A primeira das tão aguardadas decisões de outubro está chegando. Nesta quarta-feira, na Neo Química Arena, o Flamengo disputa o jogo de ida da final da Copa do Brasil. E o grupo rubro-negro dispõe de cinco campeões da competição. São eles o técnico Dorival Júnior e os atletas Santos, Léo Pereira, Everton Cebolinha e Arrascaeta, o especialista em finais .
Arrascaeta: atento em frango e golaço após voo de 25h
Arrascaeta é o maior campeão da Copa do Brasil no atual plantel do Flamengo . Venceu a competição em 2017 e 2018, mas ambas as conquistas vieram com a camisa do Cruzeiro, uma delas dolorosa para os rubro-negros.
Em 2017, então aos 23 anos, Arrasca vinha sendo reserva pois se recuperava de lesão no joelho direito. Por isso, no primeiro jogo da final entre Flamengo e Cruzeiro, disputado no feriado de 7 de setembro, entrou somente aos 35 minutos da etapa final.
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Arrascaeta já conquistou todas as taças pelo Flamengo, exceto a Copa do Brasil e o Mundial de Clubes — Foto: Conmebol
Bastaram três minutos para o uruguaio aproveitar jogada que ele mesmo iniciou. Recebeu na direita, deu um corte seco em Everton e entregou a Hudson, que bateu fraco de fora da área. Thiago rebateu mal, e Arrasca, com a 10 celeste às costas, só empurrou. Frango do jovem rubro-negro. Na volta, em Belo Horizonte, empate por 0 a 0 e vitória cruzeirense por 5 a 3 nos pênaltis.
Golaço contra Cássio, do Corinthians
No ano seguinte, a temida Data Fifa tirou o já titularíssimo Arrascaeta da primeira partida da final da Copa do Brasil de 2018, contra o Corinthians. O Cruzeiro venceu por 1 a 0 no Mineirão.
Na volta, a diretoria celeste e o uruguaio fizeram esforço hercúleo pela participação na decisão. Depois de disputar dois amistosos na Ásia, o último deles no dia anterior à finalíssima da Copa do Brasil, Arrasca encarou voo de 25 horas. Saiu de Saitama, no Japão, fez escala no Catar e chegou às 15h49 (de Brasília) em São Paulo, menos de seis horas antes do início da decisão.
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O sacrifício valeu a pena. Arrascaeta entrou aos 22 minutos do segundo tempo. Aos 36, quando a partida estava em 1 a 1 e indefinida, recebeu lançamento em profundidade de Raniel e garantiu o hexacampeonato cruzeirense com uma linda cavada de pé esquerdo para vencer Cássio.
Cebolinha fundamental em 2016
Reserva como nos dias de hoje, Everton Cebolinha saiu do banco para praticamente definir o campeão da Copa do Brasil de 2016. Aos 20 anos, despontava como grande promessa do Grêmio sob o comando de Renato Gaúcho.
Em 23 de novembro do ano em questão, o Grêmio iniciava muito bem a primeira partida da final da competição contra o Atlético-MG, no Mineirão. Com nove minutos do segundo tempo, Pedro Rocha fazia o seu segundo gol, e o time abria 2 a 0. Aos 20, porém, Pedro foi expulso e deixou o Tricolor em situação delicada.
De tanto pressionar, o Galo diminui com Gabriel aos 36 minutos. Cebolinha entrara no minuto anterior.
Aos 45 minutos, o zagueiro Pedro Geromel fez uma linda jogada e cruzou para o camisa 11 fazer o terceiro e garantir enorme vantagem para Porto Alegre. O penta estava muito bem encaminhado e acabou confirmado com empate por 1 a 1 no jogo de volta.
Santos e Léo Pereira campeões em 2019
Se Cebolinha foi campeão em 2016, e Arrascaeta, em 2017 e 2018, o ano seguinte teve outros dois flamenguistas no lugar mais alto do pódio da Copa do Brasil. E também de vermelho e preto. Santos e Léo Pereira levantaram a taça com o Athletico-PR após vitórias por 1 a 0 em Curitiba e 2 a 1 em Porto Alegre contra o Internacional.
