Análise: Flamengo faz jogo inteligente, mostra força do elenco e deixa recado para o Palmeiras

Há casos em que só a vitória interessa. Principalmente quando se trata de um confronto direto para manter vivo o sonho de um título. Esse era o cenário para o Flamengo visitando o Palmeiras pela 10ª rodada do Brasileirão. Se o Palmeiras ganhasse, abriria sete pontos e, apesar de não decidir o campeonato, tornaria o caminho muito mais árduo para o Fla.

Mas o Flamengo fez o que precisava fazer: venceu. E venceu mesmo em meio aos desfalques. O Rubro-Negro mostrou a força do elenco diante das adversidades e deixou um recado para os adversários: não vai se entregar tão fácil.

Arrascaeta, do Flamengo, comemora gol contra o Palmeiras em jogo pelo Campeonato Brasileiro no Allianz Parque — Foto: Marcos Ribolli

Se a escrita recente entrasse em campo, até o rubro-negro mais pessimista estaria confiante na vitória. O time não perde para o Palmeiras no Allianz em brasileiros desde 2017. Os gols de Arrascaeta e Ayrton Lucas garantiram que a marca dure pelo menos mais uma temporada. O Flamengo fez um jogo inteligente e foi letal como poucas vezes para vencer.

A expectativa de um jogo encantador por se tratar dos dois melhores elencos do país não se concretizou. Mas é possível dizer que o jogo é o retrato do enlouquecedor calendário do futebol brasileiro. Em maio, os times lidam praticamente com a exaustão física por disputarem as principais competições e não conseguiram levar o que têm de melhor para campo no Allianz. Pelo lado do Flamengo, De la Cruz, Pulgar, Plata, Allan e Viña foram ausências. Além de Wesley, que estava suspenso.

Escalação: Rossi, Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira, Alex Sandro, Evertton Araújo, Gerson, Arrascaeta, Luiz Araújo, Cebolinha e Bruno Henrique.

Foram dois tempos distintos. O Flamengo começou o primeiro tempo praticamente perdido na marcação aplicada pelo Palmeiras. O time de Filipe Luís demorou a entender a estratégia dos paulistas, mas, apesar disso, conseguiu sofrer pouco e segurar o resultado para o intervalo.

Mas o placar de 0 a 0 no primeiro tempo só foi possível graças a Rossi. O goleiro argentino defendeu a cobrança de pênalti de Piquerez. Aos 10 minutos, Facundo Torres cruzou na área, mas a bola desviou na mão de Varela. O árbitro marcou a penalidade e, na sequência, ficou seis minutos no VAR para confirmar.

O restante dos 45 minutos iniciais correu sem maiores animações. O Palmeiras tinha menos posse e tentava trocar passes perto da área. A zaga formada por Léo Ortiz e Léo Pereira estava atenta a todas as bolas alçadas na área, assim como Alex Sandro, que foi o melhor do Flamengo no primeiro tempo.

O Flamengo, por sua vez, não conseguia encaixar a construção do ataque, em uma tarde em que Arrascaeta ainda estava apagado e Cebolinha viveu uma das suas piores atuações recentes. A falta de conexão fez Bruno Henrique ser pouco acionado e Luiz Araújo ser a peça usada para incomodar o Palmeiras.

O cenário mudou no segundo tempo. Michael entrou no lugar de Cebolinha e alterou a dinâmica do jogo. No entanto, o que talvez tenha mais favorecido o Flamengo tenha sido a visão de jogo de Filipe Luís após uma adversidade no campo: Gerson sentiu o joelho esquerdo e deixou o gramado.

Sem De la Cruz, Allan e Pulgar, Filipe Luís poderia ter sido previsível e pensado no mais óbvio: Léo Ortiz no meio - assim como nos tempos de Tite. Mas não foi isso que fez o ainda novato treinador. Com a substituição de Gerson, Filipe colocou Danilo na lateral direita e Varela foi atuar como volante.

E não só funcionou, como funcionou bem. O uruguaio deu a dinâmica que o time precisava no meio: trocou passes e circulou a bola. O Flamengo passou o segundo tempo praticamente no campo do Palmeiras. Aos 16, Bruno Henrique conseguiu um escanteio após um bom contra-ataque. Luiz Araújo cobrou na primeira trave, Léo Ortiz desviou de cabeça, mas ninguém completou.

Aos 21, mais uma bela jogada de Luiz Araújo. O atacante achou Arrascaeta, que avançou em direção à área, driblou o zagueiro Murilo antes de ser derrubado. O árbitro foi até o VAR e ficou mais seis minutos para apontar o pênalti. Incorporando a personalidade de goleador, o camisa 10 converteu a cobrança e se tornou o artilheiro isolado do Brasileirão, com oito gols.

Arrascaeta jogou 18 jogos contra o Palmeiras com a camisa do Flamengo e marcou sete gols, além de ter dado quatro assistências. São 11 participações diretas.

O Palmeiras até tentou reagir, mas não conseguiu se impor com a linha defensiva rubro-negra praticamente impecável. A zaga e Alex Sandro seguiram a atuação do primeiro tempo, enquanto Evertton Araújo cresceu de produção jogando ao lado de Varela. Rossi quase não teve trabalho.

Perto dos 40, Filipe Luís mexeu no time e conseguiu melhorar ainda mais a atuação rubro-negra na reta final. Ayrton Lucas entrou na vaga de Luiz Araújo, Pedro no lugar de Bruno Henrique e Wallace Yan no de Arrascaeta. Assim como em outros jogos, a estrela do técnico brilhou. Os três participaram do lance que carimbou a vitória.

Palmeiras x Flamengo - Brasileirão - Allianz Parque — Foto: Marcos Ribolli

Pedro recuperou a bola após uma cobrança de lateral, deu um toquinho para Wallace Yan. O jovem conseguiu achar Ayrton Lucas, que avançou cara a cara com o Werverton. Calmo e calculista, o lateral chutou no canto e marcou o gol. E o placar ficou em branco para o Palmeiras porque, no último minuto de jogo, Rossi defendeu um lance quase à queima-roupa.

O resultado é importante para a tabela, claro, mas vale os mesmos três pontos que qualquer outra partida. Há outras coisas em jogo. Vencer o principal adversário dá a confiança necessária para um time que precisa virar a chave para - verdadeiramente - embalar na temporada. E, da forma que foi, dá ao técnico a segurança para trabalhar com a força do elenco diante das adversidades.

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Fonte: Globo Esporte
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