Campeonato Brasileiro registra 19 trocas de técnicos em 13 clubes até a 24ª rodada

Com 14 rodadas ainda por disputar no Campeonato Brasileiro, a competição se mantém em um estado de constante tensão, tanto na parte superior quanto na inferior da tabela. Este ano, a edição do torneio já se destaca por ter registrado a maior média de trocas de treinadores desde a adoção do formato atual, em 2006. O que se observa é que o sucesso — ou o fracasso — pode estar intimamente ligado ao que acontece à beira do campo.

A dança das cadeiras na Série A

Um levantamento revela que, até o momento, ocorreram 19 mudanças de comando em 13 dos 20 clubes da Série A, resultando em uma média de 0,79 substituições por rodada. As duas últimas demissões, de Roger Machado, do Internacional, e Renato Gaúcho, do Fluminense, ocorreram em um intervalo de pouco mais de 24 horas, logo após derrotas significativas de suas equipes. Essa rotatividade acentuada reflete a pressão constante sobre os treinadores, especialmente aqueles que lidam com equipes na parte inferior da tabela.

Seis clubes já realizaram duas trocas ao longo do campeonato, sendo que quatro deles estão na zona de rebaixamento: Sport, Fortaleza, Juventude e Vitória. O time de Neymar, por sua vez, ocupa a 14ª colocação, em uma situação que também exige atenção.

Mudanças e suas consequências

Os clubes que já mudaram de treinador são: Sport (Pepa ▶️ António Oliveira ▶️ Daniel Paulista), Fortaleza (Juan Pablo Vojvoda ▶️ Renato Paiva ▶️ Hernán Crespo), Juventude (Fábio Matias ▶️ Cláudio Tencati ▶️ Thiago Carpini), Vitória (Thiago Carpini ▶️ Fábio Carille ▶️ Rodrigo Chagas), Santos (Pedro Caixinha ▶️ Cleber Xavier ▶️ Juan Pablo Vojvoda) e Fluminense (Mano Menezes ▶️ Renato Gaúcho ▶️ Luis Zubeldía).

Por outro lado, na parte superior da tabela, um dado intrigante se destaca: o número de clubes que mantêm o mesmo treinador desde a primeira rodada do Brasileirão tem diminuído ao longo dos anos. Neste ano, apenas sete equipes conseguiram essa estabilidade: Flamengo (Filipe Luís), Cruzeiro (Leonardo Jardim), Palmeiras (Abel Ferreira), Mirassol (Rafael Guanaes), Bahia (Rogério Ceni), Bragantino (Fernando Seabra) e Ceará (Léo Condé). Curiosamente, cinco dos seis primeiros colocados fazem parte desse grupo, com a exceção do Botafogo, que, após trocar Renato Paiva por Davide Ancelotti durante a pausa para a Copa do Mundo de Clubes, conseguiu subir quatro posições.

O futuro dos treinadores

Bragantino e Ceará, embora não estejam no topo da tabela, ainda se encontram em uma posição confortável, dentro da zona de classificação para a Sul-Americana, ocupando a nona e a 12ª colocações, respectivamente. Após deixar o Botafogo, Renato Paiva não ficou muito tempo sem trabalho, assumindo o Fortaleza dias depois de sua demissão, mas sua passagem foi breve, durando menos de dois meses antes de uma nova demissão.

Fábio Carille, por sua vez, teve um intervalo maior entre os trabalhos, mas enfrentou um destino semelhante. Demitido do Vasco após a sexta rodada, ele assumiu o Vitória na 13ª, quando a equipe estava na 16ª colocação. Contudo, sua passagem durou apenas um mês e meio, encerrando-se após uma goleada de 8 a 0 sofrida para o Flamengo, deixando o clube na 17ª posição.

Outros técnicos, no entanto, conseguiram passagens mais duradouras. Vojvoda, por exemplo, encerrou uma passagem de quatro anos pelo Leão do Pici e fez o Santos subir para a 15ª colocação, um lugar acima de quando começou, há cerca de um mês. Mano Menezes, que comandou o Fluminense apenas na primeira rodada do Brasileirão, retornou ao Grêmio na quinta rodada e permanece até hoje, com um salto da 19ª para a 11ª colocação.

Expectativas para os novos treinadores

Dentre os técnicos que mudaram de clube, ainda há incertezas sobre o futuro de dois argentinos: Ramón Diáz, demitido do Corinthians na quarta rodada e agora recém-contratado pelo Internacional, e Luis Zubeldía, que deixou o São Paulo após a 12ª rodada e agora assume o Fluminense. Ambos poderão estrear em suas novas equipes na 25ª rodada do Brasileirão.

Histórico de trocas de treinadores na Série A

Confira os dados das demissões dos técnicos da Série A desde 2006: