A punição de Gabigol caiu como uma bomba no Flamengo . A condenação de dois anos de suspensão por tentativa de fraude no exame antidoping movimentou os bastidores do clube, que apoia o atacante e confia na absolvição em julgamento na segunda instância. O jogador vive o último ano de contrato e, neste primeiro momento, a intenção do clube é cumprir o vínculo. A renovação, outrora acertada, fica em compasso de espera.
Juridicamente há uma brecha que dá aos clubes a possibilidade de suspender o contrato com o atleta em casos como este. No entanto, o Flamengo não adotará esta medida. O clube vai auxiliar o atleta na apresentação de recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS). Por ora, ele não pode frequentar as dependências rubro-negras (nem a Gávea e nem o Ninho do Urubu) e está impedido de jogar.
Internamente, a punição foi considerada exagerada e abusiva visto que o atleta testou negativo nos exames de urina e de sangue (que é considerado mais completo). O Flamengo acredita que Gabigol foi julgado mais pelo mau comportamento do que pelo delito em si.
O clube acredita que no CAS haverá um julgamento técnico, que levará em conta o fato das testagens negativas. O histórico do atleta, que nunca teve um teste positivo para doping, também é visto como um trunfo. Como a votação foi apertada - 5 votos para punição e 4 para absolvição - o Flamengo acredita que irá reverter o caso no tribunal da Fifa.
A defesa anexou imagens das câmeras de segurança do Ninho do urubu para corroborar a versão do atleta. O relato de defesa é que Gabigol chegou ao CT antes da equipe de testagem e foi direto para academia. O exame de sangue só pode ser feito após duas horas depois de qualquer atividade física e, por isso, o jogador não realizou o exame de urina na hora que foi solicitado pelos fiscais.
O jogador é representado pela equipe do advogado Bichara Neto, que defendeu Paolo Guerrero na suspensão por doping nos tribunais da Fifa em 2017. O Flamengo contratou o especialista logo após a denúncia, feita em dezembro. O vice-presidente geral e jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, também acompanha o caso.
Qualquer conversa para a renovação do contrato ficará em segundo plano neste momento. O foco do clube e do atleta é a absolvição no caso de tentativa de fraude no exame antidoping.
A renovação de contrato foi alinhada em outubro, mas não chegou a ser assinada por nenhuma das partes. O acordo, conforme apurado pelo ge, era de um novo vínculo até dezembro de 2028 e com uma valorização salarial, visto que Gabigol não recebeu aumento desde a compra em definitivo em janeiro de 2020.
O acordo, no entanto, não foi bem visto por uma ala da diretoria rubro-negra, principalmente pelo tempo de contrato devido a performance do atleta em 2023. A palavra final para a renovação será do presidente Rodolfo Landim.
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