O movimento de translação da Terra coincide com a mudança de humor abrupta de torcedores, jornalistas e dirigentes.
Passamos 9 meses do ano reclamando dos Estaduais. É letra comum afirmar quão inconveniente é o calendário do futebol brasileiro por causa da manutenção desses "monstrengos" que ocupam o que seria quase um turno de Brasileirão. Mas o inferno astral dos românticos campeonatos que alimentam rivalidades locais e mantêm viva a memória de "melhores carnavais" acaba assim que rola a bola da primeira rodada.
Sai a má vontade, entra a cobrança, a cornetagem e as certezas absolutas sobre o resto da temporada.
Começa o Paulistinha (Paulistão é a partir dos mata-matas), e não se pode empatar.
Sylvinho? Não evoluiu" Palmeiras? Precisa dar ritmo com urgência e falta um 9. Santos? Xiiiii... São Paulo? Rogério Ceni ganhou o que queria, um elenco quase novo, e precisa mostrar que não vai comprometer a sua reputação.
Começa o Carioquinha, e não como é que o Botafogo SAF não goleou jogando em casa como visitante ( Brazilzilzil !)? Rapaz, e o Vasco , hein!? Será um longo ano, com "arrebentação e montanhas", para o time de Zé Ricardo (quanto tempo vai durar o Zé Ricardo?). E os jogadores do Fluminense? Não vão poder ser sempre escalados, não. Não vão aguentar a temporada, mas o Abel precisa saber que o investimento feito precisa dar resultado.
Pior é no Mineiro. Qual chance tem Turco Mohamed de bater o recorde negativo de Dudamel se não empolgar no campeonato em que é muuuuuuuuuuito melhor do todos os rivais em todos os aspectos juntos, misturados e elevados a enésima potência?
No Sul? O Inter tem que começar a se vingar dos últimos anos de supremacia tricolor. A pergunta que não quer calar: desta vez um técnico do Inter vai ganhar o Grenal? Vai?
A verdade, senhoras e senhores, é que nós amamos odiar os Estaduais. E somos, sim, resultadistas.
Amém.