Apresentado pelo Flamengo, Danilo revela pressão de Paquetá e Vini Jr: "Botaram pilha"

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Antes do jogo contra o Sampaio Corrêa, no Maracanã, pela sexta rodada do Campeonato Carioca, o Flamengo apresentou nesta quinta-feira seu segundo reforço para a temporada. Com uma carreira consolidada na Europa, onde defendeu Porto, Manchester City, Real Madrid e Juventus, Danilo volta a jogar no Brasil aos 33 anos de idade. Contratado para atuar como zagueiro, ele assinou contrato até dezembro de 2026.

Danilo desembarcou no Rio de Janeiro na terça-feira. No dia seguinte, realizou exames médicos e assinou contrato com o Flamengo no Ninho do Urubu. Ele vai usar a camisa 13 e em sua apresentação contou com a presença dos pais, Maria José e José Luiz, no auditório do Maracanã.

Durante a apresentação, Danilo lembrou sua relação de torcedor com o clube. Inclusive, contou sobre uma conversa com Lucas Paquetá e revelou uma pressão externa de ex-jogadores do Flamengo para que acertasse com o clube.

- Paquetá e Vini me pressionaram a beça, botaram pilha o tempo inteiro. Estava falando com o Paquetá, e ele falou: "Essa sensação de jogar pelo clube que você torce é magnífica". Ontem, no Ninho, também hoje, em vários momentos, eu parava dentro da estrutura e ficava olhando nas paisagens, que têm se misturando com as imagens do Flamengo se misturando com o escudo. Já estou arrepiado outra vez porque realmente é uma coisa que vem do fundo do meu coração, era um sonho que em determinado momento ficou talvez muito guardado, porque em algum momento eu não pensava em voltar para o Brasil, pensava em jogar só no futebol europeu, mas aconteceu dessa forma, e eu acho que foi a melhor escolha. - contou.

Danilo ao lado de José Boto, dirigente do Flamengo, em apresentação — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Danilo também fez questão de exaltar o Flamengo em uma comparação com os clubes europeus. O jogador tinha proposta do Napoli para seguir na Itália.

- Diretor (Boto), se me permite, eu queria só te corrigir uma coisa que, quando você fala que o Flamengo estava competindo pela minha contratação com os grandes, queria dizer que o Flamengo em nenhum momento, em nada deixa a desejar ou não consegue competir em termos de grandeza e de história, de tudo aquilo que possa ser muito importante no futebol mundial. A realização realmente de um sonho de criança é uma coisa que, além de todo o projeto, de toda a estrutura, aquilo que o Flamengo pode vir a representar na minha carreira e lutar por títulos e coisas importantes, certamente. Que certamente falou o coração, falou aquilo que quer dizer a emoção e acho que depois dos últimos seis meses que foram um tanto quanto complicados para mim em Turim, eu estava precisando desse carinho. Só esses dois três dias que eu estou aqui no Flamengo , ainda sem ter um contato com a torcida, sem vestir a camisa para jogar, já valeu a pena a minha escolha. Então estou muito feliz, muito agradecido e espero que a gente possa fazer um grande trabalho durante este ano - afirmou Danilo.

Danilo foi para a Europa em 2012, quando defendia o Santos. Ele esteve nas duas últimas Copas do Mundo, atuando como lateral-direito. Ele tinha contrato com a Juventus até o meio do ano, mas entrou em acordo e acertou a rescisão antes de assinar com o Flamengo .

Pais de Danilo, Maria José e José Luiz, na apresentação do jogador no Flamengo — Foto: Thiago Lima

Momento de chegar ao Flamengo

"Eu decidi vir pro Flamengo porque ou eu viria agora, que é um momento onde eu me considero ainda fisicamente, mentalmente muito preparado, ou eu não viria, porque nunca queria viria para o Flamengo simplesmente para estar no clube e não produzir, não ser capaz de produzir não ser capaz de influenciar."

Relação com o Flamengo

"Ontem quando eu cheguei lá no lá no Ninho foi um momento muito especial porque lá tem várias fotos. Para ser mai,s exato principalmente, a do Pet, no gol do contra o Vasco, aquele de falta contra o meu amigo Hélton (risos). A comemoração onde ele abre os braços, depois cai para trás assim, me passou um filme na cabeça sabe, porque ali, naquele momento eu tinha 12 anos, sonhava em conseguir ser um atleta profissional. Muitas vezes conversava com o meu pai, e meu pai falava quem sabe um dia você consiga jogar uma Copa São Paulo algo do gênero. Com todo respeito à imaginação que meu pai poderia ter, eu pensava em alcançar muito mais. Meu objetivo era muito maior, e quando eu cheguei lá, me passou aquele filme de voltar a ser menino assim sabe, de de pegar uma bola de borracha no campinho de terra lá em Bicas e ficar batendo faltas e pensando que eu era o Pet. É uma coisa muito difícil de explicar."

