O Flamengo está em uma disputa judicial para receber R$ 1,68 milhão do atacante Paolo Guerrero, referente ao período em que o jogador ficou suspenso após um exame antidoping positivo em 2017. A solicitação do clube foi rejeitada em várias instâncias judiciais, o que tem gerado desdobramentos significativos no caso.
Guerrero ficou 121 dias fora das atividades do Flamengo devido à suspensão imposta pela FIFA, após ter testado positivo para metabólito da cocaína. Durante esse período, o jogador não pôde atuar em jogos importantes, incluindo a final da Copa Sul-Americana, o que impactou diretamente no desempenho da equipe.
O pedido inicial do Flamengo foi negado pela 9ª Vara Cível da Capital em 2023. O clube recorreu à 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio, mas novamente teve a solicitação recusada. Em sua decisão, o desembargador Alessandro Félix ressaltou que “a impossibilidade de explorar a imagem do jogador em campo e nos treinamentos se traduz em inadimplemento integral do contrato de imagem, fato que não merece prosperar, ante a existência de diversos outros meios de sua execução, como amplamente debatido”.
Detalhes do contrato e da suspensão
O valor de R$ 1,68 milhão requerido pelo Flamengo é proporcional ao direito de imagem que Guerrero recebeu, totalizando R$ 16 milhões. O clube argumenta que a suspensão do atleta prejudicou sua capacidade de promover sua imagem, afetando o retorno financeiro esperado.
A decisão judicial levanta questões sobre a interpretação de contratos de imagem no futebol e suas implicações em casos de doping. A jurisprudência nesse campo pode influenciar futuras negociações e relações entre clubes e jogadores, especialmente em situações semelhantes.
Implicações e repercussão
A recusa do Tribunal de Justiça em acatar o pedido do Flamengo pode ter repercussões tanto para o clube quanto para Guerrero. Para o Flamengo, a decisão representa uma perda financeira significativa e pode afetar a forma como o clube gerencia contratos de imagem no futuro. Para Guerrero, a manutenção da suspensão e as consequências legais podem impactar sua carreira e sua imagem pública.
O caso também deve gerar debates entre os torcedores do Flamengo e profissionais do direito esportivo, que acompanharão a evolução da disputa e suas possíveis repercussões no futebol brasileiro.
A situação é um lembrete da complexidade das relações contratuais no esporte e dos riscos associados ao doping, que não apenas afetam os atletas, mas também os clubes que dependem de sua performance em campo.