O Flamengo anunciou, na sexta-feira, acordo com o Banco Regional de Brasília (BRB) para ser seu novo patrocinador máster. Depois de ficar perto de acerto com a norte-americana Amazon, o clube rubro-negro manteve um padrão no futebol brasileiro: no espaço mais nobre dos uniformes dos principais times do país, o domínio é do setor financeiro.

Em 2019, por exemplo, entre as dez equipes que mais fizeram dinheiro com acordos comerciais na temporada, só uma não tinha como parceira principal uma empresa do ramo – em oito, bancos; em um, uma financeira. Nesse grupo, inclusive, já estava o Flamengo, com o BS2.

A rescisão com o banco digital foi anunciada pelo clube carioca durante a pandemia do novo coronavírus . Na ocasião, porém, a expectativa era pelo acerto com a Amazon, gigante norte-americana do ramo de tecnologia, em acordo que ficou próximo, mas não se concretizou.

Como noticiou o ESPN.com.br , no início de junho, a empresa pediu um 'desconto' de 30% no valor inicialmente acordado , na casa de R$ 38 milhões, mas com bônus que poderiam elevar a quantia. O acerto seria válido por 12 meses, mas também com possibilidade de extensão.

Com o BRB, os valores não foram confirmados – o contrato ainda passará pelos conselhos do clube –, mas devem girar em torno de R$ 35 milhões por temporada. Em 2019, o clube fez R$ 105 milhões com acordos comerciais, que incluíram, além do máster, oito empresas espalhadas pelo uniforme – além da Adidas, sua fornecedora de material esportivo.

Os números fizeram o Flamengo o segundo clube que mais faturou com patrocinadores no último ano, perdendo apenas para o Palmeiras , que fez R$ 135 milhões com essa fonte. Em seguida, em ordem, vieram: Corinthians , Grêmio , Internacional , São Paulo , Athletico-PR , Fortaleza , Bahia e Cruzeiro . Em comum, todos tiveram parceiras do setor financeiro.

A equipe tricolor de Salvador é a única exceção ao que se refere ao patrocinador máster. O Bahia tem acordo com a Dular Alimentos. Ainda assim, estampou, por exemplo, a Caixa e o Credcesta em seu uniforme, não sendo completamente uma exceção para confirmar a regra.

Dos 20 clubes que disputaram a Série A do Campeonato Brasileiro no último ano, 17 fecharam a temporada com um patrocinador máster fixo. Somente seis não eram empresas do ramo financeiro.

Atlético-MG , Corinthians e Vasco tiveram o BMG; Athletico-PR, Cruzeiro e Fortaleza, Digi+; Grêmio e Internacional, Banrisul; Palmeiras, Crefisa; São Paulo, Banco Inter; além do Flamengo com o BS2.

“O setor financeiro, que foi o 5º em volume de marcas em 2017, passando para 2º em volume de marcas em 2018, e se tornou em 2019 o setor com maior volume de marcas investindo em patrocínio em camisas na Série A”, escreveu José Colagrossi, diretor executivo do Ibope Repucom, em estudo da consultoria sobre patrocínios no Campeonato Brasileiro.

“Seja com bancos tradicionais e digitais, financeiras, consórcios, capitalização, seguros ou meios de pagamento, o setor financeiro atingiu o volume de 23 marcas diferentes investindo na elite do futebol nacional em 2019”, completou ele.

Entre todas as 144 empresas que apareceram em uniformes na Série A do Brasileiro em 2019, 23 foram do setor financeiro (o estudo do Ibope Repucom considerou bancos, financeiras, consórcios, capitalização, seguros e meios de pagamento). Em seguida, vieram os segmentos de alimentação e imobiliário/construção, com 16 marcas de cada ramo.

Entre os patrocinadores máster, até então, o Banrisul era a única empresa pública. Isto até o acerto, agora, do BRB, banco que tem o Governo do Distrito Federal como maior acionista, com o Flamengo.