Santos já vivera a final da competição com o mesmo Athletico em 2013, quando foi vice para o Flamengo . Na oportunidade, esteve no banco nas duas finais - o hoje palmeirense Wéverton era o titular.
Na campanha do título atleticano, Léo Pereira vivia ótima fase e fez gol contra o Flamengo no jogo de ida entre os clubes pelas quartas de final da Copa do Brasil. Após empates por 1 a 1, o Furacão avançou nos pênaltis. Seria o último revés do time de Jorge Jesus dentro do continente no mágico ano de 2019.
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Léo Pereira, o terceiro da esquerda para a direita, e Santos, o último, posam para foto de campeão da Copa do Brasil — Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Dorival campeão com Neymar e Ganso em 2010
Dorival Júnior não foi campeão da Copa do Brasil como jogador, mas conquistou a competição à beira do gramado com um dos times mais inesquecíveis que o país teve em 2010.
Com Neymar, Ganso e Robinho em altíssimo nível, Dorival montou equipe poderosa que encantou no Campeonato Paulista e decidiu a Copa do Brasil praticamente no primeiro jogo da decisão, contra o Vitória. Venceu por 2 a 0 na Vila Belmiro e perdeu por 2 a 1 no Barradão.
Foi o primeiro título nacional de Neymar e Dorival Júnior dentro da elite.
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Dorival Júnior e Neymar no Santos de 2010 — Foto: Agência Estado
Gabigol faz gol em final, mas amarga vice
À época com apenas 19 anos, Gabigol iniciava em 2015 uma doce rotina de marcar gols em grandes finais. No jogo de ida contra o Palmeiras, perdeu pênalti aos cinco minutos de jogo, com uma batida na trave. Redimiu-se, porém, com um golaço aos 33 da etapa final. Cortou um marcador e tirou de Fernando Prass com um bonito toque (veja os dois lances abaixo) .
No jogo de volta, o Palmeiras venceu por 2 a 1 e levou a disputa para os pênaltis. Substituído na reta final do segundo tempo, Gabigol obviamente não bateu, e o rival levou o tricampeonato.
Outro flamenguista titular nas duas partidas com o Palmeiras foi o volante Thiago Maia, que à época tinha apenas 18 anos. Maia e Gabriel eram treinados por Dorival Júnior.
Outros finalistas sem títulos
Se Gabigol foi vice-campeão mas teve participação ativa nas decisões contra o Palmeiras, Rodinei, Everton Ribeiro e Diego não sentiram o gostinho de marcar numa final de Copa do Brasil.
Ribeiro foi vice-campeão três vezes fora da Gávea, duas com o Coritiba e uma com o Cruzeiro. Em 2011, ainda era reserva e não disputou os jogos contra o Vasco. Na temporada seguinte, foi titular nos dois jogos que deram o título ao Palmeiras. Em 2014, era um dos astros de um Cruzeiro avassalador e bicampeão brasileiro, mas sua equipe perdeu as duas finais para o rival Atlético-MG.
Em 2017, ele não pôde jogar a final contra o Cruzeiro porque foi contratado após o fim do prazo de inscrições e só estava regularizado no Brasileiro e na Copa Sul-Americana.
Rodinei e Diego, sim, jogaram e foram vice-campeões em 2017. O camisa 10, aliás, desperdiçou sua cobrança na disputa por pênaltis que deu ao Cruzeiro o pentacampeonato da Copa do Brasil. Bateu no canto direito, e Fábio voou para defender. Já o lateral foi titular no Maracanã e entrou na reta final do duelo no Mineirão para atuar como ponta.
Para tentar multiplicar o número de campeões da Copa do Brasil dentro de seu elenco, o Flamengo encara o Corinthians nas duas próximas quartas-feiras. O primeiro jogo será disputado em São Paulo, e o de volta está marcado para o Maracanã.
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