Para enfrentar o Flamengo, o Vasco, sob o comando de Fernando Diniz, adotou uma abordagem tática ousada, baseada em extremos. A equipe se dividiu entre uma pressão intensa no campo de ataque e uma defesa compacta em bloco baixo, deliberadamente excluindo qualquer "meio-termo". Essa revelação foi feita pelo próprio treinador durante sua análise da partida.
Desvendando a Dificuldade
Questionado sobre os desafios em neutralizar a construção de jogo do Flamengo, Diniz destacou que o plano foi resultado de um extenso estudo e treinamento específico. "A gente estudou bem o Flamengo, a gente costuma marcar em bloco mais alto aqui e a gente encaixou muito bem a marcação, principalmente no primeiro tempo", detalhou o técnico. A estratégia visava sufocar o Flamengo em seu próprio campo, forçando erros ou a utilização de passes longos. Segundo Diniz, a execução foi quase perfeita enquanto a equipe mantinha o fôlego. "Quando a gente se propôs a marcar mais alto a gente praticamente não teve problema hoje, a gente conseguiu encaixar bem a marcação", afirmou.
O Preço da Alta Intensidade
Entretanto, a alta intensidade da marcação cobrou seu preço físico ao longo do segundo tempo. O cansaço de jogadores-chave foi o gatilho para a mudança de postura da equipe, que passou a adotar o segundo pilar do plano: recuar as linhas e se defender em um bloco baixo. "O Coutinho e o Vegetti acabaram cansando, não só eles, o time acabou indo um pouco mais para trás", admitiu Diniz. "Para jogar contra o Flamengo ou você marca muito firme todo mundo lá na frente, ou você tem que baixar mesmo. Para mim, o pior jeito de marcar o Flamengo é você ficar no meio do caminho", cravou o treinador, resumindo a filosofia que guiou a performance de sua equipe.
Planejamento e Resultados
A decisão de evitar a marcação em bloco médio foi uma escolha planejada, conforme revelou Diniz. "A gente marcou muito bem em bloco alto e marcou muito bem em bloco baixo, e a gente não ia marcar em bloco médio mesmo. Isso era uma coisa que a gente já tinha treinado", concluiu. O empate obtido mantém Diniz em um jejum contra o Flamengo, agora totalizando 10 jogos sem conseguir vencer o Rubro-Negro. A última vez que o treinador conseguiu superar o Mais Querido foi na decisão do Carioca 2023, quando ainda estava à frente do Fluminense.