O Flamengo está fora da Libertadores e adiou mais uma vez o sonho do inédito tetracampeonato continental no país. Se contra o Peñarol nas quartas de final o Rubro-Negro jogou melhor e até merecia passar, no cômputo geral a eliminação foi justa pela campanha ruim no torneio, com apenas 46,6% de aproveitamento (quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas) .
O ge levantou os sete pecados capitais durante a competição que levaram à eliminação rubro-negra na última quinta-feira, após não conseguir furar a retranca uruguaia para tirar o zero do placar no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu.
O Flamengo , assim como o Peñarol, classificou-se como segundo no grupo, mas decidiu fora de casa nas quartas de final porque fez dois pontos a menos do que os uruguaios na fase de grupos. E dois pontos foram justamente o que o Rubro-Negro entregou de bandeja logo na estreia. O time vencia o Millonarios em Bogotá, na Colômbia, por 1 a 0 e tinha um jogador a mais em campo, mas cedeu o empate.
Tite e a comissão técnica optaram por rodar o time e poupar cinco titulares contra o Bolívar em La Paz: Varela, Ayrton Lucas, Pulgar, Arrascaeta e Pedro. Não é raro clubes brasileiros preservarem jogadores na temida altitude de 3.600m acima do nível do mar na fase de grupos, mas como o Flamengo já tinha tropeçado na estreia, a derrota por 2 a 1 pesou para a campanha ruim.
O Flamengo tirou o escorpião do bolso e contratou quatro jogadores na janela do segundo semestre: Alcaraz, Michael, Plata e Alex Sandro. Mas só o fez após as lesões no elenco, e os reforços chegaram só no final da janela, que ficou aberta de 10 de julho a 2 de setembro. Primeiro a chegar, Michael foi anunciado em 22 de agosto, e Plata, o último, oito dias depois. Com isso, Tite teve pouco tempo para entrosar as caras novas. Alcaraz, por exemplo, contratação mais cara da história do clube, sequer entrou em campo contra o Peñarol.
A lesão mais sentida no Flamengo foi a de Pedro, que rompeu ligamento do joelho esquerdo em treino da Seleção. A perda, que ocorreu logo após o fim da janela, fez o clube debater internamente a contratação de mais um jogador, mas este teria que estar livre no mercado (como por exemplo o Corinthians fez com Memphis Depay, que também foi oferecido ao Rubro-Negro). Internamente, o futebol era a favor de fazer uma aposta desse tipo, mas a decisão da diretoria foi não dar esse passo.
Após muitos altos e baixos na temporada, o Flamengo mesmo sem Pedro vinha de duas atuações muito boas seguidas, contra Bahia na Copa do Brasil e Vasco no Brasileirão. Porém, para o jogo de ida contra o Peñarol, Tite decidiu fazer uma mudança na escalação para encaixar De la Cruz. Mas para isso ele tirou Léo Ortiz, que vinha sendo destaque do time jogando improvisado como volante. A equipe sentiu, ainda mais que o uruguaio, que voltava de lesão, entrou muito mal, e o time perdeu por 1 a 0.
No jogo de volta no Uruguai, Tite corrigiu o erro e recolocou Léo Ortiz no lugar de Pulgar. O time jogou bem, mas faltou repertório ofensivo para furar a retranca do Peñarol. Foram 11 finalizações, mas só duas no alvo. Por sinal, não foi um problema exclusivo dessa partida. Desde a lesão de Pedro, o Flamengo tem muita dificuldade para estufar as redes. Em cinco partidas, fez só quatro gols, sendo dois deles com o time reserva contra o Grêmio.
Pesa para essa baixa produção ofensiva não só a ausência de Pedro, mas a queda de rendimento de suas principais figuras. Arrascaeta tem vivido de lampejos. De la Cruz, que chegou para ser solução, não é nem perto o jogador que foi no primeiro semestre e parece ter sentido o peso do calendário brasileiro. E Bruno Henrique e Gabigol, que são remanescentes do ano mágico de 2019, não conseguem render como antes. BH só voltou a ser titular após a lesão de Cebolinha, e o camisa 99 está em crise técnica há mais de um ano.
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