Nesta quarta-feira, o ESPN.com.br inaugura o " Fã de Esporte entrevista ", uma nova seção na qual os internautas têm a chance de enviarem perguntas ao entrevistado através da web .

Nos últimos dias, a reportagem selecionou os melhores questionamentos que foram feitos ao ex-meio-campista Alex, através das redes sociais da ESPN : Twitter , Instagram e Facebook .

As centenas de perguntas mandadas pelos fãs de esporte resultaram em uma entrevista reveladora com o craque, que falou sobre diversos momentos marcantes de sua carreira e também da vida pessoal.

Alex recordou, por exemplo, a forma como foi mandado embora "por telefone" do Cruzeiro , em 2001, e também a maneira como "pagou para jogar" no Flamengo , durante a passagem relâmpago que teve pela equipe carioca, em 2000.

Como sempre, ele não ficou em cima do muro em nenhuma questão, e cravou: jogou em um "nível espetacular" em 2003, garantiu que jamais vestiria a camisa do Athletico-PR e assegurou que o Palmeiras tem, sim, um título Mundial de Clubes.

O ex-armador ainda lembrou os tempos em que defendeu o Coritiba , e falou abertamente sobre como, em sua visão, a arbitragem favorece os times grandes no futebol nacional.

Confira tudo abaixo :

AS PERGUNTAS MAIS FEITAS PELOS FÃS DE ESPORTE

Você quer ser técnico ou dirigente do Coritiba em um futuro próximo?

Dirigente, não. Como treinador, vou estar no mercado. Se o Coritiba achar que tenho capacidade para dirigir o clube, não vejo problema nenhum.

Por que sua passagem no Flamengo foi tão curta e por que deu tão errado?

Eu era jogador do Parma e fui emprestado para o Flamengo de agosto de 2000 até julho de 2001, quando eu teria que retornar à Itália. Pela situação da seleção, eu fui para os Jogos Olímpicos de Sydney, que foram em setembro de 2000. Então, eu só cheguei ao Flamengo de fato em outubro. Isso é até maluco, porque eu joguei a Olimpíada como jogador do Flamengo. Aí eu jogo outubro e novembro pelo time. Era a Copa João Havelange, que classificava oito equipes para o mata-mata, e o Flamengo não se classifica.

Nós entramos no período de férias, e o Flamengo ia começar a organizar o time de 2001. Aí vem a parte mais louca: eu fui jogador do Flamengo em agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2000, ia dar cinco meses e o Flamengo não tinha me pagado nada nesse período. Eu estava seguro com a questão financeira, porque era jogador do Parma, então eu sabia que receberia. Mas, quando acaba o ano, o Palmeiras tinha vaga na Libertadores de 2001, porque tinha ganho a Copa dos Campeões.

Aí o Palmeiras me pergunta se eu não quero voltar para jogar a Libertadores. E, como as coisas não tinham acontecido bem e eu tinha jogado só 12 partidas pelo Flamengo, a maioria delas saindo da reserva, falei que sim, mas havia dois problemas: tinha que acertar com o Parma e com o Flamengo. O Mustafá (Contursi), que era o presidente do Palmeiras na época, falou que com o Parma ele acertava, desde que eu acertasse com o Flamengo. Aí levei a proposta para a Gávea, e o presidente era o Edmundo (dos Santos Silva).

Aí vem a parte mais louca da história: o Flamengo me devia cinco meses de contrato, e o presidente falou: ‘Eu te libero se você abrir mão de R$ 100 mil’ (risos). Eu falei: ‘Está bem, presidente... Não foi bom para vocês e nem para mim, as coisas não deram certo e eu abro mão’. Rescindi o contrato com o Flamengo, voltei a ser jogador do Parma, que me emprestou para o Palmeiras. Esses dias eu fiz a conta: foram 47 dias de Flamengo para mim. De contrato, foram cinco meses, mas, com seleção e férias, foram 47 dias de Gávea. E eu saí ‘pagando’ o Flamengo ainda por cima (risos).

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Seu gol de cobertura no Rogério Ceni foi o mais bonito da sua carreira? Alguma vez ele comentou sobre esse gol com você?

Várias vezes! O Rogério é um cavalheiro sobre esse tema do gol. No mesmo dia em que fiz o gol, que foi no primeiro tempo, já no intervalo ele falou comigo e deu os parabéns. E, em vários outros momentos, a gente se encontrou e, se alguém perto falava do gol, ele respondia na boa e entrava em todas as brincadeiras. Na minha frente, perto de mim, sempre foi de um cavalheirismo absurdo e tratou dessa história muito bem. E foi o mais bonito da minha carreira, sim. Não valeu tanta coisa, porque era um jogo de meio de campeonato, mas, em termos de beleza, com certeza é o maior.

