O Flamengo formou nesta temporada um meio-campo recheado de classe uruguaia, após fechar a contratação de Nicolás De La Cruz para formar parceria com Giorgian De Arrascaeta , referência do time rubro-negro desde 2019. Na seleção do Uruguai, porém, os dois viram concorrentes por posição, em “briga” vencida por De La Cruz.
Os uruguaios têm no jogador ex-River Plate um pilar para uma equipe, montada pelo técnico Marcelo Bielsa, que preza por intensa movimentação. Neste cenário, a maior capacidade física do camisa 18 do Flamengo explica o lugar costumeiro entre os titulares. Isso tudo sem deixar de ser um jogador muito criativo.
Além disso, o esquema fixo com dois pontas (Maximiliano Araújo e Facundo Pellistri), um centroavante (Darwin Núñez) e dois volantes combativos (Federico Valverde e Manuel Ugarte), permite espaço a apenas um meia ofensivo.
Como a prioridade é realizar pressões altas na defesa adversária, De La Cruz consegue se sobressair. Com 27 anos, ele não apenas é mais novo que Arrascaeta (30), como sempre teve característica de cair mais pelos lados ou recuar como volante, tendo “mais pulmão”. Nesta Copa América , ele tem duas assistências, contra uma do concorrente.
O torcedor brasileiro, acostumado a acompanhar Arrascaeta desde os tempos de Cruzeiro, sabe que o camisa 10 preza menos pela correria e mais pelos toques refinados, fazendo a bola correr. O Flamengo se molda em torno dele, permitindo que não precise correr tanto na hora de recuperação de bola.
Na vitória dominante do Uruguai sobre o Brasil, por 2 a 0, em outubro do ano passado, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, De La Cruz foi titular e ainda marcou um dos gols. Hoje, ele deve seguir deixando o companheiro de Fla no banco.