
Constante alvo de clubes brasileiros, Marcelo Moreno está livre no mercado após duas temporadas defendendo o Changchun Yatai-CHI. Depois de marcar 13 gols e ajudar a equipe a escapar do rebaixamento na Liga Chinesa, o boliviano aguarda uma definição do seu futuro enquanto passa férias em Porto Alegre.
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Depois de ser emprestado ao Cruzeiro e vencer o Campeonato Brasileiro sob comando do técnico Marcelo Oliveira, em 2014, ele foi defender o time chinês.
"Eu consegui fazer duas ótimas temporadas. No início tem aquela turbulência pelo fato de ser tudo novo e isso te traz um novo desafio. Você a cada dia se cobra mais e ser mais profissional para dar seu melhor. Depois que me foquei mais as coisas evoluíram".
O maior problema logo que chegou ao país foi com a comunicação com os habitantes locais e fazer as coisas mais cotidianas.

"No início era muito mímica, que era minha melhor amiga (risos). Toda hora falando com tradutor e tentando se fazer entender".
"China é totalmente diferente, outra cultura e nos surpreendemos com muita coisa. Como os jogadores e comportam com as situações da vida e do futebol. O idioma é difícil e isso só complica as coisas. Depois, você ganha a confiança deles e vai se soltando".
Além do Brasil, Moreno já jogou na Ucrânia, Inglaterra e Alemanha. Porém, em nenhum deles o atleta acredita ter visto tantas situações diferentes.
"Eu morei em vários países, mas esse foi o mais difícil, com certeza. A minha cidade tem 8 milhões, para o Brasil é gigante, mas lá não. Muitas pessoas não falam inglês, por isso fica mais difícil se comunicar. Com o tempo peguei umas coisas e fui sendo ajudado pelos habitantes".
O boliviano diz ter algumas propostas, mas ainda não definiu seu futuro para a próxima temporada.
"Meu contrato vai até 31 de dezembro e o clube quer renovar comigo. Ainda estou pensando nisso, tenho sondagens de times da China, Brasil e Europa. Quero ver o que é mais concreto eu tomarei uma decisão. Não posso errar porque é um lugar que farei muitos gols com certeza".
"Eu devo definir isso até o final do ano. Quando o mercado esquentar mais, o Brasileiro irá terminar e ficará mais forte em negociações".
Ele também não descarta um retorno aos times que atuou no Brasil, como Cruzeiro Vitória, Flamengo e Grêmio. "Eu sempre fui muito bem recebido em todos os clubes que joguei. Por onde passei consegui grandes coisas e tenho carinho por eles. Se tiver uma proposta eu vou pensar com esse sentimento que temos pelo clube que joguei".

TRISTEZA NO FLAMENGO
Entre todas as equipes que defendeu no futebol brasileiro, Marcelo Moreno revela que ficou chateado com sua passagem pela Gávea, em 2013.
"Tem situações que precisamos tomar algumas decisões. Eu gostaria de estar 100% quando fui ao Flamengo. Não estava no meu melhor momento porque estava três meses afastado no Grêmio depois de problemas com o Luxemburgo. Era um time que queria muito mostrar meu trabalho e que infelizmente não consegui. Tive muito pouco tempo de preparação".
O centroavante perdeu espaço para Hernane Brocador, fez 21 partidas e marcou cinco gols com a camisa rubro-negra.
"Mesmo assim, consegui uma Copa do Brasil, mas individualmente não consegui mostrar meu futebol. Seria essa uma coisa que me dói muito. Sempre tive apoio do torcedor flamenguista e queria retribuir mais dentro de campo. Não foi o momento certo, mas tentei de tudo para estar bem. Isso pesa, porque queria dar alegria o torcedor flamenguista como dei nos outros times que passei".

VOLTA EM GRANDE ESTILO À SELEÇÃO
Outra mudança na carreira do jogador foi o retorno à seleção boliviana, após ficar 14 meses afastado por problemas com Julio César Baldivieso, antigo treinador da equipe. Com a chegada de Ángel Guillermo Hoyos, o ex-cruzeirense voltou e marcou um gol na partida contra o Paraguai por 1 a 0 nas Eliminatórias para a Copa do Mundo.
"Foi muito emocionante. Depois de tanto tempo voltar e fazer um gol, a seleção precisava vencer. Para mim, a seleção sempre será tudo. É o máximo para jogador de futebol. Graças a Deus estamos indo pelo caminho certo e torcemos para que voltem os quatro pontos que nos foram tirados. Acho que é o justo".
A Bolívia perdeu a pontuação depois de ter sido acusada de ter escalado de forma irregular o zagueiro Nelson Cabrera, que é paraguaio naturalizado boliviano.
A equipe ocupa a penúltima posição com sete pontos, 12 a menos do que a Argentina, quinta colocada e que está na zona da repescagem.
"Sendo bem realista é bem difícil conquistar uma vaga na Copa do Mundo. Mas temos que buscar fazer nosso trabalho, tentar ganhar os jogos e ver o que como ficará. É muito difícil sonhar com o Mundial agora".