Você se sente magoado ou injustiçado por não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 2002?

Não! Estamos em 2020 já. Isso aí já passou e minha carreira seguiu, minha vida seguiu. Na época, em 2002, 2003, aquilo ficava remoendo, era todo mundo me perguntando por que eu não fui, por que o Felipão tomou a decisão A ou B... Mas, hoje, em 2020, te garanto que isso ficou para trás. Está muito superado.

CONFIRA ABAIXO A ENTREVISTA COM ALEX

Você acha que algum jogador do planeta apresentou um futebol melhor que você em 2003?
Leonardo Silveira, Divinópolis-MG

Acho que joguei num nível espetacular. Se não me engano, quem ganhou os prêmios (Bola de Ouro e Melhor do Mundo da Fifa) naquele ano foram o (Pavel) Nedved e o (Zinedine) Zidane... Mas eu nunca parei para pensar nisso. Para falar a verdade, fiquei satisfeito com o que eu joguei, e para mim era o que estava valendo.

Você se coloca no panteão das lendas do futebol? Se não, o que faltou para chegar lá?
Sérgio Augusto de Almeida, Betim-MG

Não me coloco, não. Até porque o futebol brasileiro é recheado de bons jogadores, e, querendo ou não, para o nível Brasil, o ‘peso Copa do Mundo’ é muito grande, e eu não tive a oportunidade de jogar uma. Então, não me considero entre esse pessoal do panteão, não. Na verdade, acho que estou bem longe, nem na frente eu passo (risos).

Você gostaria de ter atuado por algum outro time fora os que jogou? Qual, e por quê?
Caio Victor, Guarulhos-SP

Para ser sincero, não. Consegui ter uma carreira bem tranquila, joguei onde tive a oportunidade de jogar e me sinto satisfeito com isso. Não tem nenhum lugar que eu imagino de diferente. A única coisa é que, quando eu era menino, ali no Palmeiras, entre 1997 e 2000, imaginava que um dia iria jogar no futebol espanhol, mas sem equipe específica, era questão da liga, mesmo. Mas acabou não acontecendo.

Você acredita que existe uma "lista negra" na CBF de jogadores que não podem ser convocados para a seleção?
Rafael Tavares, Rio de Janeiro-RJ

Não acho. Seleção é bem simples: é preferência do treinador. Se o treinador prefere A, acaba levando o A em algum momento. Não vejo essa coisa de ‘lista negra’, não. O treinador, para um amistoso, ele imagina 22, 23 nomes e acaba levando. O mesmo vale para Copa América, Copa do Mundo, outras competições. Não vejo essa forma, não.

Qual a principal diferença de um clássico disputado no Brasil e um jogado na Turquia?
Higor Ciconello, São Paulo-SP

Vou citar um exemplo: o Gre-Nal é uma rivalidade fortíssima, mas é rivalidade no Rio Grande do Sul. Ela não tem um peso tão grande no Rio de Janeiro, por exemplo. Já no Rio, você pega Flamengo x Vasco. É uma rivalidade absurda, mas é lá no Rio de Janeiro, em Porto Alegre vai estar um dia normal. O mesmo vale para Palmeiras x Corinthians. Eles vão estar jogando e vai ser lindo, um clássico disputadíssimo, mas no Rio de Janeiro, é vida normal. Na Turquia não é assim. Quando tem Fenerbahce x Galatasaray, o país para. Não tem uma cidade que não para, um local que não se mobiliza para ver esse jogo. Isso é porque a Turquia tem três times considerados grandes, enquanto no Brasil alguns falam em 10, outros em 12 e outros em 14, então é muito menos polarizado que na Turquia.

Cruzeiro 2003, Palmeiras 99 ou Fenerbahce do Zico: desses, qual foi o melhor time que jogou?
Kelvin Carvalho, Ipatinga-MG

Os três foram muito fortes e muito bons. Mas, pela forma como jogava e por aquilo que buscava naquele momento, fico com o Cruzeiro de 2003.

