O técnico Zé Ricardo evitou se empolgar com a vitória por 3 a 0 do Flamengo sobre o Santa Cruz, penúltimo colocado do Campeonato Brasileiro, no domingo, no Pacaembu. A três pontos do líder Palmeiras e agora com 11 gols de saldo de desvantagem, a equipe conta com ao menos dois tropeços do concorrente nas últimas nove rodadas para conquistar o título.
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"Vamos deixar claro que a nossa briga é com a gente mesmo primeiro, para jogar bem e manter um nível de competitividade alto. O Palmeiras é consistente, isso ninguém pode negar, mas sabemos que muita coisa ainda vai acontecer. Precisaremos nos superar a cada rodada", discursou Zé Ricardo.
O que o técnico já considera insuperável é a diferença de gols do Palmeiras em relação ao Flamengo - dessa maneira, apenas igualar a pontuação do líder não será o bastante para assumir a ponta de classificação. A distância no saldo até diminuiu na rodada (o concorrente fez 2 a 0 sobre o lanterna América-MG), mas não o suficiente para entusiasmar o comandante do vice-líder da competição nacional.
"É lógico que não podemos falar que seja impossível, faltando nove rodadas, mas acho muito difícil passarmos o Palmeiras no saldo de gols. Os jogos são equilibrados, decidido nos detalhes, contra equipes difíceis", justificou. "Vamos focar em aumentar o rendimento, apresentando um melhor futebol a cada jogo. Isso, sim, vai nos aproximar da conquista".
Para Zé Ricardo, as adversidades do Flamengo também são maiores do que as do Palmeiras quando analisados os últimos compromissos de cada equipe no Brasileiro. O time carioca ainda enfrentará Fluminense, Internacional, Corinthians, Atlético-MG, Botafogo, América-MG, Coritiba, Santos e Atlético-PR, enquanto o paulista terá pela frente Cruzeiro, Figueirense, Sport, Santos, Internacional, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Vitória.
"Talvez a gente tenha a tabela mais difícil", avaliou Zé Ricardo, sem desanimar. "Mas a competição é muito equilibrada e apresentou novos objetivos, com o aumento no número de vagas para a Libertadores. Todos os times terão problemas. No fundo, no fundo, as coisas vão acabar se igualando. Quem estiver mais concentrado, e isso é treinável, levará a melhor", previu, duvidando da possibilidade de Flamengo ou Palmeiras obter um aproveitamento impecável até o final da temporada.
Seja como for, o técnico do Flamengo ainda não quer pensar a longo prazo. A preocupação atual é com o Fluminense, adversário de quinta-feira, no Raulino de Oliveira. "Será uma decisão atrás da outra para todos nós. Mas, sinceramente, a gente faz um planejamento jogo a jogo. Podemos prospectar coisas melhores, um título, internamente, mas temos que ir passo a passo para conseguir isso de forma consistente e equilibrada, sem pular etapas".
FLAMENGO 'PAULISTANO'
Outro ponto de destaque da entrevista do técnico Zé Ricardo foi os elogios ao Pacaembu, palco de duas vitórias do time rubro no Brasileiro. Foi também no estádio municipal de São Paulo que o técnico conquistou a Copa São Paulo deste ano, com uma vitória nos pênaltis sobre o Corinthians.
"Disputei duas Copinhas em São Paulo. Em todas as partidas, a presença de torcedores do Flamengo foi muito marcante. Então, já esperava que a torcida comparecesse aqui. O bom público só está corroborando com as expectativas da direção e dos atletas".
Seja como for, a torcida foi também participativa na capital paulista. Já se sentia em casa muito tempo antes de o locutor do estádio recepcioná-la com o seu tradicional bordão - 'o seu, o meu, o nosso Pacaembu'. Com o jogo em andamento, cantou boa parte do repertório de músicas para incentivar o Flamengo, perseguiu o antigo ídolo Léo Moura (que virou inimigo após processar o clube) e até se divertiu com algumas jogadas do seu lateral esquerdo. "Ão, ão, ão! Chiquinho é seleção!", berraram os rubro-negros.
"Sabemos que o Flamengo tem uma torcida imensa em todos os lugares", disse Zé Ricardo, encarando o tema com naturalidade outra vez, antes de concentrar os seus elogios no Pacaembu. "O estádio tem um gramado muito bom e oferece todas as condições. Quando necessitarmos jogar aqui, ainda teremos o apoio maciço da galera."