Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, assumiu a presidência do Flamengo na semana passada e liderará o clube durante o próximo triênio. Uma das primeiras ações de sua gestão será revisar o orçamento do clube.
Bap planeja reformular o orçamento que foi apresentado pela administração de Rodolfo Landim. O documento foi encaminhado aos Conselhos no final de 2024, mas não foi votado. As primeiras análises das comissões sugeriram que era necessário um estudo mais detalhado para que o orçamento fosse aprovado, o que resultou no adiamento da votação pelo Conselho de Administração (CoAd).
Com a mudança de gestão — Bap venceu o candidato da situação, Rodrigo Dunshee —, o CoAd decidiu que não votaria o orçamento deste ano. Isso significa que a nova gestão terá a oportunidade de apresentar um novo orçamento a partir de 1º de janeiro. Além disso, será feita uma revisão do Plano Estratégico Trienal e dos custos envolvidos na construção do novo estádio.
O próximo passo será determinado por Emilio Habibe, o novo presidente do CoAd, que dará o prazo para que a administração de Bap apresente os números revisados para a temporada. A expectativa é que a votação ocorra dentro de 60 dias, a partir de 1º de janeiro.
De acordo com informações apuradas pelo ge, a reformulação do orçamento não afetará as ações do Flamengo na janela de transferências. Quando o orçamento não é aprovado, o clube segue com o orçamento anterior, ajustado para correções. Para 2024, foi aprovado um limite de 30 milhões de euros para compras e 20 milhões de euros em arrecadação com vendas — o que corresponde a cerca de R$ 160,8 milhões e R$ 107,2 milhões, respectivamente, com a cotação da época.
O orçamento que não foi votado pela gestão de Landim para 2025 previa: 20 milhões de euros para aquisições de jogadores e 30 milhões de euros com vendas — o que se traduz em aproximadamente R$ 127 milhões e R$ 191 milhões, considerando a cotação de 21 de dezembro de 2024.
A transição de gestão começou na quinta-feira, 19 de dezembro, e, a partir dessa data, Bap passou a trabalhar no fluxo de caixa do clube. Embora o valor final ainda não tenha sido definido, as primeiras estimativas indicam que o Flamengo terá recursos suficientes para investir em reforços.
Para fechar o orçamento, será necessária uma análise mais detalhada e uma projeção das entradas de recursos, sendo essa uma das prioridades da nova gestão. Bap acredita que a venda de jogadores será uma estratégia importante para aumentar o poder de investimento do clube no mercado.
– O Flamengo tem que vender mais do que compra, tem que vender mais e melhor do que fez até agora. O fato de termos contratado jogadores de moeda forte nessa segunda janela e não termos vendido ninguém causou um descompasso. É desconfortável, teremos que fazer arranjos e muitas vezes temos que dar dois passos atrás para dar mais à frente depois. É preocupante, mas não é fatal – comentou Bap em sua primeira coletiva como presidente.
Esse cenário lembra a situação vivida em 2013, quando Eduardo Bandeira de Mello assumiu a presidência do Flamengo e também precisou refazer o orçamento. Naquela época, a revisão foi concluída em abril, com o CoAd aprovando cortes significativos, como a redução de 15% nos custos com o time de futebol, 25% no remo e 40% nos esportes olímpicos.