"O, seu tonto, leia este texto", dispara Mauro Beting. Entenda.

Não concordo com algumas coisas que falo. E olha que sou dos que acham que quem fala o que pensa não pensa no que fala.

Se discordo de mim mesmo, imagine o que penso, quando reflito, do que familiares, amigos, colegas de ofício e companheiros de firma falam e fazem.

Sou responsável (quando sou) pelo que faço. Mais ninguém. Devo receber e pagar e expiar pelo que produzo. Adubo orgânico ou não.

Não me responsabilizo JAMAIS pelo que pessoas físicas e jurídicas onde trabalho FAZEM E/OU FALAM. Quando não zurram mesmo.

Não cito nomes por uma questão de respeito que já estou desrespeitando aqui. Com todo o respeito (frase mentirosa que ja denota falta de respeito…), cobrem os que não sei como conseguem ser pagos pelo que defendem (quase sempre algo que é mero ataque pessoal, doentio e criminal).

Nunca julguem um profissional (ou apenas um bípede remunerado) pelo local onde trabalha. Julgue o trabalho da pessoa. Apenas isso.

Não posso expiar pelo que fazem colegas de bancada e de empresa. Como eles não podem pagar meus pecados.

Além de injusto e ineficaz, é desleal. Ainda mais para a enorme maioria que trabalha em locais que não são públicos. Publicados. Mesmo os impublicáveis.

No caso do meu ofício, quando for o caso, processem o jornalista. Debatam com ele. Ignorem. Rebatam com o mesmo nível baixo da opinião, má informação, deformação. O que for.

Mas não generalizem. Não persigam os colegas de firma. Não cancelem as empresas. Peçam o direito de resposta. A resposta. Não cessem o debate.

Se um profissional te fere de morte, não faça genocídio da profissão dele.

A pena de escrever não escreve como antigamente. E dá pena mesmo.

O Santos, como qualquer clube, ainda mais uma instituição que tem uma histórica única e planetária (para não dizer interplanetária por causa de Pelé) não é "Ninguém FC" como saiu no UOL.

Ninguém nunca será. Seja SC, SE, CA, FR, EC, SAF, PJ, PT, PSBD, PCB, PSL, PRONA.

Mas nenhum clube pode proibir toda uma empresa de o cobrir jornalisticamente por um comentário desrespeitoso de um funcionário. Daí não é debate. É cancelamento. Patrulha. Censura pueril.

Pode processar o jornalista. Não dar bola a ele. Pode retrucar no mesmo baixo nível. Pode o diabo e todo o Santos FC.

Mas sua presidência não pode ser ditatorial e insensível como foi o mestre, ídolo, colega e ranheta Juca Kfouri.

Estamos todos os lados nos perdendo. E perdendo o respeito e a educação. E sobretudo o conhecimento histórico do que são as instituições. Do que é a história. Do que é o futebol. Do que é a vida.

Como Abel Braga foi muito mal no que falou no dia do apavoro no Flamengo, no Ninho do Urubu.

Torcer contra o rival é do jogo. Torcer para que ele se ferre é futebol. Torcer para que ele perca mais do que a gente ganhe é da natureza. Querer o mal de uma diretoria e de muita gente que não o quer é humano. Mas celebrar do jeito que fez Abelão não é dele. Não pode ser ser do futebol e destes dias intolerantes. E que não podemos mais tolerar.

Em todos os campos devemos ser mais tolerantes. E rebater sempre ataques intolerantes. Sobretudo de quem tem coração e cabeça.

Fonte: TNT Sports
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