Análise: Prejudicado pelo VAR, Corinthians faz bom 1º tempo e vai vivo ao Maracanã em busca do título

Por Marina Bufon

Um empate me pareceu o resultado mais justo para a primeira final da Copa do Brasil entre Corinthians e Flamengo, na noite da última quarta-feira, na Neo Química Arena. Isso, claro, se não tivesse existido o pênalti no segundo tempo.

Assim como Vítor Pereira em sua coletiva , inicio minha análise com o erro crasso da arbitragem, que não marcou em campo e nem no VAR a penalidade, a meu ver, clara. Léo Pereira bate a mão na bola em disputa com Yuri Alberto dentro da área e nada é marcado. Mas VP já disse isso, Róger Guedes , Cássio , o presidente Duilio ... Eu só estou concordando.

Como esse tipo de jogo é definido no detalhe, este foi um erro dos bravos, visto que poderia colocar o Alvinegro em uma pequena, mas ainda assim, vantagem para a disputa do segundo jogo, que será no Maracanã, na quarta-feira que vem.

Dito isso, que poderia passar batido, tão rápido o lance foi definido em campo, vamos para a breve análise da partida. Em resumo, o primeiro tempo de jogo foi muito melhor que o segundo para o Corinthians, e as modificações, ousadas, surtiram efeito.

O time começou mal, em um escorregão de Fábio Santos no mano a mano com Gabigol, que poderia ter aberto o marcador com menos de um minuto no relógio.

Depois, foi a vez de Pedro tentar e parar em Cássio e, novamente, o camisa 9 pouco depois. Após esse lance, porém, os donos da casa cresceram constantemente, em uma sucessão de lances, que se não foram tão perigosos, deram mais confiança à equipe.


Adson em cruzamento, chutes de Du e Renato e investidas de Yuri Alberto, sendo que a principal delas ocorreu no final da primeira etapa, quando o camisa 9 aproveitou um erro de Léo Pereira e carregou a bola para a área, driblou David Luiz e chutou. No momento, porém, Thiago Maia conseguiu chegar a tempo e travar o chute, que foi mascado para Santos.

Sem modificações em ambas as equipes, o segundo tempo começou igual ao primeiro, com uma chance para o Fla logo de cara, em cobrança de falta de Arrascaeta.

Com uma aparência mais cansada em campo, sem tanta intensidade, o Corinthians foi perdendo produção ofensiva e começando a dar mais espaços para que o Flamengo chegasse, ainda que a equipe de Dorival Júnior não tivesse em uma de suas noites mais inspiradas.

A melhor chance de todo o jogo aconteceu em cabeçada de Gabigol, em uma grande defesa de Cássio - ao todo, ele fez seis, sendo esta a única difícil, de fato. O setor defensivo, aliás, esteve muito bem e calibrado, principalmente com Gil, Balbuena e Fábio Santos junto ao arqueiro. A meu ver, Fagner destoou um pouco, mas nada que gerasse nenhum ônus ao clube.

Uma nova chance aconteceu com David Luiz, que mandou uma bomba no travessão, assustando um Corinthians mais permissivo naquele momento. Vendo o crescimento do Fla, Vítor Pereira não teve medo de realizar modificações um tanto quanto ousadas: tirou Renato Augusto e Róger Guedes e colocou Giuliano e Mateus Vital. Depois, ele ainda colocaria Ramiro e Gustavo Silva.

Provavelmente muita gente reclamou ao ver as placas de substituição, mas as mudanças deram certo, pois conseguiram dar um novo fôlego em dois setores tão solicitados. VP disse na coletiva que não penalizou ninguém, só tirou quem achava que deveria tirar, "porque estavam correndo menos".

Por pouco, Fábio Santos ainda não fez um gol estranho no último segundo de jogo e garantiu a vantagem ao Corinthians para o jogo da volta, que será disputado na quarta-feira que vem, no Maracanã, também às 21h45 (de Brasília).

Eu pensava, antes do duelo, que um empate não seria bom resultado. Depois da atuação e sabendo que esse time é bem diferente daquele que enfrentou o mesmo Flamengo nas quartas da Libertadores, penso, agora, que o Corinthians vai (muito) vivo em busca de seu quarto título da Copa do Brasil no Rio de Janeiro.



Fonte: Gazeta Esportiva