Libertadores: na estreia de Renato Gaúcho, Flamengo joga mal, mas vence com gol de Michael

Os torcedores do Flamengo assistiram incrédulos a mais um passo no processo de desfiguração do time campeão de tudo em 2019. Na estreia do técnico Renato Gaúcho, que teve apenas um dia de treinamento e o desfalque de quatro titulares, a equipe venceu o Defensa y Justicia, pela primeira partida das oitavas de final da Libertadores, mas fez uma de suas piores apresentações nos últimos anos na noite desta quarta-feira. Foram apenas cinco finalizações, marca mais negativa na temporada, contra 14 do adversário, que também teve mais posse de bola (57% a 43%).

O resultado veio com sorte na bola chutada por Michael, que contou com desvio e enganou o goleiro. E também na garra de todo o time, que fez um jogo reativo, e contou com a boa participação do goleiro Diego Alves, autor de ao menos três defesas difíceis que garantiram a vitória no fim.

Com a vantagem do empate, o Flamengo reencontra o time argentino na próxima quarta-feira. Até lá, terá o retorno de Willian Arão, que fez muita falta tanto na zaga como no meio-campo, e a expectativa pelas voltas de Diego Ribas, Rodrigo Caio e Bruno Henrique, em recuperação de lesão. No domingo, o time encara o Bahia, pelo Brasileiro.

Mudança de estilo

Quem viu o Flamengo que propõe jogo, mantém a bola e troca passes, ao se deparar com a partida na Argentina certamente pensaria se tratar de outro elenco. Ou de um novo estilo em prática. Renato não teve tempo, mas optou por uma formação no esquema 4231, em que os volantes - João Gomes e Thiago Maia - eram os responsáveis por fazer a transição, mas estavam em noite para esquecer.

Na prática, a saída de bola ficou a perigo a todo momento, pois era trabalhada pela dupla de zaga Gustavo Henrique e Léo Pereira, que muitas vezes recuavam para Diego Alves. O resultado foi uma instabilidade defensiva como há muito não se via.

Do meio para frente, o técnico escalou Michael no lugar de Bruno Henrique. Mas a bola não chegava para Éverton Ribeiro e Arrascaeta acionarem o velocista e Gabigol. Com forte marcação, o Defensa y Justicia anulou as possibilidades de criação do Flamengo, que passou a fazer um jogo mais direto, errar muitos passes, sobretudo com os volantes, e ser dominado.

Por sorte, Michael achou um gol em arrancada pela esquerda. E no combate direto os jogadores de defesa se comportaram bem, assim como o goleiro. O que no fim demonstrou certa garra da equipe rubro-negra. Mas ela foi fruto de uma desorganização e de um desespero ilustrado no ato de Gabigol coçar a cabeça ao se ver sem opções.

O Flamengo teve uma única boa chance no segundo tempo com o camisa nove em passe de Arrascaeta, outro desaparecido em campo no novo esquema mais espaçado. No fim da partida, Renato colocou Pedro, e terminou o jogo com Bruno Viana em uma linha de três zagueiros. Praticamente abdicou do jogo, ao menos da forma como o Flamengo atuava. Mas traz para o Brasil três pontos e uma vitória que, para o começo de trabalho, vai lhe dar tempo de avaliar se haverá de fato um rompimento de filosofia, ou se o elenco completo lhe dará mais opções de retomar o comportamento habitual do Flamengo.

Fonte: Extra