O futebol inglês virou berço dos volantes brasileiros nos últimos tempos. E um dos meio-campistas que brilham no Velho Continente é Vinicius Souza , atualmente destaque do Sheffield United , líder da 2ª divisão do futebol inglês.
Revelado na base do Flamengo , Vini Souza, como é conhecido desde que surgiu para o futebol, carrega a equipe inglesa rumo ao sonhado acesso à Premier League . Totalmente adaptado ao futebol europeu, o jovem colhe os frutos do seu início no Ninho do Urubu.
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Apesar das diferenças entre o futebol praticado nos dois países, a formação feita no Rio de Janeiro, com o volante promovido ao profissional do Flamengo em 2019, o preparou com um "jeitão Europa" para não sentir o impacto do intenso e físico futebol na Inglaterra. Segundo Vini, Jorge Jesus, seu técnico no profissional, e Mauricio Souza, o Mauricinho, o deram bagagem suficiente para se adaptar rapidamente.
"Na base, com o Mauricinho, ele tinha trabalhos similares aos do Jorge Jesus. Quando chego na Europa, foi fácil a adaptação. Fazia tudo praticamente no Flamengo. O Mister foi um treinador que me deu tudo isso para a posição de primeiro volante, sou bastante grato".
Ainda sobre Jorge Jesus, Vinicius Souza era um xodó do português. O Mister o chamava de "Matic", em referência ao experiente volante ex- Chelsea , Manchester United e que trabalhou com JJ no Benfica . A comparação pegou Vini Souza de surpresa, como conta o próprio jogador.
"Não sabia quem era o Matic. Ele dizia para ver os vídeos. Assistia, lembro que ele estava no United. Era um jogador incrível, alto, mas não o acompanhava (a fundo). Obviamente, Matic eu sabia quem era, mas (quando acompanhei os vídeos)... achei incrível. Tinha um nível absurdo, ele ficava no meu pé falando de Matic, (lembrando) os treinos em Portugal. Foi uma experiência maneira com Jorge Jesus".
"Eu mesmo não acompanhava tanto (o futebol europeu). Na época (o cara) era o Pogba, caras com mídia, mas o Matic foi incrível. Alguns jogadores valorizavam a importância do volante. Esses caras são incríveis. Jorginho, Fernandinho, Fabinho... incrível o que eles fizeram".
Nos treinos que viu de Jorge Jesus no Flamengo, Vini Souza lembra a obsessão do Mister pela perfeição. Inúmeras paralisações durante as atividades até que todos fizessem aquilo que Jesus estava pedindo. No fim, as vitórias do Rubro-Negro, campeão do Brasileirão e da Libertadores em 2019, confirmavam, para Vini, que JJ tinha razão.
"Tinha que ser da maneira dele, mas a gente percebeu que dava muito certo. Um passe simples, ele falava para dar em outro para romper linhas... posicionamento sem a bola foi o mais importante, Arão foi o destaque como volante, particularmente eu pegava muito esses detalhes. Parava o treino o tempo inteiro. Podia ser um bobinho. Tudo tinha um jeitinho e mudança do Jorge Jesus. Ele era incrível como treinador, foi uma temporada que não sei explicar".
"A gente evitava fazer as coisas para não parar (o treino). Ele sempre achava um porém, às vezes ficava chato porque parava bastante. Mas os resultados acontecendo, tudo o que ele falava acontecia, fluía natural, não tem como teimar se está dando muito certo", completou.
Sem afinar para estrelas da Premier League
Além de boa saída de bola, Vinicius Souza se destaca pela força física que tem. E o estilo em campo rendeu diversos embates com estrelas da Premier League na temporada passada.
E dois astros acabaram "na mira" do brasileiro: Mohamed Salah e Bruno Fernandes, destaques de Liverpool e Manchester United, respectivamente. Vini Souza admitiu "ser outra pessoa" quando rola a bola e, de forma bem humorada, brincou sobre os entraves os jogadores citados.
"Em campo, tenho muita briga... sou outra pessoa em campo. Briguei com Maddison, Salah. Claro, tudo ficou no campo, para mim já passou. Teve uma que discuti com Bruno Fernandes e depois a gente trocou camisa. Fica no campo para mim. Português, brasileiro... ele estava reclamando de uma jogada, não concordei. Depois, ele pediu minha camisa, troquei e falei 'você quer minha camisa'. Ele disse 'lógico'. Fica em campo, sou bastante briguento em campo".
"Com Salah, foi que ele tentou cavar pênalti. Eu mando ele levantar, ele briga comigo, discute, depois me abraça. (Salah é um) cara tranquilão, não tinha como brigar. Peguei a camisa dele. Eu que pedi, né. Já estava ali no túnel, pedi e ele trocou rapidinho", finalizou.