O Flamengo protagonizou dois jogos diferentes contra o Ceará no Castelão, ontem. No primeiro tempo, um time de volume intenso no ataque e que poderia ter feito bem mais que o gol de Arrascaeta. Nos 45 minutos finais, pelo contrário, uma equipe que perdeu orientação e capacidade física, não contou com Filipe Luís em seu melhor dia de leitura, e ainda foi castigado por um erro de Rossi no escanteio em que Pedro Raul decretou o empate em 1 a 1. Apesar de manter a liderança do Brasileiro — com os mesmos 37 pontos do Cruzeiro, mas com um jogo a menos —, o rubro-negro vem vivendo dias atípicos.
— Sentimento de decepção depois de ter feito um grande primeiro tempo, criado chances de gol e finalizado muitas vezes no gol do adversário. E, no segundo tempo, tivemos uma queda muito grande. Por um descuido nosso, na bola parada, sofremos o empate. Claro que o sentimento é de decepção. Não temos outro caminho se não trabalhar e continuar evoluindo — disse o treinador na coletiva.
Esta é a segunda partida em que uma falha individual custa o resultado, algo incomum para uma defesa outrora quase intransponível. Na quinta-feira, Léo Pereira entregou a vitória ao Atlético-MG no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Antes, o Fla teve alguns jogos apertados, mas havia encontrado soluções para vencer na reta final. Agora, com o peso da maratona física, os bons momentos estão aparecendo menos.
Os reforços chegaram e já estão atuando: Samuel Lino jogou por 90 minutos e foi titular junto de Emerson Royal; Saúl entrou no segundo tempo. Ao mesmo tempo, o resto do time não vai oferecendo o melhor cenário de adaptação para eles. Pilares como Jorginho e Bruno Henrique saíram no limite da condição física após atuações apagadas, e Arrascaeta não voltou do intervalo, por conta de incômodo na coxa esquerda. O mesmo vale para Léo Ortiz e Léo Pereira, que empilham jogos consecutivos e vêm errando mais.
— Obviamente, eu me senti um pouco cansado, principalmente no final do jogo. Um tempo muito grande que eu não começava jogando, mas tenho que me adaptar o quanto antes. O Flamengo me contratou para estar nos momentos importantes e vou fazer tudo que eu puder dentro e fora de campo para estar na melhor fase física o quanto antes — disse Emerson Royal.
Presença e saída de Arrascaeta são decisivas
O clima era de decisão no Castelão, com a torcida alvinegra colocando mais de 57 mil pessoas na arquibancada, mas o ambiente pouco fez efeito no início, quando o Flamengo empurrava o Ceará contra a parede. Foram vários ataques pelas pontas, com Samuel Lino fazendo bom jogo pela esquerda, tendo servido grande chance desperdiçada por Bruno Henrique, e Plata incomodando pela direita.
O equatoriano já havia tido uma finalização defendida pelo goleiro quando voltou a ser decisivo. Em bom lançamento de Léo Ortiz, ele serviu Arrascaeta de cabeça e o uruguaio marcou seu décimo gol neste Brasileiro, o primeiro desde a Copa do Mundo de Clubes.
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O Flamengo ainda poderia ter chance numa bola parada, mas, jogo após jogo, é flagrante a ineficiência em dois tipos de lances: os escanteios batidos muito baixo na primeira trave e as faltas de frente para o gol que não se transformam em bola nas redes.
No segundo tempo, o Ceará pressionou um pouco mais, o que foi suficiente para fazer o time carioca, já sem Arrascaeta, desmoronar. Lucas Mugni, meia argentino que já defendeu o Flamengo, foi lançado pelo treinador Léo Condé e fez a diferença. Primeiro, cabeceando uma bola no travessão de Rossi. Depois, cobrando escanteio na cabeça de Pedro Raul. O goleiro argentino “caçou borboleta” na pequena área e o centroavante empatou o jogo.
E aí, ficou difícil correr atrás do prejuízo. Filipe Luís também não ajudou muito. Graças a decisões questionáveis, como lançar Allan quando o time precisava ir mais para frente, ou deixar Bruno Henrique até os 30 do segundo tempo, o volume ofensivo se perdeu.
O resultado fora de casa não é desprezível, mas não permitiu que o rubro-negro abrisse vantagem na liderança do Brasileiro. Agora, a equipe volta as atenções para a Copa do Brasil e vai a Belo Horizonte encarar o Atlético-MG, na quarta-feira. Após ter perdido por 1 a 0 em casa, a vitória é necessária para seguir às quartas de final.
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