O Flamengo já está em solo norte-americano para a disputa do Mundial de Clubes e, logo após o desembarque nesta quinta-feira (12), o diretor executivo de futebol, José Boto, foi o porta-voz do clube em sua primeira entrevista coletiva. No encontro com a imprensa, o dirigente abordou de forma direta a situação de Gerson, que vive expectativa de transferência para o Zenit, da Rússia.
- Até o momento, o Gerson é jogador do Flamengo, com todos os direitos e todos os deveres dos jogadores do Flamengo. Está motivado para jogar o Mundial e, se joga ou não, não é uma decisão minha, é do técnico. Mas está aqui, como todos os outros 31 que estão aqui prontos para o técnico os utilizar - comentou Boto.
Segundo Boto, o Flamengo só abrirá mão do meio-campista mediante o pagamento integral da cláusula de rescisão, fixada em 25 milhões de euros — o equivalente a R$ 158 milhões, na cotação atual. A equipe russa já manifestou a intenção de cumprir esse valor, mas o negócio só deve se concretizar após a participação do Rubro-Negro no Mundial.
Antes de abrir para perguntas, o diretor fez questão de deixar claro que trataria o caso Gerson em um pronunciamento inicial e que não responderia a questionamentos sobre o assunto, já que o foco da coletiva seria a campanha do time na competição internacional. No entanto, ao ser questionado se essa situação extracampo poderia impactar o rendimento do elenco, ele respondeu de forma breve, sem polemizar.
- Eu não ia responder, mas vou. Quando há uma decisão grande para o Flamengo, há sempre umas notícias. Bruno Henrique é condenado, indiciado ou não sei o que (o atacante foi denunciado pelo Ministério Público do DF por fraude esportiva e estelionato). De fora, me parece estranho, mas não posso opinar. Há sempre um "timing" para certas coisas aparecerem. Garanto que todos os jogadores e profissionais estão focados e motivados. Essa competição não precisa de motivação extra.
Sobre o desempenho esperado no torneio, José Boto afirmou que o primeiro desafio do Flamengo é avançar na fase de grupos. O clube está na chave D, ao lado de Espérance (TUN), Chelsea (ING) e Los Angeles FC (EUA). Ele reconheceu a força dos adversários europeus, colocando-os como os principais favoritos ao título.
- É uma competição que pode existir uma regularidade. Os times sul-americanos serão postos à prova com os Europa e vice-versa. É óbvio que na Europa estão os melhores jogadores, técnicos e ligas. Eles estão um patamar acima da América do Sul. Não quer dizer que nós, Flamengo, não vamos encarar os jogos para ganhar. Nós vamos. Mas temos que estar conscientes do grau de dificuldade de jogar com os times europeus. O fato de ser o final temporada da Europa pode trazer alguma vantagem para os sul-americanos? Pode.
O Flamengo fará sua estreia no torneio na próxima segunda-feira (16), contra o Espérance, marcando o início da busca por um título inédito no novo formato do Mundial de Clubes, com 32 equipes.