Você está dando os primeiros passos para iniciar carreira de treinador. Em qual técnico atual você busca mais inspiração?
Nikolas Pompermayer, Curitiba-PR

Na verdade, não me inspiro em nenhum. Não acredito muito nisso. Treinadores são pessoas como as outras, têm coisas boas e ruins, assim como eu fatalmente terei coisas boas e ruins quando for técnico. O que eu tenho que entender quando for treinador é onde vou estar, em qual clube vou estar, o que o time deseja e permite. Eu busco mais aprendizado e ver com as pessoas respondem a certas situações do que inspiração em outros treinadores.

Qual jogador mais inteligente que você jogou junto? E qual o marcador mais enjoado jogou contra?
Marcelo Maciel, Brasília-DF

Peguei vários marcadores bons, mas acho que o Makelélé foi o melhor. Ele era o que tinha a leitura mais fácil para ele e a mais difícil para mim, que estava tentando passar por ele. E o jogador mais inteligente, se tivesse que escolher um, seria o Evair. Joguei com uma geração de jogadores espetaculares, fui um felizardo e atuei com os melhores do meu tempo. Mas, se tivesse que escolher o mais inteligente, seria o Evair.

Qual foi o momento mais difícil de sua carreira? Houve algum ponto em que você quase desistiu de tudo?
Kennedy Rodrigues, Sabará-MG

Eu acho que o momento mais complicado foi no final de 2001, mais ou menos, quando a Fifa me suspendeu por ter um contrato duplo: um com o Cruzeiro, que assinei sob liminar da Justiça do Trabalho, e ao mesmo tempo eu tinha vínculo com o Parma, que tinha me comprado um ano antes e contra quem eu estava na Justiça do Trabalho. Ali, a Fifa me suspendeu e o Cruzeiro acabou me mandando embora por telefone, foi muito complicado. Agora, largar o futebol eu nunca pensei. De momento complicado, esse da suspensão da Fifa com certeza foi o pior.

Qual jogador gostaria de ter atuado junto e não teve o privilégio?
Vinícius Andrades Costa, Viamão-RS

Com alguns, né (risos)? Joguei numa geração fantástica, de jogadores que demonstraram uma qualidade absurda, mas, se eu pudesse ter jogador mais, seria o Romário. Eu joguei com ele, mas queria ter tido a chance de jogar mais.

A Copa Rio de 1951 do Palmeiras pode ser considerada um Mundial de Clubes ou não tem o mesmo status ?
Ronaldo Oliveira, São Paulo-SP

O rapaz que fez a pergunta usou uma palavra legal: status . A questão é se alguém, no caso a Fifa, considera ou não considera, o que eu acho uma besteira muito grande. As coisas vão mudando tanto... Entraram na onda que o Brasileirão começou em 1971, que o primeiro campeão foi o Atlético-MG, quando, na verdade, o futebol não começou ali, muitas coisas contaceram antes. Se a gente for na história e ver o que aconteceu em 1951, o Palmeiras enfrentou equipes europeias e, na época, os jornais tratavam (a conquista da Copa Rio) como título mundial. A história vai mudando ao longo dos anos, e a gente fica naquela coisa de ‘quem chancelou’, ‘quem não chancelou’, tem quem chama de Intercontinental, tem quem chama de Mundial da Fifa... Vai que daqui 20 anos muda tudo de novo e quem ganhou agora não vale nada (risos). Então, para mim, tem que ver o peso que teve na época. Em 1951, o Palmeiras venceu um jogo duro na finalíssima contra a Juventus. Aquele pessoal se sente campeão do mundo. Vi jogadores que participaram daquela partida contando a satisfação que foi. Então, para mim, aqueles jogadores e o Palmeiras ganharam o Mundial que existia naquele momento.

Se você fosse um jogador do Cruzeiro de 2019, qual teria sido sua atitude para salvar o time?
Eduardo Melo, Sumaré-SP

Eu teria o mesmo comportamento que tive em toda a minha carreira. O importante é jogar futebol e fazer com que as coisas aconteçam. Infelizmente, em vários momentos, aquele vestiário do Cruzeiro se comportou como se fosse dono do clube, o que não é verdade. Eles são funcionários. Essa situação eu acredito que faltou lidar melhor. E, para o clube e para os jogadores, ficaram uma marca e uma mancha com a queda.

Você sentiu diferença na arbitragem entre os tempos que atuou no Coritiba e nos times grandes do Sul e Sudeste?
Caio Kriszewski, Curitiba-PR

1000% (risos)! Isso é muito claro! Arbitragem tem um peso para o considerado grande e para o time considerado médio ou pequeno, como também tem diferença quando o árbitro apita na casa do adversário ou fora. Isso você vê toda quarta e domingo. É que agora tem coronavírus, senão a gente estaria vendo ainda (risos)...

