A assistência está entre os fundamentos que mais contribuem para as mitadas dos cartoleiros: 5,0 pontinhos na conta do jogador que deixa o companheiro na cara do gol. Ela pode surgir de um passe açucarado, de uma bola parada, de uma ajeitada de cabeça e até sem querer. Mas, nas regras do Cartola FC, nem sempre é simples apontar de quem foi a assistência e até mesmo se ela de fato existiu. Veja o que diz o regulamento do Cartola FC sobre as assistências:
"Será considerada ASSISTÊNCIA somente o último toque (com ou sem intenção) antes da finalização do autor de um gol. A ASSISTÊNCIA ocorrerá quando o finalizador da jogada recebe a bola diretamente de quem executou seu passe, mesmo que em seu percurso a bola sofra PEQUENOS DESVIOS DE UM ADVERSÁRIO, sem alterar significativamente sua trajetória. Quando o desvio é de um companheiro de time, este será considerado o autor da ASSISTÊNCIA. Para evitar dúvidas, não será considerada ASSISTÊNCIA o passe para um gol contra."
As dúvidas dos cartoleiros surgem, na maioria das vezes, em situações nas quais há um DESVIO após o passe para o autor do gol. É importante entender que o Cartola FC diferencia o desvio em um adversário do desvio em um companheiro do jogador que fez o último passe. Assim:
- Quando a bola sofre um leve desvio num adversário , isto é, sem mudar demais a sua direção, a assistência é contabilizada normalmente para o autor do passe. Se o desvio, porém, alterar a trajetória da bola de maneira significativa , a assistência não é computada.
EXEMPLOS DE ASSISTÊNCIA COM DESVIO LEVE NUM ADVERSÁRIO
No vídeo abaixo, Escudero faz o passe, e a bola sofre um leve desvio do zagueiro antes de chegar a Paulinho, que chuta para gol. Neste tipo de desvio, que pouco altera a trajetória da bola , a assistência é computada.
Neste outro caso, a bola cruzada por Michel Bastos sofre um leve desvio do adversário, sobe um pouco, mas não muda consideravelmente a sua direção, chegando até Keno, que completa para o gol. A assistência de Michel Bastos, portanto, seria computada se o jogo valesse pro Cartola.
Já no lance abaixo, temos um leve desvio do goleiro Jean, que praticamente não altera a direção do cruzamento . Importante notar que NÃO se trata de um rebote , pois não houve finalização - mas sim um cruzamento para a área. Como veremos mais à frente, lances com rebote do goleiro ou da trave NÃO são considerados assistência.
- Porém, quando a bola desvia num companheiro de equipe após um passe , o raciocínio é diferente: a assistência é computada para este companheiro , ou seja, o último do time que fez o gol a tocar na bola - não importa se é um desvio forte ou fraco, intencional ou ao acaso. Para que este critério seja aplicado, é necessário que não haja dúvidas quanto à existência do toque do companheiro na bola. Se a equipe do Cartola FC concluir que não é possível afirmar com certeza se o toque/desvio ocorreu ou não, a assistência será computada para o autor do passe.
EXEMPLOS DE ASSISTÊNCIA COM DESVIO NO COMPANHEIRO
Neste lance, Keno faz o passe, e Borja, ao tentar completar para o gol, resvala de leve na bola, antes que ela chegue até Dudu. Esse desvio, nítido nos replays, faz com que a assistência seja computada para Borja - e não para Keno.
Outra assistência que se encaixa neste critério saiu neste gol do São Paulo no vídeo abaixo: repare nos replays que, após o cruzamento de Valdívia, Cueva dá um leve toque antes que a bola chegue até Marcos Guilherme. Portanto, se valesse para o Cartola, a assistência seria computada para o peruano .
Situação parecida ocorreu neste primeiro gol do Grêmio no vídeo abaixo. Ramiro toca para trás, e Barrios dá um leve toque na bola ao tentar dominá-la. Na sequência, Luan pega a sobra e chuta para o gol. A assistência foi computada para Barrios , último a tocar na bola, e não para Ramiro, como muitos cartoleiros pediram na época.
OUTROS CASOS QUE PODEM GERAR DÚVIDAS
Além das dúvidas provocadas pelos lances de passe com desvio, outras situações de difícil análise também podem gerar questionamentos dos cartoleiros. Abaixo, separamos exemplos para explicar o que conta e o que não conta como assistência de acordo com os critérios do Cartola FC.
É ASSISTÊNCIA
- Quando o autor do gol, após receber o último passe, ganha uma disputa de bola rápida ou uma dividida com o adversário antes de finalizar. Nesses casos, o autor do passe recebe os 5 pontos do fundamento.
- Quando o último passe surge de uma dividida ou uma "estourada" de bola pelo alto
- Quando o último passe é dado muito antes de o companheiro fazer o gol - isto é, mesmo que a jogada prossiga por um longo caminho até a finalização, não havendo uma interferência significativa, a assistência é computada.
- Quando, numa cobrança de falta, um jogador rola a bola para o companheiro chutar.
NÃO É ASSISTÊNCIA
- Quando o último passe sofre um desvio que muda significativamente ou interrompe a trajetória da bola, de modo a amortecê-la para o finalizador.
- Quando há uma sobra de bola após finalização bloqueada
- Rebote da trave ou do goleiro não conta como assistência pro autor da finalização
- Nos casos de gol contra , o passe ou chute que origina o tento não conta como assistência. Importante lembrar que é necessário checar na súmula se o árbitro realmente deu gol contra. Para o Cartola, em casos de gol, vale o que está registrado na súmula.