Grupo político do Flamengo pede inquérito contra Bandeira de Mello após declarações sobre incêndio no Ninho

As declarações de Eduardo Bandeira de Mello sobre o incêndio no Ninho do Urubu provocaram reação na política do Flamengo. O grupo "Vanguarda Rubro-Negra" enviou nesta segunda-feira um pedido formal ao presidente do Conselho de Administração, Bernardo Amaral, para a abertura de uma comissão de inquérito contra Bandeira. A informação foi divulgada pelo "UOL" e confirmada pelo GloboEsporte.com.

Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo — Foto: Carlos Trinta

Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo — Foto: Carlos Trinta

O pedido do grupo, guiado por Marcelo Vargas, um dos candidatos à presidência do Flamengo na eleição de 2018, se baseia em dois artigos do estatuto rubro-negro.

24, parágrafo XI: "Abster-se de usar qualquer meio de comunicação para veicular expressões desonrosas contra o FLAMENGO, ou os membros de seus Poderes, em campanha eleitoral, ou em razão de suas funções;"

49: "Veicular expressões desonrosas, por qualquer meio de comunicação, contra o FLAMENGO, ou os membros de seus Poderes, em campanha eleitoral, ou em razão de suas funções."

O artigo 49 prevê duas punições: suspensão por até 360 dias ou eliminação do quadro social.

Na carta, o grupo afirma que Bandeira fez essas declarações para tentar se aproveitar do cargo que exerceu no Flamengo em sua campanha política - o ex-dirigente é pré-candidato à Prefeitura do RIo de Janeiro.

- Considerando o real interesse do representado; foi um arroubo de arrogância e uma tentativa vil para se aproveitar do cargo exercido recentemente no Clube de Regatas do Flamengo, objetivando usá-lo em sua campanha político-partidária - diz um trecho da nota.

Após receber a carta nesta segunda-feira, Bernardo Amaral irá analisar o pedido para instaurar ou não a comissão de inquérito. A tendência é de que uma decisão saia ainda nesta semana.

Entenda a situação

A polêmica começou quando Bandeira, em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, afirmou ter "quase certeza" que o incêndio não ocorreria se ele ainda fosse presidente. Depois da repercussão, ele explicou dizendo que havia a previsão para os meninos da base deixarem os contêineres na virada de 2018 para 2019.

- Se eu ainda fosse presidente, tenho quase certeza que não teria acontecido o incêndio. Fiquei lá seis anos e não aconteceu nada. O que aconteceu ali, eu já não estava mais lá, e sinceramente não sei qual foi a causa. Mas espero que o MP chegue à verdade. Porque é muito desagradável se ter inocentes sendo acusados de maneira totalmente injusta. Um deles sou eu - disse Bandeira.

A declaração resultou numa nota oficial do Flamengo, assinada pelos presidentes de poderes do clube, rebatendo as declarações de Bandeira. No último sábado, em entrevista ao canal oficial do clube, o vice-presidente de futebol, Marcos Braz, também criticou o ex-dirigente.

- Bandeira de Mello foi covarde ou até mau caráter. Essa atitude não sei se foi de mau caráter ou de oportunismo. Quem o conhece até acha que foi de mau caráter, mas eu fico com o oportunismo. Quem analisa, um jornalista, pode até falar isso, mas ele como ex-presidente nunca poderia. Foi na gestão dele que contrataram aquele contêiner, que as crianças estavam lá e chegaram todas as notificações da prefeitura - disse Braz. Bandeira negou que o clube tivesse recebido quaisquer notificações da prefeitura.

Leia a nota do grupo "Vanguarda Rubro-Negra" abaixo:

Representação contra Bandeira de Mello — Foto: Reprodução

Representação contra Bandeira de Mello — Foto: Reprodução

Fonte: Globo Esporte
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