Que tipo de atitude você tomava quando via companheiros descompromissados que estavam atrapalhando o rendimento do time?
Giovanni Orvile, Belo Horizonte-MG

A primeira coisa que eu fazia é tentar conversar com o cara, ver qual seria a resposta dele, e depois tomar uma providência através de treinador, porque quem tem essa responsabilidade é ele. Mas ia deixar claro para o cara que todo mundo estava vendo e percebendo a situação. E, se o cara estava no time, é porque tinha qualidade para isso, então primeiro ia chamar a atenção para tentar retomar o objetivo. Todo treinador, quando começa o trabalho, tem seus objetivos, situações e compromissos, e aí, caso não cumpra, o treinador e a diretoria que têm que tomar as decisões a serem tomadas.

Se você tivesse que escolher entre jogar em Athletico-PR, Atlético-MG ou Corinthians, qual escolheria?
Rafael Oliveira Henriques, Sorocaba-SP

Sinceramente, não sei (risos)... No Athletico, certamente não jogaria, pela minha relação fortíssima, num contexto geral, com o Coritiba, ainda mais por ter crescido em família coxa-branca. Mas no Atlético-MG e no Corinthians eu tive oportunidade de jogar, só que, de uma maneira educada, eu saí e segui um caminho diferente. No Athletico-PR eu tenho certeza que não jogaria. Nos outros, eu tive oportunidade, mas acabei não aceitando.

É verdade que uma vez você levou bronca do Vanderlei Luxemburgo porque foi marcado pênalti para o Palmeiras e depois você admitiu, em entrevista, que não tinha sofrido pênalti?
Scarlet Vega, São Paulo-SP

Não era o Vanderlei, era o Felipão! A bronca é verdade, ela só confundiu o treinador. Foi num Palmeiras x Corinthians, eu sofri uma jogada com o Rodrigo, ele pegou só a bola e o árbitro deu pênalti. Aí, no final do jogo, aquela loucura dos repórteres no túnel, todo mundo tinha visto que não tinha sido falta, eles me perguntaram e minha resposta foi bem simples: ‘O árbitro deu, o Zinho bateu e fez o gol, mas não foi nada, o Rodrigo tocou só na bola e o árbitro errou, a nosso favor, mas errou’. Tomei um esporro fantástico do Felipão (risos). Ouvi besteira do Felipão durante alguns meses devido à minha entrevista... Mas não me arrependo. Na verdade, eu nem provoquei ou simulei o pênalti, o Rodrigo deu um carrinho e eu acabei caindo para me proteger, só que o árbitro deu pênalti.

Qual é a melhor equipe campeã do Brasileirão por pontos corridos da história?
Felipe Antônio, Rio de Janeiro-RJ

Para mim, o Cruzeiro de 2003. Para o autor da pergunta, que deve ser flamenguista, o Flamengo de 2019 (risos). E se você perguntar para algum são-paulino, ele vai falar que é o São Paulo tricampeão, e assim por diante. Acredito que o Cruzeiro de 2003 e o Flamengo de 2019 tenham sido os que conseguiram jogar o futebol mais bonito e vistoso. Mas ainda fico com o Cruzeiro de 2003, porque o Flamengo começou mal em 2019. Nós, não: começamos com tudo contra o São Caetano e fomos fortes até o jogo contra o Bahia, sempre bem e nas primeiras posições. Então, fico com o nosso Cruzeiro.

Por que na reta final da carreira você não jogou no Palmeiras? Você que não quis ou nunca teve convite?
Vinícyus Macedo, Telêmaco Borba-PR

Na verdade, eu tinha a opção de sentar com o Palmeiras e conversar, mas acabei não fazendo, porque já tinha na cabeça a ideia de voltar para Curitiba e organizar minha vida, como jogador e também da família e dos filhos, porque eu tinha na minha cabeça eu ia jogar só mais dois anos. Era o (César) Sampaio o dirigente do Palmeira, ele queria conversar comigo, mas a conversa nem aconteceu, porque eu já imaginava o acerto com o Coritiba.

