O Flamengo não relacionou Pedro pela segunda partida consecutiva, e o centroavante não enfrentará o Santos hoje, às 20h, pela 14ª rodada do Brasileirão. Nos últimos dias, ele entrou em rota de colisão com Filipe Luís, que expôs a insatisfação com a atitude do jogador nos treinos. Enquanto vive esta crise extracampo com uma ausência que chama a atenção, o rubro-negro enfrentará um adversário com a presença de Neymar. O craque do time paulista nunca atuou no carioca, mas coleciona episódios que incluíram enfrentamentos históricos e “namoros”.
Quando o camisa 10 voltou ao futebol brasileiro no início desta temporada, após 12 anos, não era certo que reencontraria o Flamengo. Seu contrato inicial ia até o fim de junho, e os seguidos problemas físicos tornavam sua permanência uma incógnita. Porém, ele renovou por mais seis meses e está apto para jogar.
Neymar enfrentou o Flamengo seis vezes, com uma vitória, três empates e duas derrotas. Ao todo, marcou quatro gols. O jogo mais marcante foi o triunfo rubro-negro por 5 a 4, na Vila Belmiro, pelo Brasileirão de 2011. Mesmo tendo marcado dois gols — um deles um golaço que conquistou o Prêmio Puskás —, o então jovem viu Ronaldinho Gaúcho anotar um hat-trick e comandar a virada.
Já o último encontro foi em maio de 2013, um empate sem gols no Mané Garrincha que marcou sua despedida. Dali em diante, o craque defendeu Barcelona (Espanha), Paris Saint-Germain (França) e Al Hilal (Arábia Saudita) e, sempre que se falava em um possível retorno ao Brasil, o rubro-negro era apontado como um dos possíveis destinos. O atacante mesmo alimentava rumores.
Em meados de 2016, aconteceram os primeiros “flertes”, com o jogador negando rumores de que seu pai teria o desejo de vê-lo jogando no Fla. O clube chegou até a enviar uma camisa para ele em um treino da seleção no Ninho do Urubu. No final do ano, ele atuou no Jogo das Estrelas do Zico, no Maracanã.
De lá para cá, Neymar fez múltiplas aparições com a camisa rubro-negra e disse em algumas entrevistas que tinha vontade de defender o clube, o que alimentou o sonho de muitos torcedores. Na final da Libertadores de 2019, vencida pelo Flamengo, compartilhou vídeos comemorando a virada histórica por 2 a 1 sobre o River Plate.
— Vi aqui em casa com dois amigos, torcendo pelo Flamengo, claro. Faltando dois minutos, Gabriel acha o gol. No segundo, ficamos malucos e começamos a gritar. Falei: "Caraca, acho que sou flamenguista". Jogávamos travesseiro para cima — lembrou em live com Diego Ribas, em 2022. — Não é por ser o Flamengo, acho que foi mais pelos jogadores. A gente torce pelos nossos amigos, e ver a felicidade de vocês foi incrível. Foi como se eu tivesse participado do título, tanto que eu liguei para o Gabriel. Fizeram história, e eu e meu pai pulamos abraçados aqui.
Em junho do ano passado, além de postar uma foto com a camisa do clube com o nome de Gabigol às costas, foi ao Maracanã assistir ao jogo contra o Grêmio. À Fla TV, comentou a chance de se transferir, apesar de reforçar o amor pelo Santos:
— Óbvio que o Flamengo é o meu segundo time do coração, porque meu primeiro é o Santos. Com todo o respeito ao time que me criou e do qual sou fã desde pequeno, mas tenho um carinho muito grande pelo Flamengo e óbvio que seria um prazer enorme se um dia eu pudesse jogar aqui. O futuro ninguém sabe — afirmou.
No fim, o atacante deixou o Al Hilal e retornou ao Santos. Por parte do Fla, nunca houve uma proposta concreta para contratá-lo. Seu pai até revelou que queria vê-lo jogando pelo rubro-negro na Copa do Mundo de Clubes, mas as partes nunca se aproximaram. Agora, ele volta a atuar contra o clube onde “sempre quis jogar”.