerda natural que temos disponível no elenco. O Michael está com o (lesão) no tornozelo, o Bruno Henrique está suspenso. Então era a única solução natural, eu tenho toda confiança nele. E para mim fez um ótimo jogo dentro da proposta que eu queria. É claro que tem muito a evoluir e só vai evoluir com minutos, com essa sequência e com carinho. Para mim, está no elenco, eu dou a vida pra poder recuperar esse tipo de jogo.

Dificuldade de jogos contra o Fluminense

— É uma equipe que jogou com linha de 5, mas a todo tempo tentou nos pressionar. Os jogadores conseguiram achar soluções para romper essa pressão. Falar primeiramente que a gente só tem uma ideia de como o adversário vai se comportar um dia antes do jogo, pelo que vocês (imprensa) filtram. O Fluminense jogou contra o Cruzeiro contra uma linha de 4, só jogou com 5 no Mundial. Para nós, temos que pensar em todas as possibilidades, e aí preparar o que pode acontecer no campo. Hoje, sabendo que é um time com tanto encaixes e muito pressionante, que sai em transição, eu optei por trazer mais jogadores em uma primeira fase para ter mais controle, empurrá-los para baixo. Depois, furar esse bloco é muito complicado, e vimos a dificuldade que tiveram no Mundial para fazer isso. Muito parecido com o que foi o São Paulo no jogo anterior. Fizemos a mesma proposta, mas tivemos mais volume e conseguimos machucar mais a defesa do São Paulo, talvez até por ter sido o primeiro jogo do (Hernán) Crespo. Hoje conseguimos, no segundo tempo, botar mais esse volume, tivemos mais paciência. No fim, entendi que só poderíamos entrar por fora, e optei pela escalação final. Deu certo.

Demora para ser incisivo no ataque contra o Fluminense

— Sempre é culpa do treinador, né? Mas é um mérito do Fluminense, que defende muito bem, que tem cinco defensores na linha de defesa. Tem volantes que tem muita força física, o Canobbio atacando, marcando, pressionando toda hora, Everaldo se esforçando mais que nunca. Não é fácil jogar contra o Fluminense. Então, o jogo tem 90 minutos, ele nos vai dar possibilidades e sempre quando veem adversários assim que jogam de uma forma tão agressiva, com encaixes, só resta ter paciência para as chances chegarem. E, hoje, uma fase do jogo que é muito importante também que a bola parada nos deu esse resultado. Já tinha dado um aviso antes e nos deu o resultado que tanto queríamos.

Como lida com a pressão de comandar o Flamengo?

— Eu sou muito apaixonado pelo que eu faço. Gosto muito de viver sob essa pressão, me sinto confortável. Estou há muito tempo no meio do futebol. Já me senti afetado por críticas, hoje lido muito bem com essa situação. Vivo muito bem nesse caos, porque para trabalhar no Flamengo você precisa saber lidar com ele. Tem que saber viver no meio dessa loucura que é o clube. Desfruto, porque quando uma pessoa é apaixonada pelo que faz e tem o apoio da família, eu aproveito. Gosto até de quando a fase é ruim. Vai longe essa profissão aqui.

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Fonte: Globo Esporte
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