Falar de rivalidade em um confronto com apenas dez partidas ao longo dos anos é exagero. Mas não dá para negar que o duelo entre Flamengo e Vélez Sarsfield tem pelo menos um folclore, que torcedores dos dois lados fazem questão de não deixar morrer.
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Bandeira da voadora de Romário em Zandoná foi proibida no Maracanã — Foto: Divulgação
Com bandeiras de parte a parte, brasileiros e argentinos mantêm vivo a briga entre Zadoná e Edmundo, momento mais marcante dos encontros entre os clubes que disputam a liderança do Grupo G da Libertadores às 21h (de Brasília), desta quinta-feira, no Maracanã. Cada qual com sua verdade, Flamengo e Vélez relembrar a pancadaria generalizada do 3 a 0 para os rubro-negros no Parque do Sabiá, em Uberlândia, em 1995.
A torcida do Flamengo aproveitou o encontro para fazer uma provocação pontual. Uma das torcidas organizadas estendeu no Maracanã bandeiras que relembravam um drible de Rodrigo Mendes que deixou Zadoná no chão naquela partida e a voadora de Romário segundos após o zagueiro acertar um soco que levou Edmundo ao chão. Do lado argentino, por sua vez, a lembrança não é de hoje.
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Faixa do soco de Zandoná em Edmundo em estádio na Argentina — Foto: Reprodução
Seja em faixas no estádio ou até mesmo em portões nas ruas de Liniers, bairro sede do Vélez, lá está a imagem de Zandoná enchendo a mão no rosto de Edmundo com a frase: "Os 100 bairros". Trata-se muito mais de uma provocação aos torcedores rivais para demonstrar força do que ao Flamengo, mas está lá para todo mundo ver. Ao contrário do que vai acontecer nesta quinta, no Maracanã.
A pedido do Bepe (Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios), a Conmebol retirou as faixas apontadas como provocativas. Um dos idealizadores dos bandeirões, Marcelo Gonçalves reclamou:
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Sequência vetada no Maracanã lembrava drible de Rodrigo Mendes e voadora da Romário — Foto: Divulgação
- É incrível! Lá na Argentina eles fazem de tudo, tudo pode. Aqui no Brasil, a nossa própria polícia pede para tirar até a imagem do drible do Rodrigo Mendes. Se fizermos uma bandeira do elástico do Romário contra o Corinthians, capaz de pedirem para tirar também.
"Foi um pega para capar", lembra Apolinho
Treinador do Flamengo na época, o radialista Washington Rodrigues relembra o episódio. Segundo o "Apolinho", o entrevero começou ainda na vitória por 3 a 2 em Buenos Aires, quando Edmundo foi um dos melhores em campo e irritou os argentinos.
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O famoso soco de Zandoná em Edmundo — Foto: Reprodução/TV Integração
- Foi um pega para capar que começou em Buenos Aires e terminou em Uberlândia. Zandoná deu um tapa e tirou sangue do Edmundo, tirou e passou no rosto, mas deu as costas. Tomou uma pancada que ficou sem som e sem imagem. O Romário daquele tamaninho deu a voadora. Quando a polícia entrou, eu falei que na Argentina eles ficam do lado dele, aqui eles tinham que ficar do nosso lado. Foram dez minutos de pancadaria. Vencemos as duas e foi um duelo que me deu muita alegria.
Apolinho contou bastidores curiosos da confusão e revelou uma orientação: se tiver confusão, todo mundo tem que entrar. As imagens mostram que jogadores e comissão técnica seguiram a risca.
- O que sempre dizia era de que o time do Flamengo era qualificado, não era para dar pancada em ninguém, mas também não podia apanhar.
"Vamos jogar bola, mas se tiver briga... Ninguém pode brigar sozinho, se tiver briga de um, é briga de todo mundo. Todo mundo entra em campo e vai para o pau, que o juiz vai ficar tonto sem saber o que fazer"
Com 11 pontos, o Flamengo lidera o Grupo G da Libertadores e precisa de um empate para garantir a primeira colocação. Caso vença por dois gols de diferença, ultrapassa também o Racing no ranking geral e seca o Palmeiras contra o Universitário para ficar em segundo. O Atlético-MG, com 16 pontos, já garantiu a melhor campanha.