A defesa do atacante Gabigol , do Flamengo , entrou nesta terça-feira (2) com pedido de efeito suspensivo da punição de dois anos por tentativa de fraude em exame antidoping.
A requisição dos advogados do jogador foi feita diretamente na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Ainda não há data para a avaliação do caso, mas, segundo apurou a ESPN , a expectativa é por um retorno ainda em abril.
Gabigol está impedido de atuar e treinar no Flamengo, além de não poder sequer frequentar as instalações do clube. O gancho vai até 7 de abril de 2025, de acordo com lista publicada pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).
Como revelado pela ESPN , a defesa de Gabigol vai se pautar em possíveis contradições nos depoimentos de agentes no julgamento do TJD-AD (Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem), com apoio de imagens internas do CT do Flamengo no dia do exame, feito em 8 de abril de 2023.
A ABCD afirma que o atacante deixou de cumprir procedimentos cruciais para o exame ser válido, o que fez com que os agentes não pudessem garantir a integridade da amostra, ou seja, que a urina era de fato dele. Isso foi o que causou a punição.
A versão da ABCD é que, quando os agentes chegaram para os testes, todos os atletas que também seriam testados se colocaram à disposição para a coleta, como determina o procedimento. Gabigol foi o único que disse que primeiro faria seu treino, o que ainda não configura uma irregularidade.
Aqui, há uma possível contradição que a defesa de Gabigol pretende explorar. Em depoimento, um dos agentes teria afirmado que os profissionais chegaram antes do atleta, o que seria desmentido pelo circuito interno do Ninho do Urubu – na versão do Flamengo, o atacante chega às 8h, e os oficiais perto de 9h.
Pelos procedimentos técnicos internacionais, não chega a ser um problema Gabigol treinar antes do teste. A única questão é que, pelo tipo de análise que seria realizado, seria necessário esperar um intervalo de duas horas para a coleta de sangue. E é nesse período que acontecem os descumprimentos do atacante.
Uma fonte ouvida pela ESPN afirma que foram vários os procedimentos não observados por Gabigol, o que fez com que os agentes não tivessem como afirmar que a urina estivesse nas condições exigidas. Isso invalida o teste – por isso, o resultado negativo do teste pouco importou no julgamento – e motiva a denúncia por tentativa de fraude e posterior suspensão.
A defesa também quer demonstrar uma possível contradição na versão apresentada pelos agentes ouvidos. Segundo fontes presentes ao julgamento, um oficial da ABCD teria informado que viu a urina saindo da uretra de Gabigol no momento da coleta.
A defesa de Gabigol entende que esse efeito suspensivo é o único movimento capaz de fazer o atacante voltar a jogar ainda sob o contrato atual com o Flamengo, que se encerra em dezembro. Isso porque o julgamento do recurso em si não deve acontecer antes do fim da temporada 2024.
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