Flamengo x Bayern: caçulas no Mundial, Filipe Luís e Kompany protagonizam duelo de técnicos em ascensão meteórica

Não faz muito tempo que Filipe Luís e Vincent Kompany, mentes por trás do sucesso atual de Flamengo e Bayern de Munique (Alemanha), estavam em atividade nos gramados. Ambos fizeram uma rápida progressão de carreira e, após serem jogadores de alto nível, experimentam uma ascensão meteórica como técnicos. Neste domingo, às 17h, em Miami, eles farão um duelo inédito e de ideias similares nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes.

O confronto de "professores" sub-40 envolve os dois mais jovens do torneio da Fifa. O caçula é o belga, com idade de 39 anos, dois meses e 16 dias, seguido pelo brasileiro, com 39 anos, dez meses e 17 dias. Antes do início do torneio da Fifa, o top-5 era composto por Martín Anselmi, do Porto (Portugal), Javier Mascherano, do Inter Miami (EUA), e Xabi Alonso, do Real Madrid (Espanha). A idade, no entanto, nada interferiu nos trabalhos realizados até aqui.

Filipe foi quem começou mais recentemente à beira do campo: sua primeira experiência foi no sub-17 do Flamengo, no início do ano passado, imediatamente após ter pendurado as chuteiras. O ex-lateral-esquerdo teve como principal casa o Atlético de Madrid (Espanha), além de ter defendido o Chelsea (Inglaterra) e fechado a carreira no Flamengo, com bastante sucesso entre 2019 e 2023.

Em Madri, teve Diego Simeone como principal referência, mas bebe da fonte do argentino apenas na hora de motivar o elenco. Afinal, sua proposta de jogo é de ofensividade, verticalidade e controle de bola. Foi assim que subiu rapidamente para o sub-20, categoria na qual conquistou, como treinador, a Copa Intercontinental, e assumiu o profissional em outubro, após a saída de Tite.

Mesmo comandando vários jogadores que eram seus companheiros de vestiário há pouco tempo, recebeu um voto de confiança e se impôs como líder. Desde então, são três títulos — Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e Carioca — e o mesmo número de derrotas.

Após 49 jogos feitos como treinador profissional, Filipe Luís terá agora o maior desafio de sua carreira — a imprensa europeia já aponta como caminho natural assumir futuramente o Atlético de Madrid ou outra equipe do continente. O confronto contra os alemães será uma experiência mais cascuda do que a vitória por 3 a 1 sobre o Chelsea, na 2ª rodada, onde já deu importante recado.

— O Bayern faz parte da elite. É um colosso, um time absolutamente dominante nos seus jogos, no seu campeonato nacional, com jogadores extraordinários e com um treinador excelente, que também nos dá muitas ideias para a copiar e trazer para o nosso modelo. Só que, em um jogo, tudo pode acontecer — analisou Filipe, antes de ponderar: — Nossa forma de preparar o modelo de jogo, treinar, estudar os adversários, passar para os jogadores é sempre a mesma. O DNA do Flamengo pede você tentar tirar a bola do pé do adversário, tentar pressionar, propor jogo e ser o mais vertical possível. Eles vão tentar impor o ritmo deles e vamos tentar fazer a mesma coisa.

DNA dominante

O treinador a quem ele se refere é Kompany, que está na estrada há cinco anos. Ex-zagueiro do Manchester City (Inglaterra) — no qual atuou por 11 temporadas, foi multicampeão como capitão e trabalhou com o catalão Pep Guardiola —, decidiu, em 2019, decidiu voltar para o Anderlecht (Bélgica), clube onde foi revelado. Na ocasião, chegou a exercer o cargo de “jogador-técnico”, sem muito sucesso. Um ano depois, se aposentou definitivamente dos campos.

Passadas duas temporadas discretas, assumiu o Burnley (Inglaterra) para fazer o trabalho que o projetou de vez na Europa. Em 2022/23, conquistou a segunda divisão inglesa com 101 pontos, montando um time focado em intensas movimentações ofensivas e constantes trocas de passes. É verdade que o 2023/24 foi desastroso por conta do rebaixamento na Premier League, mas o Bayern viu indícios suficientes para arriscar em seu nome como sucessor de Thomas Tuchel.

Logo no primeiro ano, levou os bávaros ao título alemão. Foram apenas duas derrotas em 34 rodadas, e 93 gols feitos, sinal de que Kompany vem fazendo o Bayern se reencontrar com o DNA dominante. O time é um dos favoritos no Mundial; e o treinador, que vem mostrando muita consciência sobre os adversários, está sendo bastante elogiado.

— Nós tentamos assistir o máximo de jogos que pudermos, mas eu não estou surpreso. Quando eu vi Danilo e Jorginho em campo pelo Flamengo... conheço o talento desses caras, então não fiquei surpreso — disse Kompany ao SporTV, antes do confronto com o rubro-negro ser definido. — Com certeza, temos total respeito. Os sul-americanos adoram o jogo, adoram a Copa (de Clubes), então nada pode ser desculpa para nós. Temos que querer mais do que eles, ter a mesma vontade que eles, até mais.

Apesar de terem jogado por mais de uma década na Europa, Filipe e Kompany nunca se enfrentaram em campo. Na temporada 2014/15, a qual o ex-lateral defendeu o Chelsea, ele não entrou em campo nas partidas contra o City. Nas outras, o time de Manchester não encarou o Atlético de Madrid.

Em 2018, ambos foram convocados por Brasil e Bélgica para a Copa do Mundo disputada na Rússia. Porém, no confronto de quartas de final entre as seleções, vencido pelos belgas por 2 a 1, Kompany atuou durante os 90 minutos, enquanto Filipe ficou apenas no banco.

Fonte: Extra
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