Por Ivana Negrão
O juiz substituto Carlos Ney Pereira Gurgel voltou atrás e revogou a própria determinação sobre o rompimento do contrato do atacante Eduardo Sasha com o Santos. "Para que se preserve a legitimidade das decisões judiciais e para que não paire dúvidas quanto a lisura do presente processo, revogo a decisão e me dou por suspeito por motivo de foro intimo", declarou o juiz.
"O que causa mais estranheza é que a decisão que deferiu a tutela no dia 31/07 foi excelente e muito bem fundamentada, reconhecendo diversas irregularidades do Santos. E, sem qualquer provocação do clube, a revogou no dia seguinte sob alegação de suspeição. O que terá ocorrido nesse interregno?", ponderou Theotonio Chermont, especialista em direito trabalhista.
O juiz Carlos Ney Pereira Gurgel é torcedor do Atlético-MG . E muitos davam como certa a transferência de Eduardo Sasha para o Galo após rescisão com a equipe paulista, pelo fato do atacante ter trabalhado com o técnico Jorge Sampaoli, hoje no clube mineiro.
O Santos, inclusive, iria entrar com denúncia contra o Galo no Comitê de Ética da CBF por aliciamento do jogador, na segunda-feira, caso o atacante fechasse acordo com o clube mineiro.
Com a decisão deste sábado, Sasha permanece como jogador do Santos. "O atleta não precisa se reapresentar ao clube, pois deverá insistir na rescisão indireta e liberação. Creio que a decisão não se sustenta e o atleta conseguirá revertê-la. Inclusive, porque o próprio juiz já reconheceu que o clube está em mora, cometeu irregularidades e não comprovou seu bom direito quando instado a se manifestar sobre o pedido de liberação liminar", avalia Theotonio Chermont.
O caso agora será analisado pelo magistrado titular da 6ª Vara da do Trabalho do município de Santos. Eduardo Sasha alega falta de pagamento dos salários, direitos de imagem e recolhimento do FGTS por parte do Santos. O atacante também pede pagamento de verbas rescisórias e compensatórias. O valor da ação é de R$ 15.532.467.
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