As declarações de Eduardo Bandeira de Mello - que disse que, "se ainda fosse presidente" do Flamengo, o incêndio no Ninho do Urubu provavelmente não teria acontecido - não foram bem recebidas pela atual direção do clube. Após resposta em nota oficial , Rodrigo Dunshee, vice-presidente Geral e Jurídico, também se posicionou sobre o ex-mandatário, um dos indiciados pela Polícia Civil em inquérito entregue ao Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o ocorrido.
"Já estávamos notando há algum tempo as declarações do Eduardo Bandeira. Como gestor do Flamengo, recebeu críticas da autoridade policial pois não fez o TAC, que fizemos em três meses, e até mais rigoroso. Ele disse que não queria fazer, até assinou um documento com o juiz e se comprometeu a melhorar. Foi criticado também pois havia um edital de interdição que não teria sido respeitado por ele. Notamos que a autoridade policial colocou Eduardo em uma situação complicada. Jamais fizemos qualquer comentário ou jogamos culpa e responsabilidade nele. Continuamos não jogando. Entendemos que deveria ter defendido sua inocência no processo, como todos têm direito", afirmou Dunshee, em entrevista à FlaTV, nesta segunda-feira, antes de seguir:
"Acho que tem interesses pessoais, é candidato ou pré-candidato, porque jogou uma responsabilidade em cima da nossa gestão que não existe. Na verdade, é quem está com maior peso nas costas. Entendemos a insatisfação dele, mas, como o [Marcos] Braz [vice-presidente de Futebol] disse, foi uma questão oportunista".
Na entrevista à FlaTV, Rodrigo Dunshee foi questionado sobre os impactos do coronavírus nas relações comerciais e contratuais do Flamengo. O dirigente falou sobre as possíveis reduções de vencimentos que serão feitas no clube, além de comentar a rescisão anunciada pelo patrocinador Azeite Royal .
"O impacto nas relações comerciais é inevitável. Não sabemos quanto vai durar a pandemia. 90% dos setores estão sofrendo restrições financeiras. Quem tem dinheiro está preservando o caixa. Tem gente usando a alegação de força maior para não cumprir as suas obrigações, como foi o caso de um patrocinador do Flamengo. Rescindiram com o Flamengo, Vasco, Fluminense alegando que a pandemia e a força maior dá o direito de rescindir o contrato. Não, não dá. As atividades do futebol voltarão, os jogos voltarão. Quem alegar isso terá problemas. É preciso sentar na mesa, negociar, de boa fé, e adimplir as suas obrigações", afirmou Rodrigo Dunshee, que completou:
"Entendo que todo mundo precisa ter uma dose de colaboração, inclusive os funcionários. Quem ganha menos sofre mais. O Flamengo está consciente disso. O presidente Landim não vai deixar de considerar isso".
Imagem: Marcelo Cortes/Flamengo