No programa "De Primeira", a tensão entre Paulo Vinícius Coelho, conhecido como PVC, e Rodrigo Mattos tomou conta do debate sobre a relação conturbada do Flamengo com a Libra. PVC, em um momento de exaltação, fez analogias que não se sustentaram, sendo prontamente refutado por seu colega, que trouxe uma visão mais fundamentada sobre a questão.
O bloqueio da verba e suas implicações
A discussão central girava em torno do bloqueio da verba referente aos 30% de audiência do contrato da Libra. A falta de consenso sobre a divisão desse montante entre os clubes do bloco levou o Flamengo a buscar a Justiça, visando garantir que o pagamento fosse realizado até que a situação fosse resolvida. PVC, no entanto, não hesitou em criticar a postura do clube, afirmando que a atitude de bloquear a verba era como um "soco na cara". Curiosamente, ele também reconheceu que o Flamengo "tem as razões dele", mas questionou a legitimidade do bloqueio.
PVC não se esquivou de admitir que o contrato em questão "é ruim" e que Rodolfo Landim, ex-presidente do Flamengo, "assinou um contrato ruim". Essa afirmação ecoa as recentes declarações de Luiz Eduardo Baptista, atual mandatário do clube, que também apontou que o Rubro-Negro saiu prejudicado com o acordo.
Rodrigo Mattos responde com argumentos sólidos
Rodrigo Mattos, com seu profundo conhecimento jurídico e envolvimento no caso desde o início, não perdeu tempo em refutar a analogia de PVC. "A analogia do murro na cara para mim não faz o menor sentido. Você bloqueia o dinheiro porque ele ia ser pago. Quando está na conta de um terceiro, você já não recupera aquele valor. Isso é absolutamente padrão", explicou, trazendo clareza à situação.
Além disso, Mattos rebateu as declarações de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que sugeriu a criação de uma liga "sem o Flamengo". Ele enfatizou que o Rubro-Negro está na Série A por méritos próprios e que qualquer tentativa de exclusão seria uma "virada de mesa". "O Flamengo está tecnicamente classificado para a Série A. Qualquer coisa diferente disso é virada de mesa. A sugestão que a Leila fez é uma virada de mesa. Se não é retórica, é virada. Isso não existe", afirmou.
PVC minimiza as declarações de Leila
Diante da argumentação sólida de Rodrigo Mattos, PVC tentou minimizar o impacto das falas de Leila, classificando-as como uma "frase de efeito". Segundo ele, a presidente do Palmeiras teve coragem de expressar publicamente o que muitos pensam em particular, mas que não se traduz em uma realidade viável. "Ela falou o que muita gente está falando na boca pequena. Não existe o Flamengo jogar sozinho. É uma frase de efeito, e isso cria um efeito político em relação a coisas que estão acontecendo", concluiu PVC.
A discussão entre PVC e Rodrigo Mattos ilustra não apenas a complexidade da relação entre o Flamengo e a Libra, mas também a importância de se ter uma análise crítica e fundamentada em meio a opiniões divergentes.