Depois de oscilações, Tite vê retomada do Flamengo "consistente, mas parcial"

O Flamengo venceu a segunda partida consecutiva nesta quarta-feira, ao golear o Bolívar por 4 a 0, no estádio do Maracanã, pela Libertadores . Ao fim do jogo, o técnico Tite atribuiu o resultado à intensidade e considera que seu time apresenta uma caminho de retomada, depois de uma sequência de resultados negativos e desfalques.

- Hoje, a agressividade na saída do adversário foi fundamental. É uma equipe bem treinada, bem codificada, e não abre mão de sair jogando. Sabíamos disso e sabíamos que a agressividade poderia dar oportunidades. Conseguimos fazer isso, criar um número de oportunidades grandes e concordo com o Everton, poderia ter sido um placar grande. Era uma equipe que fazia pressão alta e nos dava muito espaço.

- Ficamos sem o Arrascaeta, que voltou hoje. Ficamos sem Cebola, agora sem o BH. O Gabi, o Erick, recuperamos o Allan. É importante deixar os atletas na melhor condição. A retomada foi consistente nos dois jogos, mas é parcial. Tem que continuar crescendo.

Tite passa intruções na beira de campo Flamengo x Bolívar — Foto: André Durão

A vitória manteve o Flamengo na briga para avançar na Libertadores. O time subiu uma posição no Grupo E, ocupa a segunda colocação, com sete pontos.

Uma das mudanças que Tite fez no time nas últimas partidas e que vem surtindo efeito é o posicionamento de Gerson no lado direito do ataque. Nesta quarta, o jogador fez o primeiro gol do jogo e deu uma assistência para Pedro, além de ter sido peça fundamental na construção das jogadas.

- Posição e função são coisas diferentes. Gerson é um articulador que faz a posição de atacante, mas é essencialmente um jogador de meio-campo. O Gerson é a terceira vez que dá sequência com Nico. Esse engrenagem vai se moldando. É a primeira vez com Arrasca, talvez não tenha tido com Pulgar. A equipe vai encontrando seus links e suas formas - explicou.

O Flamengo volta a campo na próxima quarta-feira, para enfrentar o Amazonas, pela Copa do Brasil. Daqui a duas semanas, o time volta a jogar pela Libertadores, contra o Millonarios, na última rodada da fase de grupos.

Sobre a morte do jornalista Apolinho

- Apolinho. Soube da notícia pelo Bruno Spindel. Ficam aqui as condolências à família. Do Rio Grande do Sul eu ouvia o Apolinho, eu o vi como técnico do Flamengo . Tem história muito bonita. Quando se ouve pouco falar mal de uma pessoa é porque ele é bom. Fica meu abraço e nossos sentimentos.

Desempenho do Bolívar

- O Bolívar foi perigoso depois do 1 a 0, mas depois disso tivemos uns 80 minutos de supremacia. Talvez 80 minutos com controle nosso.

Apoio da torcida

- A torcida que nos cobra é a que nos tem no dia a dia e a gente respeita de uma forma educada. No nível que o Flamengo merece. É pelo carinho ao manto, responsabilidade do Flamengo , aquele torcedor que nos acolhe. São 48 milhões, tem que ter cuidado para não pegar alguns que representam aquilo que não é.

Paralização do Futebol Brasileiro

- Eu não quero tocar nesse assunto, conscientemente eu não quero tocar e a direção ela externa. É a primeira vez que venho me pronunciar de forma pública, todo meu carinho, toda minha solidariedade, eu falei com o Roger e falei com meus familiares e as pessoas não sabem a dimensão da tragédia que está acontecendo, é muito fácil a gente ficar aqui agora, quem vivencia e quem ouve o relato das pessoas é uma coisa que eu não consigo imaginar, não consigo dimensionar... o que eu posso é com meu carinho, com meu auxilio com participação em todas as formas de ajuda (respira fundo) poder ajudar e ser solidário, esse aspecto a direção ela fala.

Possibilidade de perder jogadores por algumas rodadas

- A gente tem planejamento a curto, médio e longo prazo. Mas o meu é a curto prazo. Eu tenho que pensar no próximo jogo, estamos planejando a distribuição de carga. A gente está planejando o jogo no Amazonas. A gente sabia dessa informação. O atleta de alto nível tem que ter tempo de recuperação física e mental. Se não tiver, tu mata. Vai estoura tendão. O Nico quando colocou uma, duas vezes a mão na perna eu falava com o doutor: " ah lá". Não tenho planejamento além do Amazonas.

Marcação alta

- Foi decisiva. Não só marcação, marcação com atitude. Agressiva leal. No 4-1-3-2. ela estabelecia. Fazia alçada do Nico central para induzir os dois externos, porque quando essa bola batia no lateral eles cortavam a linha de passe, para fazer o adversário arriscar o passe central. No terceiro momento, estourava e conseguíamos a oportunidade. Foi fundamental.

Estilo de jogo fora de casa

- Como a gente pega a ideia da equipe? É quando dá o tiro de meta, você vê se ela volta ou fica lá. Nós em todos os 40 jogos que estou aqui, quando pedi para jogar média? Nenhum. A diferença é que é uma equipe que se propõe a sair jogando (o Bolívar). Outras quebram para o campo adversário. Hoje, colocaram cinco e um sexto jogador, quando a gente estourava a primeira pressão, terminava lá dentro. Às vezes, o atleta ou o técnico está inspirado, às vezes, não. Mas a ideia é a mesma.

Escolha de Arrascaeta e ausência de Lorran no início

- O menino jogou muito (Lorran) e o Arrascaeta joga muito. Não dá para jogar 12. Tem que optar. O Arrasca é um jogador de qualidade extraordinária. Tem um pouco de calma com um jogador jovem. Imagina colocar ele jogar.

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Fonte: Globo Esporte