Contato com Filipe Luís

"Foi importante ressaltar que o Filipe me ligou, a gente tem uma relação muito bacana e de muita proximidade desde todos os momentos na seleção brasileira, a gente sempre foi muito próximo. Mas Filipe não teve que me convencer, de certa forma, como se é dito. Acho que qualquer coisa que um treinador possa dizer é muito menor do que aquilo que representa jogar pelo Flamengo ."

Danilo em apresentação no Flamengo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Posição em campo

"Jogar como zagueiro é uma posição que eu tenho completamente dominada, jogando já há alguns anos no futebol italiano, que é uma escola de defensores e que me agregou muito na carreira. É uma posição que eu me sinto completamente confortável e que no time do Filipe passa muito a construção das jogadas, a construção do jogo passa muito pelo pé dos zagueiros, então é o que eu gosto de fazer, eu gosto de construir, descobrir os tempos, direcionar as jogadas. Então, como eu disse, é uma posição que eu estou completamente adaptado. Essa volta ao futebol brasileiro nessa posição acho que também pode me abrir novos caminhos, pode me dar novas perspectivas e eu estou sempre aberto a novos desafios, o que não quer dizer que eu também não posso ajudar em algum momento, caso for necessário, como lateral direito, esquerdo, como meio campista. Acho que no meu tempo de Juventus eu escolhi a camisa número 6 justamente por isso, porque nunca me considerei apenas um lateral direito, sempre me considerei um jogador que podia atuar em qualquer posição do sistema defensivo, isso graças a sorte que eu tive de poder conviver com grandíssimos treinadores e absorver deles o máximo possível para poder empenhar em campo. Então acho que eu chego no Flamengo muito preparado e com toda bagagem suficiente para poder ajudar onde quer que o treinador necessite."

Brincadeira com Gerson

"Eu fiquei até bastante chateado com o Gerson, porque eu cheguei lá no Ninho e ele não estava (risos). Eu liguei pra ele e falei: "Você me falou tanto pra vir pro Flamengo , e quando eu chego, você não tá aqui pra me receber". Mas, brincadeira à parte, ele foi sempre um grande incentivador da minha vinda para cá, o Gerson. Todo esse tempo também que a gente tem convivido na seleção brasileira e que ele vem crescendo de uma maneira muito importante, não só em campo, mas também em personalidade. Eu sempre falo pra ele, quando ele chega na seleção brasileira, que ele é o capitão do maior clube do Brasil, e de um dos maiores clubes do mundo. Então, esse peso dessa capitania precisa ser sentida também na seleção brasileira, e isso ele vem fazendo e vem crescendo. Eu estou muito satisfeito por isso. Mas a gente para um pouco por aí. Acho que a maior pressão, digamos assim, de vir pro Flamengo , além desses jogadores que eu citei, e claro, do Alex Sandro, porque eu costumo dizer pra ele que ele não vive sem mim, eu sempre tenho que vir pra poder a gente continuar a jornada. Acho que a maior pressão sempre veio de Bicas."

Decisão de deixar a Juventus

"Acho que foi a união, né, de duas coisas, né? A Juventus é um clube, provavelmente o clube mais importante na minha carreira, onde eu construí uma história maravilhosa e uma sinergia com os torcedores, com os jogadores, com a cidade, onde eu fui muito feliz durante cinco anos e meio. Entretanto, nos últimos tempos, com mudanças internas e algum planejamento em que, provavelmente, eles entendiam que eu não não coubesse, mas não por questões futebolísticas. Isso foi o que me chateou muito e me fez sofrer. A partir desse momento, onde eu me encontrava no clube, onde eu passei mais tempo no clube, onde eu me tornei o primeiro capitão estrangeiro da história, representando a história dos jogadores brasileiros no futebol italiano, que eu considero muito importante. A partir do momento que eu tive essa dificuldade, que foi lidar com uma coisa que era, que não tinha a ver com as minhas capacidades de campo, eu entendi que era um momento de buscar novos ares porque me fez sofrer bastante, e eu entendi que eu precisava ir para um lugar onde meu coração batesse mais forte. Eu não precisava de um projeto só esportivo. Com todo respeito a todas as outras situações que eu tive e que eu poderia escolher. Mas acho que foi a união das duas coisas um momento de muita dificuldade onde como eu falei eu deixei de ser protagonista por questões extracampos, que me deixaram ainda mais chateado. E também a oportunidade de jogar no Flamengo . Então acho que foi o encaixe perfeito o destino quis assim, Deus quis assim e, certamente, como eu falei já nesses dois três dias foi a confirmação de que eu fiz a escolha certa."