Por que não temos mais camisas 10 do seu estilo no futebol de hoje?
Giuliano Formoso, São Paulo-SP

Porque hoje o pessoal que treina os meninos na base pensa muito em ganhar, querem ser campeões do sub-11, sub-12, sub-13, sub-14... E, para ganhar nessas categorias, é muito mais fácil colocar um menino fortinho, mais maturado, porque esse menino forte ganha os jogos sozinho. E, normalmente, o camisa 10 é o menor do time, o que tem a dificuldade física maior, que normalmente demora um pouco mais para ter a maturação. E quando o moleque tem 12, 13, 14 anos e passa por isso, o próprio menino perde o estímulo, enquanto os maios fortes acabam ficando. Por isso, tecnicamente a gente acaba perdendo, porque o menino mais forte, até por característica, não faz a função que o camisa 10 de antigamente fazia.

Você recebeu proposta de algum time grande da Europa?
Michael Jaksson, Tropeço-RO

Quando eu saí para o Fenerbahce, estava entre ir para a Espanha e para a Turquia, mas acabei optando pela Turquia. Quando estava lá, tive proposta para ir para Itália, Inglaterra e Alemanha, mas acabei sempre ficando, porque as coisas aconteciam bem para mim lá. E, quando eu fui para a Turquia, já tinha 27 anos, já tinha toda a história da minha briga com o Parma, então eu não via muito um caminho para mudar o que estava dando certo. Por isso, acabei ficando nove anos no Fenerbahce.

Qual jogador atual mais se aproxima do seu estilo de jogo?
Lucas Montandon, Patos de Minas-MG

Em característica, acho que o David Silva, do Manchester City, é o mais parecido. Não é igual, mas é parecido. Eu entrava muito na área, e, hoje em dia, como mudaram as funções dentro de campo, as semelhanças acabam por aí. Mas acho que o David Silva é o que mais se aproxima.

Qual foi o jogador mais maluco e resenheiro com quem você dividiu vestiário?
Sandro Honorato, Vitória-ES

Nossa, nem cabe aqui (risos)... Joguei com muito cara louco (risos). Mas, se eu tivesse que escolher um, acho que o Leandro ‘Buchecha’, lateral-esquerdo, estaria liderando o top 3 (risos). Ele vive contando as histórias mais bizarras na internet. Ele e o Marcão goleiro eram outro nível de resenha no vestiário.

Seus filhos torcem para qual time?
Gustavo Deis, Punta del Este (URU)

O meu moleque é muito, mas muito Coritiba. É um negócio absurdo. As duas meninas também são Coritiba, mas elas não têm uma relação tão forte com futebol, é mais aquela coisa de família, mesmo: meu pai torce, meu vô torce, minha mãe torce, então também sou coxa-branca. Mas meu menino é muito Coritiba.

Acha utópica uma fusão do Athletico-PR com o Coritiba para fazer o futebol do estado bater de frente com SP, RS, RJ e MG?
Tiago Coutinho, Zagreb (CRO)

Essa coisa da fusão a gente já escuta, eu particularmente escuto, há uns 30 anos... Sou casado com a filha de um ex-presidente do clube, que já contou várias histórias de reuniões que eles tiveram para juntar Athletico e Coritiba para montar um time só na cidade, isso lá atrás, mas acabou não acontecendo, até por conta da rivalidade. Sinceramente, acredito que nunca vai acontecer. Mas, se acontecesse, não teria problema nenhum, pelo menos para mim. Seria uma equipe forte, de um município forte. Mas, sinceramente, pelas diretorias, pela forma como é a situação esportiva, se isso acontecesse, me surpreenderia bastante.

Já passou pela sua cabeça a ideia de ser presidente da CBF?
Raphael Teodoro, Rio de Janeiro-RJ

Não. Até porque, com o Bom Senso FC, a gente entendeu muita coisa que acontece nos bastidores... Hoje, com 42 anos, não me imagino dirigente. E, além disso, com o estatuto da CBF, é muito difícil alguém ‘de fora’ chegar lá. O Zico, por exemplo, era mais fácil ele ter se candidatado à presidência da Fifa do que da CBF! Então, isso nunca passou pela minha cabeça.

Se você não tivesse sido jogador, qual profissão imagina que teria seguido?
Jarbas Leôncio, Petrolina-PE

Nossa, nem ideia... Eu comecei a jogar bola com nove anos e só pensava em jogar bola. Minha segunda função era estudar, mas era um estudo protocolar. Eu ia para escola e tirava nota, mas nunca com aquela ideia de quem vai para a escola pensando em qual profissão vai querer seguir. Depois de velho, você até começa a imaginar algo para fazer, mas minha vida foi jogar bola desde os nove anos, e jogar bola para valer, com disputa, ajudando a família. Então, sinceramente, não deu nem tempo de pensar outra coisa.