O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recorreu da decisão que absolveu sete réus acusados pelo crime de incêndio culposo no Centro de Treinamento do Flamengo, tragédia que resultou na morte de dez adolescentes em fevereiro de 2019. O recurso foi assinado por promotores de diversos grupos do MPRJ e visa a responsabilização dos envolvidos, alegando negligência na garantia de condições seguras de alojamento.
Detalhes do incêndio
O incêndio ocorreu na madrugada de 8 de fevereiro de 2019, quando um curto-circuito em um ar-condicionado, que estava ligado continuamente, provocou as chamas. Na tragédia, dez adolescentes perderam a vida, e três outros ficaram feridos. As vítimas foram identificadas como Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15).
Réus e acusações
Os réus absolvidos são:
- Antonio Marcio Mongelli Garotti
- Cláudia Pereira Rodrigues
- Danilo da Silva Duarte
- Edson Colman da Silva
- Fábio Hilário da Silva
- Marcelo Maia de Sá
- Weslley Gimenes
O MPRJ apela à condenação dos réus por incêndio culposo qualificado, com base em alegações de negligência e omissões que, segundo a promotoria, contribuíram para a tragédia. Além disso, destaca-se que o Ninho do Urubu não possuía alvará de funcionamento, sendo considerado clandestino e perigoso pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Importância do recurso
O recurso do MPRJ é fundamental para buscar a responsabilização dos envolvidos. A promotorias argumentam que a falta de condições seguras no alojamento dos adolescentes configura grave descaso por parte dos réus. A decisão de recorrer reflete uma preocupação em assegurar justiça e evitar que situações similares se repitam no futuro.
Impacto e desdobramentos
A repercussão do caso continua a ser significativa, tanto na mídia quanto entre os torcedores do Flamengo. A tragédia do Ninho do Urubu levantou questões importantes sobre a segurança em centros de treinamento e a responsabilidade legal de clubes em relação aos seus atletas.
Com o recurso, o MPRJ busca não apenas uma nova avaliação do caso, mas também um posicionamento claro sobre a responsabilidade dos réus diante da tragédia que comoveu o Brasil. O desfecho deste processo pode ter implicações importantes para a legislação sobre segurança em instalações esportivas e a proteção de jovens atletas.
A sociedade aguarda um desfecho que traga justiça para as vítimas e suas famílias, assim como um reforço na necessidade de melhorias nas condições de segurança em centros esportivos.