Pressão da família

"A pressão de Bicas veio forte. A torcida do Flamengo lá é sempre muito calorosa e me cobrava bastante. Minha família, não só a família próxima, mas a família de uma forma ampliada, primos, parentes mais distantes, a grande maioria é flamenguista. E o Flamengo é muito grande, o Flamengo chega em lugares onde outros clubes, instituições não chegam. O Flamengo mexe com um sentimento que dificilmente outros clubes e instituições conseguem mexer. Então, a pressão de lá veio forte, meus irmãos sempre tinham isso em mente. Grandes amigos também que sempre, cada ano, falavam, "cara, você ainda vai jogar no Flamengo , você ainda vai jogar no Flamengo ". E eu vi isso como uma coisa muito, muito distante. Mas eu considero que eu tenho uma missão no futebol, que não é só dentro de campo. Eu acho que a gente tem uma missão muito importante. Também influenciar as pessoas em lutar por causas com a nossa voz, né? Dentro do do futebol pode ajudar em várias causas muito importantes e eu considero que essa minha volta ao Brasil tem muito disso também, sabe? Estava muito escrito isso, claro que eu quero ganhar, eu vivo disso, eu vivo de troféus e desafios. Entretanto, essa minha volta ao Brasil tem muito disso também, para que eu possa seguir esse trabalho também de influenciar em outras áreas, de ser espelho para a nova geração, não só de futebolistas, mas também de de pessoas em geral, né?"

Vini Jr e Paquetá

"Falando especialmente do Vini e do Paquetá, eles ficaram extremamente felizes, assim, eu liguei pra eles de vídeo e eles falaram, "cara, vai ser super maneiro, pô, eu estou super empolgado, nem acredito", porque eu acho que era uma coisa muito distante, assim, né? Eu ganhei essa marca de jogador do futebol europeu, afinal, foram 13 anos do futebol europeu, saindo aos 20. Então, acaba que isso acaba parecendo uma coisa distante, né? Então, acho que essa minha volta, como eu falei, tem muito disso também do extra-campo. E eu considero muito importante também a volta, por exemplo, do Oscar. Agora, a hipotética volta do Ney também. Já tem o Alex Sandro. Enfim, tem vários jogadores também retornando no momento em que eles podem fazer a Liga de Futebol Brasileiro muito mais forte e também mudar um pouco a imagem daquilo que foi a imagem do jogador brasileiro em todos os tempos, né? De uma forma onde a gente possa fazer bem, ser bons atletas, ser bons exemplos e se preocupar também com causas, talvez, extra-campo, que é uma coisa que a gente pode fazer."

Mundial de Clubes

"Sem dúvida nenhuma consegue (competir no Mundial), sem dúvida nenhuma consegue. Aquilo que eu encontrei nesses primeiros dois dias, eu posso resumir em estrutura e organização, foi uma coisa que me deixou muito surpreendido, uma estrutura incrível, uma organização incrível, muita gente trabalhando, muita gente dando suporte para os jogadores de uma maneira extremamente profissional, eu acho extremamente qualificada e qualidade dos jogadores, qualidade dos trabalhos técnicos e que é o primordial. Eu acho que tem uma coisa que talvez eu possa agregar e ajudar, é fortalecer a mentalidade, é uma coisa que me levo muito a grandes lugares durante a minha carreira, que esse time do Flamengo certamente tem, porque ganhou muitas coisas nos últimos anos. Então são jogadores extremamente fortes, competitivos, mas acho que eu posso agregar muito nessa questão de mentalidade, em ser constante, em trabalhar todo dia com a mesma determinação, com o mesmo empenho, com a mesma entrega. Cuidando dos detalhes, cuidando de cada detalhe, para que a gente possa competir de uma maneira ainda mais forte no Mundial de Clubes. Mas sem dúvida nenhuma, o Flamengo nessas competições onde vai enfrentar hipotéticos adversários considerados pelos outros, talvez mais qualificados, tem grandes chances de poder disputar de igual para igual e chegar o mais longe possível."

Quando estreia

"Eu tenho que perguntar para o Filipe (risos). É claro que não estou na minha melhor condição porque não vinha jogando há algum tempo, mas nesse momento acho que a experiência e a empolgação me ajudam bastante, então espero estar disponível para o domingo e estar à disposição porque não vejo a hora de jogar."

