Com a seleção brasileira, Fabrício Bruno e Ayrton Lucas acompanharam de longe a notícia da suspensão de dois anos de Gabigol por tentativa de fraude do exame antidoping . Os dois companheiros de Flamengo demonstraram surpresa com a punição, mas acreditam na possibilidade de clube e atacante conseguirem reverter a decisão .
O zagueiro ainda gostaria de conversar com Gabigol, mas demonstrou confiança na inocência do companheiro e acredita que a justiça prevalecerá no caso, com a absolvição dele na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
"Desde que eu vim para a Seleção eu desviei completamente do clube. Eu fui pego de surpresa também. Voltando ao Rio espero conversar com ele. Que se faça justiça em cima do caso. Não estou ciente, mas as notícias que saem é que ele não tem culpa de nada. Os testes, tanto de sangue quanto de urina, deram negativo. Então, que seja feita justiça e ele possa estar conosco na temporada para nos ajudar", afirmou Fabrício Bruno aos jornalistas, em entrevista após o empate do Brasil em 3 a 3 com a Espanha.
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Já Ayrton Lucas demonstrou torcida para que a situação se resolva o quanto antes , para Gabigol voltar a treinar com o elenco e a jogar pelo Flamengo.
"Eu só acompanhei de longe. Eu sabia que estava passando essa situação. Espero que se resolva o mais rapidamente possível, porque ele é um jogador importante para nós e estamos torcendo por ele. Com certeza (fiquei surpreso), a gente não esperava isso", admitiu.
Por 5 votos a 4 , o Tribunal Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) considerou Gabigol culpado da acusação de tentar fraudar um exame antidoping e o condenou a dois anos de suspensão, na segunda-feira (25). Por ser a última insatância no Brasil, o atacante e o Flamengo terão de recorrer ao CAS.
Até novo julgamento, a defesa do atacante tentará um efeito suspensivo , para que ele possa continuar jogando até uma decisão final.


Entenda o caso de Gabigol

Gabigol é acusado de dificultar a realização de um exame antidoping surpresa no dia 8 de abril de 2023, no Ninho do Urubu . Segundo os agentes, ele se mostrou contrariado desde a chegada da equipe antidopagem ao local, por volta de 8h40.
Os responsáveis pelo exame alegam que Gabigol não se dirigiu a eles antes do treino do Flamengo e os ignorou também após a atividade, indo direto almoçar. Eles também afirmam que foram tratados com desrespeito pelo camisa 10, que se irritou em vários momentos.
À exceção de Gabigol, os outros atletas do Flamengo fizeram o exame antes do treino das 10h , o que é recomendável. Além disso, o atacante cometeu outras irregularidades, como ter ido ao banheiro na hora do exame sem a presença de um dos fiscais, além de ter entregue o pote sem a tampa.
Na defesa do jogador, enviada ao Tribunal no dia 28 de janeiro, o Flamengo anexou imagens de câmeras de segurança do Ninho do Urubu para reforçar a versão do atleta, que nega qualquer tentativa de fraude ao exame antidoping . Um dos pontos alegados pelos advogados é que o atacante realizou exame de sangue, que é considerado mais efetivo.
O Flamengo ainda alega que a decisão de Gabigol só realizar o exame depois do treino foi por orientação do departamento médico, porque ele já fazia atividade física no momento em que os agentes chegaram para realizar o exame, o que inviabilizaria a coleta de urina.