De Maurren e Luiz Lima a Kuki e Dinei, atletas fracassam na eleição

Em um ano em que atletas concorreram até a prefeituras de capitais, o resultado eleitoral foi péssimo para o esporte. De jogadores famosos, como Adriano Gabiru e Kuki, a medalhistas olímpicos como Maurren Maggi e Diego Hypolito, praticamente ninguém conseguiu se eleger nem mesmo às Câmaras municipais. A exceção é o Goleiro Vinicius (Republicanos), que, concorrendo com esse nome na urna, se elegeu vereador em Belém (PA), onde ele joga pelo Remo.

Em números totais, o atleta, ou ex-atleta, mais bem votado do país foi o deputado federal Luiz Lima (PSL), candidato bolsonarista à prefeitura do Rio. Ele recebeu cerca de 180 mil votos e ficou no quinto lugar, com 6,8% dos votos. Saiu-se melhor que outro ex-atleta que concorria a prefeito, João Derly (Republicanos), sétimo em Porto Alegre, com 19 mil votos, cerca de 3% dos votos válidos. O ex-boxeador Arselino Popó concorreu a vice na chapa de Celsinho Cotrim (PROS), que teve somente 1,5 mil votos para a prefeitura de Salvador, apenas 0,1% do total.

Em São Paulo, Mauren Maggi recebeu mais de R$ 300 mil do DEM para fazer sua campanha e tentar se eleger vereadora, depois de concorrer ao Senado em 2018. Mas ela não ficou nem entre as 10 primeiras do partido, com 6,2 mil votos. Diego Hypolito, seu amigo, não foi melhor pelo PSB: 3,7 mil votos. Os dois se encontraram após a votação.

Ainda na capital paulista, Marcelinho Carioca (PSL) teve a pior votação da carreira política, que coleciona diversas derrotas eleitorais, e ficou com 7,5 mil votos — em 2012, pelo PSB, chegou perto de 20 mil. Foi melhor que o também ex-corintiano Dinei (Republicanos), que teve 2,9 mil votos. O ex-UFC Matheus Serafim também era aposta do partido dele, o PP, teve mais de R$ 300 mil para a campanha, mas ficou com somente 3,4 mil votos. A medalhista olímpica Kelly do Basquete (PTB) não chegou a 500 votos.

Mesmo um ex-atleta que tinha carreira consolidada na política não conseguiu se eleger. Paulo Rink (PL), vereador em segundo mandato em Curitiba (PR), não ficou nem entre os 100 mais bem votados da cidade. Ele recebeu 1.607 votos. Ao menos foi melhor que outros dois ex-jogadores que concorreram na capital paranaense: Adriano Gabiru (PMB), que teve 283, e Saulo Tigre da Vila (Cidadania), com 526.

Em Recife a disputa foi entre ídolos. Carlinhos Bala (PP), do Santa Cruz, foi melhor que Kuki (PSB), do Náutico: 1.884 x 1.329. Não adiantou nada, nenhum dos dois se elegeu. Nem Renatinho do Santa Cruz (Avante), que teve 363 votos. Aliás, usar nome de clube não foi sinônimo de sucesso, que o digam China do Grêmio (PSC), com 223 votos em Porto Alegre, Nonato do Cruzeiro e Sergio Araújo do Galo, ambos do Avante, que tiveram 406 e 81 votos em Belo Horizonte, respectivamente. Somália (PP) foi melhor, mas, com 2.255 votos, não se elegeu também, assim como Serginho do Vôlei (PV), que teve 1.823.

Todo o sucesso como jogador de futebol não ajudou Ceará (Avante) a se tornar vereador em Nova Lima (MG). O campeão mundial teve 340 votos, apenas. Odvan Zagueiro (MDB), ídolo do Vasco, somou 227 votos em Campos do Goytacazes, Maizena (Patriota) teve 151 votos em Fortaleza. Paulo Almeida até foi bem votado para os padrões de Itarantim (BA), sendo escolhido por 303 eleitores, ficando como o sétimo mais votado da cidade. Mas o Republicanos não chegou ao coeficiente eleitoral e ele ficou fora da Câmara.

Fora do futebol, atletas de diversas modalidades também passaram longe se eleger. São os casos, entre outros, de Ana Amorim (Patritoas) em Blumenau (SC), Julião Neto (PCdoB) em Belém (PA), o medalhista olímpico Sandro Viana (PP), em Manaus (AM), a técnica de ginástica Georgette Vidor (Cidadania) em Petrópolis (RJ), a ex-jogadora de basquete Marta de Souza (Patriota) em Santo André (SP) e o campeão olímpico Rodrigão do Vôlei (PSDB), em Praia Grande (SP). Até Chico do Judô (PSD), presidente da relevante Federação Paulista de Judô (FPJ), deixou a Câmara de Mauá (SP) depois de quatro mandatos.

Na falta de bons resultados para o pessoal do esporte, entra na conta Axel Grael (PDT), irmão de Lars e Torben Grael, que se elegeu prefeito de Niterói, com 62% dos votos. Com carreira política na cidade, ele chegou a ser vice-prefeito no passado.

Imagem: Reprodução/Instagram

Fonte: Uol
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