Ansiedade

"A questão da ansiedade já bateu, já tá batendo. Já estou doido para jogar aqui no Maracanã. Eu tive a oportunidade de jogar pela seleção brasileira algumas vezes. Joguei o último jogo antes do Maracanã fechar para reforma, um Santos e Flamengo . Mas, certamente, jogar pelo Flamengo vai ser uma emoção muito diferente de tudo. Hoje, nesse momento, o Maracanã é a casa do Flamengo , sempre foi. Então passa a ser a minha casa também. E a nossa casa a gente cuida com carinho, com atenção. Eu sou muito caseiro, então eu gosto de estar em casa. Então a ansiedade para jogar no Maracanã pelo Flamengo já tá desde o momento que eu decidi que ia vir pra cá."

Estrutura do Flamengo

"Em questão de estrutura, complementando a resposta que eu dei antes, o Flamengo não deixa nada a desejar pros grandes clubes da Europa. Não estou falando de clube mediano ou de qualquer clube que esteja pela Europa, não. O Flamengo tem uma estrutura muito importante pros atletas, uma estrutura muito funcional onde tudo funciona. Mas não adianta você ter uma estrutura física de um altíssimo nível e o material humano deixar a desejar. Então acho que o Flamengo está no caminho certo para poder continuar ganhando coisas importantes, continuar sempre disputando coisas importantes e estar atraindo também grandes jogadores do futebol europeu, de outros mercados, porque isso conta muito essa questão estrutural para o dia a dia para a preparação para o desempenho. Então o Flamengo não deixa nada a desejar é com as estruturas dos clubes com qual eu tive eu tive o prazer de jogar."

Problema na Juventus

"Sim, sofri muito nos últimos seis meses, acho que aqui não vale a pena estar falando de nomes. Eu fiz uma carta muito emotiva, onde eu falei tudo do meu coração e ali diz muito aquilo que eu penso sobre o momento atual da Juventus, a qual eu torço e acompanharei para o resto da minha vida, porque foram momentos incríveis e mágicos que eu passei ali dentro. Mas a Juventus sempre foi família, a Juventus sempre foi um pelo outro, a Juventus sempre foi cuidar dos detalhes e principalmente da parte humana. E isso nesses últimos seis meses se perdeu um pouco e acho que os últimos resultados e os últimos acontecimentos se devem muito à perda dessa identidade que é família, que é cuidar os detalhes, que é cuidar do lado humano dos atletas, das pessoas que lá trabalham e eu acho que quanto mais cedo retomar esse caminho, mais cedo se reprogramar e voltar para essa identidade, os resultados vão voltar a acontecer."

Estilo de Filipe Luís

"Eu falei muita coisa aqui, talvez muito metódico, assim, muita teoria e muitas coisas, mas o Flamengo é vitória, o Flamengo é pressão, o Flamengo é pressão por resultado, o Flamengo é empolgar o torcedor, o Flamengo é um jogo agressivo, um jogo pra frente, um jogo onde muitas vezes a raça vem primeiro da técnica, o Felipe sabe muito bem disso e além disso ele tá preparando sempre o time nos máximos detalhes, com o máximo cuidado. Vejo o Filipe com um futuro muito brilhante como treinador, para mim tá sendo até um pouco estranho, não sei como chamar ele, de mister, de professor, não sei bem, mas ainda vou me acostumar. E ele, o que mais me surpreendeu, talvez não me surpreendeu, mas que eu fiquei muito feliz nesse meu primeiro contato com o Filipe como treinador, foi a humildade dele de dizer, "cara, eu estou começando como treinador a minha trajetória, eu tenho muito ainda pra aprender. Estou extremamente aberto ao debate, estou extremamente aberto aos conselhos, extremamente aberto às conversas". Isso me deixou muito satisfeito, não só por mim, mas tem jogadores incríveis ali no Flamengo de muita experiência e que podem sempre contribuir para a montagem do time, para o sistema tático, para a estratégia do jogo, para a fixação de metodologia, então isso me deixou muito satisfeito encontrar o Filipe ainda nesse direcionamento de falar, beleza, ele tem muita personalidade, ele sabe bem o que ele quer para o time, mas ele está aberto também a debates, a escutar, a ser aconselhado e eu acho que isso, acho não, tenho certeza que isso é uma característica que vai fazer dele muito, muito maior do que ele já é.

Jorge Jesus

"Eu acompanhei (o Flamengo do Jorge Jesus). Eu conheço ele bem por enfrentar muitas vezes também contra (em Portugal). Ele sempre foi aquele cara enérgico, de sangue na veia e não foi acaso que a torcida do Flamengo abraçou ele."

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Fonte: Globo Esporte