Ao desfalcar Flamengo, CBF achincalha Brasileiro por seleção irrelevante

A cada convocação das seleções da CBF repete-se a rotina de prejuízos aos clubes, algo que só vai se acentuar na atual temporada com a Copa América. Nesta sexta-feira (14), os técnicos Tite e André Jardine foram além ao convocar quatro jogadores do Flamengo. Como compensação, oferecem um remanejamento de jogos do time rubro-negro, que recusa a possibilidade.

O time carioca ficaria sem Everton Ribeiro e Gabigol , para a seleção principal, Gerson e Pedro, para a seleção olímpica. O Palmeiras também teria prejuízo com Weverton, na principal, e Gabriel Menino, na olímpica. O São Paulo também com Liziero e Daniel Alves. No total, são 14 jogadores de times brasileiros.

A CBF se aproveita das datas-Fifa para incluir os jogos da seleção olímpica: afirma que, com isso, há obrigação de cessão dos atletas. Não se sabe ainda contra quem o Brasil jogará, é um período de preparação para a Olimpíada.

O período engloba as duas primeiras rodadas do Brasileiro. Deveria ser uma época nobre da competição, promovida com estardalhaço pela CBF. Não por acaso foi marcado para a primeira rodada um Palmeiras x Flamengo.

Agora, com as convocações olímpicas, esse primeiro jogo ocorrerá nesta data com muitos desfalques ou será jogado para uma data qualquer. Sabe-se lá como a CBF pretende encavalar jogos de rubro-negros e palmeirenses mais para frente no apertado calendário do futebol brasileiro. Podemos esperar novas sequências de partidas com menos de 48 horas, ou soluções igualmente esdrúxulas. O Brasileiro já começa achincalhado.

A outra opção é manter a rodada - como quer o Flamengo - e as duas equipes terem oito atletas a menos para jogar. Na realidade, mesmo com o adiamento das partidas do Flamengo, outros candidatos ao título como Galo e São Paulo já começam desfalcados de jogadores importantes.

E isso tudo com que objetivo? Pela Olimpíada. O torneio de futebol olímpico é irrelevante no cenário do futebol profissional. Não está incluído no calendário internacional de jogos e, por isso, a liberação de atletas não é obrigatória. Nem a convocação de jogadores sub-23, que é a idade olímpica, gera liberação obrigatória. Clubes europeus costumam ser bastante resistentes à cessão de atletas para os Jogos. Se são importantes, não são cedidos, e ponto.

A Fifa adotou essa posição porque o calendário de futebol já é bastante encavalado. Haverá Euro e Copa América neste ano, Eliminatórias. Não dá para tirar meses e meses de futebol de clubes que são os que bancam e pagam o salário dos atletas.

Mas, no Brasil, a CBF quer extrair o bagaço da laranja dos clubes e lhes dar só os caroços em formato de um Brasileiro esculhambado. Sempre foi assim, diga-se. Mas a administração de Rogério Caboclo fez questão de elevar o desprezo aos clubes a outro patamar. Nem em meio a uma crise em sua gestão topou fazer qualquer concessão.

Fonte: Uol