A venda do mando de campo por parte do Botafogo-PB para o Maranhão fará o Flamengo , na prática, ter o "fator casa" nos dois jogos da terceira fase da Copa do Brasil. Afinal, o Rubro-Negro no Nordeste, no geral, é sinônimo de estádio cheio. Além disso, São Luís virou uma espécie de "segunda casa" do time em 2025.
Após um tour frustrado pelo Nordeste no início do ano, com um time basicamente sub-20 , a partida desta quinta-feira, às 20h (de Brasília), no Castelão, será a terceira em menos de seis meses no estádio. Depois do Rio de Janeiro, São Luís é a cidade que mais viu o Flamengo esse ano. E nem houve um favorecimento intencional para isso, foi muito obra do acaso.
Torcida do Flamengo no Castelão de São Luís em 2014 — Foto: Arquivo Pessoal
No Campeonato Carioca, só um jogo havia sido vendido para o Castelão: a goleada por 5 a 0 sobre o Bangu. Já a derrota por 2 a 1 para o Nova Iguaçu, também pelo Estadual, antes estava prevista para a Arena das Dunas, em Natal, mas foi mudada de local pelos organizadores por causa do sucesso de público na capital maranhense. E o jogo desta quinta foi vendido pelo Botafogo-PB, então não foi uma decisão do Flamengo.
Mas quem aproveita são os maranhenses. Se neste século eles só tinham visto três vezes o Flamengo jogando no Estado (2001, 2006 e 2014); agora repetem a quantidade em menos de seis meses. Dá para dizer que estão ficando mal acostumados?
— Mal acostumados não, estamos bem acostumados com o Flamengo na nossa cidade. Eu já fui visitar o Rio de Janeiro atrás do Flamengo, já fui em outras cidades atrás do Flamengo, e aqui no meu estado, aqui na minha cidade, assistir ao Flamengo três vezes em menos de seis meses é uma honra muito grande. Em São Luís ele está em casa, tanto é que o estádio vai estar lotado. Não vai caber mais ninguém — disse Jeferson Pereira.
Torcedores do Flamengo em São Luís — Foto: Thiago Lima / ge
John Lennon, que é membro de uma torcida organizada do Flamengo na cidade, mostrou-se ansioso para ver os principais jogadores de perto:
— A gente fica muito lisonjeado do Flamengo poder vir para cá. Cara, o Flamengo para nós é paixão, raça, amor... É inexplicável o que o nordestino sente pelo Flamengo. Nós nordestinos fazemos um esforço do c... para ir às vezes ao Rio assistir a um jogo. Alguns têm a oportunidade de assistir ao Flamengo em casa agora, um time titular. Se a gente encheu a casa para assistir ao sub-20... Não importa se é sub-20, sub-10, jogo de peteca, o importante é ser Flamengo.
Na história, o Flamengo já disputou 22 jogos no Maranhão, sendo 20 na capital e em três estádios diferentes: além do Castelão, o time jogou no Nhozinho Santos e no antigo Santa Isabel, que foi demolido. Ao todo, são 13 vitórias, cinco empates e duas derrotas, um aproveitamento de 73,3% em São Luís.
— Desde 1980 eu acompanho o Flamengo aqui, nunca perdi um jogo. E estarei lá no Castelão de novo, estádio lotado, para ver o Flamengo ganhar mais uma vez. O Flamengo só tem duas derrotas aqui, uma para o Nova Iguaçu em janeiro, com o sub-20, e para o Moto Clube em 1960. No mais, é só alegria — afirmou Alfredo Borges.
Torcedor do Flamengo, Danilo com a esposa no jogo contra Criciúma em 2014 — Foto: Arquivo Pessoal
Antes de 2025, a última vez que o Flamengo havia jogado em São Luís havia sido em 2014, contra o Criciúma, pelo Campeonato Brasileiro. Danilo Ferreira estava lá ao lado da esposa e amigos e guarda os registros daquele dia até hoje.
— Rapaz, foi um dia maravilhoso. Eu estava com todos os amigos juntos, numa data especial, Flamengo retornando a São Luís... Era uma confraternização depois de muitos anos. A gente venceu com casa lotada, cabia até mais pessoas do que hoje porque fizeram reforma no Castelão. Abraçamos o time e foi do começo ao fim cantando — recordou o torcedor, que vai nos três jogos de 2025:
— É um privilégio demais, depois de tantos anos que a gente ficou sem jogos aqui. E nós sempre pedindo muito para poder trazer partidas para cá. Sofremos bastante por querer jogos aqui e não tinha, e esse ano a gente foi agraciado por Deus, né?
Bandeira do Flamengo com Bob Marley em São Luís — Foto: Álvaro Santana / TV Globo
Entre os adereços das torcidas do Flamengo em São Luís, há desde tambores com as cores da Jamaica a bandeiras com a figura de Bob Marley, ex-cantor e ícone do reggae. Explica-se: é que a cidade é considerada a capital do reggae no Brasil e, inclusive, maio, que começa nesta quinta, é o mês inteiro de celebrações do ritmo musical no Maranhão. Diretor do Museu do Reggae, Ademar Danilo une as duas paixões, a música e o Flamengo:
— Nas vezes em que o Flamengo veio aqui, eu estava lá. Quando eu era criança, 11 anos de idade, eu fui ver Zico no estádio Nhozinho Santos, e depois fui quando o Zagallo era técnico do Flamengo em 2001, meu filho entrou em campo com ele. Flamengo é também uma outra grande paixão ao lado do Moto Clube de São Luís, o outro Rubro-Negro glorioso, e do reggae.
A "segunda casa" do Flamengo em 2025 é também um lar de um campeão rubro-negro. Márcio Araújo, que conquistou os Cariocas de 2014 e 2017 no clube, é natural de São Luís. Na última quarta-feira, ele visitou junto com a equipe do ge o Castelão, estádio que marcou sua vida e onde ele teve oportunidade de jogar pelo clube:
— Foi o que chamou a minha atenção também para o futebol, ver grandes jogadores jogando no meu estado. Anos depois eu fui campeão carioca em 2014 com o Flamengo e naquele mesmo ano teve um jogo que eles mandaram aqui. O Castelão tem uma parcela muito grande na minha carreira.
Márcio Araújo com amigos flamenguistas no Castelão — Foto: Álvaro Santana / TV Globo
Aos 40 anos, o ex-volante continua morando na cidade, agora trabalhando como empresário de jogador. Ele vai matar a saudade do time nesta quinta, mas já sonha com mais:
— Eu brinco com os meus amigos aqui, teve o jogo do Carioca, agora o Copo do Brasil... Quem sabe um jogo do Brasileiro também? Os maranhenses vão ficar muito felizes.
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