O juiz Tiago Fernandes de Barros absolveu todos os acusados pelo incêndio culposo que resultou na morte de dez jovens no centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, em 2019. O Ministério Público não conseguiu provar a culpa dos réus, que ocupavam diversas funções relacionadas à segurança e estrutura do local.
Detalhes do incêndio
O incêndio ocorreu em 8 de fevereiro de 2019, e resultou na morte de dez jovens atletas: Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique, Rykelmo, Samuel e Vitor Isaías. Além das vítimas fatais, 16 jovens conseguiram escapar do incêndio. A investigação apontou que o fogo teve início por um aparelho de ar-condicionado e se alastrou rapidamente devido ao revestimento inflamável dos contêineres onde os atletas dormiam.
Perfil dos réus
Os réus absolvidos foram:
- Antonio Marcio Mongelli Garotti (ex-diretor de Meios do Flamengo)
- Marcelo Maia de Sá (ex-diretor adjunto do Patrimônio do Flamengo)
- Claudia Pereira Rodrigues (representante da empresa NHJ)
- Danilo da Silva Duarte (engenheiro responsável pelos contêineres)
- Fabio Hilario da Silva (engenheiro responsável pelos contêineres)
- Weslley Gimenes (engenheiro responsável pelos contêineres)
- Edson Colman da Silva (responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado)
Vale destacar que o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, foi excluído da denúncia por ter mais de 70 anos, o que cortou o prazo de prescrição pela metade.
Repercussão da decisão judicial
A decisão do juiz Tiago Fernandes de Barros gera repercussões significativas, tanto no âmbito jurídico quanto social. O caso trouxe à tona discussões importantes sobre a segurança em centros de treinamento de clubes de futebol, destacando a necessidade de melhorias nas condições de preservação e segurança desses locais.
A absolvição dos réus levanta questões sobre as responsabilidades legais e a segurança dos jovens atletas que representam o futuro do esporte. A decisão pode impactar a forma como os clubes administram suas estruturas e garantem a segurança de seus atletas, especialmente nas categorias de base.
A decisão também pode influenciar futuros processos em relação à segurança em instalações esportivas, reforçando a necessidade de um rigor maior nas normas de segurança para evitar tragédias semelhantes.
O Flamengo, como protagonista deste caso, deve agora focar em como aprimorar suas práticas de segurança e, ao mesmo tempo, trabalhar na reestruturação de sua imagem após um episódio tão doloroso na história do clube.