Em uma nota oficial enviada à imprensa, a Libra, um grupo que reúne 14 clubes das séries A e B do futebol brasileiro, manifestou sua insatisfação em relação à ação judicial movida pelo Flamengo. Essa medida resultou no bloqueio de repasses financeiros, o que, segundo a entidade, está "desgastando a harmonia do grupo" ao adotar uma "postura que privilegia o interesse particular de curto prazo".
O Flamengo alega ter sofrido prejuízos em um contrato bilionário relacionado à negociação dos direitos de transmissão das partidas do Campeonato Brasileiro. No entanto, a Libra esclarece que o clube questiona o "modelo vigente" da negociação, um tema que já foi amplamente discutido e votado pelos clubes envolvidos. A nota enfatiza que a Libra "não poupará esforços para defender na justiça a legitimidade das decisões coletivas e o cumprimento dos contratos".
Acordo com a Globo e Impacto Financeiro
Em março de 2024, os clubes que compõem a Libra — incluindo Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Vitória, Paysandu, Remo, ABC, Guarani e Sampaio Corrêa — assinaram um acordo com a Globo para a transmissão dos jogos do Brasileirão entre 2025 e 2029, onde os clubes do bloco atuam como mandantes. O grupo negociou os ativos por R$ 1,17 bilhão, além de garantir 40% da receita líquida obtida com o Premiere.
A Libra repudia a decisão unilateral e repentina da atual gestão do Flamengo, que, ao mover a ação judicial, bloqueou repasses financeiros consagrados em contrato. Essa atitude, segundo a entidade, desgasta a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados. A nota ressalta que o clube rubro-negro, ao alegar prejuízo em um contrato bilionário, não condiz com sua situação financeira.
Defesa dos Interesses Coletivos
A Libra sempre se dedicou a atender aos interesses dos clubes associados, incluindo os questionamentos do Flamengo sobre o modelo vigente. Embora o tema tenha sido debatido exaustivamente no passado, ele voltou à pauta e foi submetido à vontade democrática de todos os membros, que votaram pela manutenção do formato atual.
A entidade, junto com seus clubes, visa proteger os interesses da ampla maioria que acredita na construção conjunta, no respeito aos acordos e no fortalecimento do futebol brasileiro. A nota ainda destaca que a discordância e o necessário enfrentamento legal são direcionados exclusivamente à conduta da atual gestão do Flamengo, que insiste em não respeitar compromissos assumidos e contratos assinados pelo Clube de Regatas do Flamengo, preservando o respeito pela história e pela torcida de seu clube associado.