Tentar marcar pressão uma equipe que tem ferramentas individuais e coletivas para sair deste cenário pode ser um erro fatal. Principalmente se tal movimento não estiver bem ajustado. O Grêmio provou desse veneno contra o Flamengo. Optou por uma estratégia que seu estágio atual talvez não ofereça a melhor condição, e precisou correr atrás de um resultado negativo desde os primeiros minutos.
Arrascaeta foi o grande destaque da partida. Marcou os dois gols da vitória rubro-negra na Arena do Grêmio, um em cada tempo, e divide a artilharia do Brasileirão com Vegetti. O Flamengo nem precisou ser um time altamente agressivo para triunfar. Administrou o ritmo do jogo por longos minutos e foi pouco ameaçado por um Grêmio bastante desorganizado e sem confiança.
Escalações
Gustavo Quinteros optou pela manutenção de João Pedro na lateral-direita. Camilo ganhou a disputa com Dodi e formou a dupla de volantes com Villasanti. Edenilson foi escalado como meia-central e Pavon foi o ponta-direita. Cristaldo foi colocado a partir do lado esquerdo. Braithwaite voltou a ser titular. Cristian Olivera acabou sendo o desfalque. Amuzu e Arezo iniciaram no banco de reservas.
Filipe Luís retomou a formação original da equipe. Wesley, Gerson e Erick Pulgar iniciaram o jogo. Bruno Henrique começou no centro do ataque e Michael foi o ponta-esquerda. Juninho e Plata foram para o banco de reservas.
Como Grêmio e Flamengo iniciaram o duelo válido pela 3ª rodada do Brasileirão 2025 — Foto: Rodrigo Coutinho
O jogo
A alta aposta inicial do Grêmio cobrou um preço duro logo aos três minutos. O Tricolor subiu a marcação para inibir a troca de passes do Flamengo, mas não se mostrou tão bem coordenado para fazer isso, e viu o rubro-negro escapar com De la Cruz e Michael, que serviu Arrascaeta para que o uruguaio pudesse abrir o placar.
Os visitantes contaram com boa dose de sorte no lance. Wagner Leonardo cortaria o passe de Michael para o camisa 10, mas um desvio de Edenílson tirou o zagueiro da jogada e deixou Arrascaeta na cara de Volpi. Mesmo assim, não dá para negar a capacidade que o Flamengo apresentou de sair das pressões tentadas pelo Grêmio em alguns momentos.
A proposta inicial de Quinteros com Edenílson por dentro, era de que ele vigiasse Pulgar ou De la Cruz. Cristaldo não deveria descer com Wesley, mas provavelmente combater Léo Ortiz, enquanto Braithwaite auxiliava Edenílson nos combates a Léo Pereira e na vigília à dupla de volantes rubro-negros. Pavon cuidava de Alex Sandro. Por mais que o Grêmio tivesse agressividade, não deu certo.
Faltava o ''timing'' da pressão muitas vezes, os gatilhos para subir o bloco não estavam tão bem definidos, e o Flamengo controlou as ações trocando passes entre zagueiros e volantes. Mesmo que isso não representasse estar no campo de ataque, significava ter a bola e impedir o volume que o Grêmio tentou imprimir nos 15 minutos posteriores ao gol de Arrascaeta.
Michael em Grêmio x Flamengo — Foto: Maxi Franzoi/AGIF
O Imortal chegou a rondar a área rubro-negra, mas não produziu nenhuma chance real. Achou algumas vezes Edenilson e Cristaldo circulando atrás dos volantes do Flamengo, mas a sequência da jogada não era precisa. Os anfitriões reclamaram de pênalti em lance que a bateu no braço de Gérson dentro da área, mas de acordo com a arbitragem, o camisa 8 botou os braços para trás.
Gérson e Arrascaeta voltaram ser mais acionados depois dos 20 minutos. Trabalhando sempre às costas de Camilo e Villasanti, aproveitando as subidas de pressão imprecisas que o Grêmio fazia. Michael era o principal alvo deles para a jogada ganhar sequência, e o Flamengo quase ampliou em lance bem parecido ao gol de Arrascaeta. Bruno Henrique ficou sem ângulo para finalizar.
Michael ainda fez Volpi trabalhar em chute da entrada da área, e Lucas Esteves fez um desarme salvador em lance que poderia terminar em gol de Gérson. O Flamengo tinha o controle, mas poderia ter sido mais agressivo na busca do segundo gol. Fez poucas marcações altas na saída de bola do Grêmio também.
Bruno Henrique em Grêmio x Flamengo — Foto: Maxi Franzoi/AGIF
Quinteros mudou a formatação do time depois dos 30'. Abriu Edenilson na direita, centralizou Cristaldo, e fixou Pavón na esquerda. O Tricolor conseguiu fazer uma boa trama nos acréscimos com o ponta argentino e Lucas Esteves, mas novamente concluiu sem tanta precisão. Voltou desta forma na 2ª etapa. No meio do 1º tempo, Rodrigo Ely já havia sido sacado por lesão para a entrada de Jemerson.
Pavón pela esquerda voltou a se mostrar uma opção melhor para o Grêmio no início do 2º tempo. Finalizou duas vezes da entrada da área antes dos dez minutos.Foi acionado algumas vezes em ataques rápido e causou dificuldades a Wesley. Edenilson saiu vaiado aos 15 minutos para a entrada de Amuzu. Pavón passou ao lado direito e o belga ocupou o flanco esquerdo. A produção caiu.
O Flamengo seguiu com a bola, controlava a maior parte do tempo, mas sem ser agressivo de forma regular. Filipe Luís tirou Gérson e Michael para as entradas de Plata e Everton Cebolinha. Novamente em uma subida de marcação mal feita do Grêmio, o rubro-negro ampliou o placar. De novo com Arrascaeta, que triangulou com De la Cruz e Cebolinha pela esquerda, e carregou para bater de chapa.
Wesley em Grêmio x Flamengo — Foto: Maxi Franzoi/AGIF
O Grêmio ainda tentou criar um fato novo com as entradas de Monsalve, Dodi e Alysson, mas só assustou em chute do jovem Alysson perto dos acréscimos. Rossi fez grande defesa. De resto, incomodou muito pouco a sólida última linha de defesa do Flamengo. Léo Pereira, Léo Ortiz e Alex Sandro esbanjaram qualidade na proteção de área ao cortar os vários cruzamentos do Tricolor.
Everton Cebolinha finalizou com perigo dois contragolpes terminados pelo lado esquerdo. Tiago Volpi o deteve em um deles. Allan, Juninho e Luiz Araújo ainda ganharam minutos na reta final da partida que colocou o Flamengo na liderança do campeonato.