Pedro, Flamengo e a Libertadores: um caso de amor em busca da lua de mel em Guayaquil

"A frase que resume o sentimento que tenho pelo clube é "eu nasci Flamengo , e sempre vou te amar""

Qual o peso de um ano para mudar a vida de um atleta? Se você fizer essa pergunta para o apaixonado Pedro, a resposta resume a trajetória da frustração ao sonho máximo de uma vida, com uma linha do que tem a Taça Libertadores da América como ponto central .

Pedro comemora gol do Flamengo contra o Corinthians nas quartas de final da Libertadores — Foto: Alexandre Durão
1 de 3 Pedro comemora gol do Flamengo contra o Corinthians nas quartas de final da Libertadores — Foto: Alexandre Durão

Pedro comemora gol do Flamengo contra o Corinthians nas quartas de final da Libertadores — Foto: Alexandre Durão

O centroavante, que entra em campo na decisão deste sábado como favorito a receber o anel de diamantes de melhor jogador da competição e já quebrou recordes na edição de 2022, há 11 meses viveu o incômodo de atuar apenas em nove dos 120 minutos da derrota em Montevidéu. Desde então, passou por momentos de angústia, pôs em dúvida o futuro, mas viu na própria Libertadores um atalho para se colocar como protagonista do clube de coração e se aproximar da Copa do Mundo.

É indiscutível que Pedro é o destaque rubro-negro na campanha até a final contra o Athletico-PR em Guayaquil . Com a maioria dos 12 gols extremamente decisivos, estabeleceu um novo recorde para o clube em uma única edição, superando Gabriel, em 2021, e Zico, em 1981, e terá a oportunidade de alcançar novas marcas impactantes sábado no Estádio Monumental.

Com 16 gols na história da competição, está empatado com Bruno Henrique e o ídolo Zico na artilharia histórica do Flamengo . Além disso, já fez de 2022 a melhor temporada na carreira, com 29 gols. Números que se tornam ainda mais especiais se levado em conta a via-crúcis que começou pouco antes da final com o Palmeiras em Montevidéu e durou até a chegada de Dorival Júnior .

Pedro, que não se cansa de declarar ser torcedor fanático do Flamengo desde criança, sequer viu a conquista de 2019. Em busca de espaço na Fiorentina, acordou já com a notícia da conquista na madrugada daquele novembro em Florença. O duelo contra o Palmeiras seria a realização do sonho, mas uma lesão que parecia simples virou cirurgia faltando praticamente um mês para o jogo no Uruguai.

Pedro no embarque do Flamengo para o Equador — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
2 de 3 Pedro no embarque do Flamengo para o Equador — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Pedro no embarque do Flamengo para o Equador — Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

O tratamento intensivo para ficar à disposição de Renato Gaúcho foi recompensado com poucos nove minutos no segundo tempo da prorrogação em Montevidéu. Não deu para fazer muita coisa, e o fim de ano foi de uma frustração que se alastrou pelo primeiro semestre de 2022 .

Com Paulo Sousa, foram poucas as oportunidades e o fato de sequer ser utilizado na final da Supercopa com o Atlético-MG gerou uma decepção que o fez amadurecer a possibilidade de deixar o time. O que aconteceu em Cuiabá afetou diretamente familiares e amigos, que passaram a dialogar abertamente se uma negociação não seria o melhor caminho.

Pedro comemora o gol do Flamengo em cima do Corinthians na final da Copa do Brasil — Foto: André Durão/ge
3 de 3 Pedro comemora o gol do Flamengo em cima do Corinthians na final da Copa do Brasil — Foto: André Durão/ge

Pedro comemora o gol do Flamengo em cima do Corinthians na final da Copa do Brasil — Foto: André Durão/ge

O Flamengo a todo instante acreditou que não, ao ponto de recusar uma proposta milionária do Palmeiras. Pedro chegou a falar que refletia sobre o que fazer na última janela do meio do ano, até que Dorival Júnior mudou essa história.

A Libertadores voltou à cena, e os quatro gols diante do Tolima no 7 a 1 pelas oitavas de final foram suficientes para que Pedro se tornasse intocável ao lado de Gabriel. Titular em seis das 12 partidas do Flamengo , o atacante fez gol contra todos os seis adversários rubro-negros e mudou uma rotina desagradável de 2020 e 2021 quando se acostumou a viver a competição do banco de reservas.

Em 2020, foram apenas 187 minutos, três jogos como titular e dois gols. No ano seguinte, pouca coisa mudou: dois jogos como titular, 279 minutos e novamente dois gols. As estatísticas de 2022 escancaram a evolução: 614 minutos, seis jogos desde o início e incríveis 12 gols.

Números que o colocam como um dos protagonistas da final deste sábado, anunciada nas redes sociais com uma declaração de amor:

- Minha relação com o Flamengo vem de berço. Antes de ser jogador, tive o privilégio de ser um torcedor fanático na arquibancada. Tenho o privilégio de viver essas duas fases e me considero um torcedor dentro de campo.

A paixão de Pedro pelo Flamengo nunca foi tão recíproca como em 2022. E podemos tratar a Libertadores como cupido.

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Fonte: Globo Esporte