O Flamengo se encontra em meio a um embate significativo com os demais clubes do bloco comercial da Libra, relacionado ao rateio dos direitos de transmissão, que abrange TV aberta, fechada e pay-per-view. Recentemente, o clube carioca obteve uma liminar que bloqueia o repasse de R$ 77 milhões, levantando questionamentos sobre a validade dos cenários apresentados pela Libra e a ausência de unanimidade necessária para alterações no modelo de divisão.
Liminar e Bloqueio Financeiro
A liminar concedida ao Flamengo tem como objetivo impedir o repasse de R$ 77 milhões, um valor que corresponde a 30% da receita fixa da liga. Marcelo Campos Pinto, representante do Flamengo, destacou a insatisfação do clube com o rateio, uma questão que se arrasta desde o início do ano. Em suas declarações, ele enfatizou que "qualquer clube pode vetar uma decisão em determinadas situações", referindo-se ao Estatuto da Libra, que exige unanimidade para alterações na fórmula de rateio.
Cenários de Rateio e Críticas
Marcelo Campos Pinto criticou a abordagem da Libra ao elaborar cenários de divisão de recursos. "Isso que a Libra fez, começou a elaborar cenários em que ela partia de princípios subjetivos", comentou ele, referindo-se à apresentação de cinco cenários que, segundo ele, não foram fundamentados em dados objetivos. Ele questionou a precisão desses cálculos e a aplicação das regras de rateio, reforçando a ideia de que, para qualquer mudança na fórmula, é imprescindível a concordância de todos os clubes envolvidos.
Implicações da Disputa
O conflito entre o Flamengo e a Libra é particularmente relevante em um momento crítico para a distribuição dos direitos de transmissão da Série A do Brasileirão, com um contrato vigente que abrange o período de 2025 a 2029. A disputa também reflete a insatisfação de outros clubes em relação ao modelo de divisão, levantando dúvidas sobre o futuro da liga e suas práticas de rateio. A lista de clubes que compõem a Libra inclui Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Vitória, Paysandu, Remo, ABC e Guarani, todos acompanhando atentamente o desenrolar dessa situação.
A postura do Flamengo, liderada pelo presidente Bap, que já havia manifestado descontentamento com o pagamento do repasse, e a movimentação judicial em curso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, podem ter consequências significativas para a dinâmica de poder entre os clubes da liga e para a forma como os direitos de transmissão serão geridos nos próximos anos.
